| Capítulo 03 | NÚMEROS

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| Náufraga do Tempo: 1943 |
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Capítulo 03 | Números
(02 de abril de 1943 — terça-feira — 05h30)
Quioto | Shimogyō-ku 🏷
✍🏻 NARRAÇÃO: ALMARA CASTRO

Imagens desconexas de filmes Hollywoodianos passavam pela minha cabeça dolorida. Todos eram sobre alguma tipo de guerra, fossem da época do samurais ou mesmo dos nazistas. Eu sentia a minha cabeça latejar de dor. Até a animação "Mulan" de 1998 veio-me à mente, justamente naquele momento tão desconexo.

Ainda tentando descobrir o que eram aquelas cenas embaralhadas, abri enfim os meus olhos. Tudo estava escuro e podia ouvir sons de grilos cantando. Foram a sua canção que me tiram daquele entorpecimento. Eu estava deitada e coberta com algo que não podia ver o que era. Estava tudo apagado.

"Eu... eu estava sonhado?"

Dentre as imagens que sonhei, a mais apavorante foi a de um filme no qual eu mesma participava. As cenas mostravam um jovem me dizendo com veemência que eu havia voltado para o ano de 1943. Sonhei que havia realmente voltado no tempo, durante a Segunda Guerra Mundial, em pelo território japonês. Eu, uma estrangeira. Bizarro.

Não sabia de fato quando havia começado a sonhar, pois me recordava de ter ido até o sítio arqueológico. Mas, ao que tudo indicava, havia sido tudo um sonho. Eu ainda estava na minha cama e nem visitara verdadeiramente o tal local. Havia sido tudo mesmo um sonho, um sonho assustador e muito real.

Me sentei finalmente. Ainda sem poder enxergar absolutamente nada, me senti um pouco ridícula por acreditar mesmo que havia voltado no tempo. Patética, aliás. Pensei na hipótese que, devido a minha ansiedade descontrolada para conhecer o local mais misterioso de Quioto, tivesse ultrapassado os "limites racionais". Afinal, eu sonhei que havia voltado exatamente para a sua época de funcionamento.

Era noite, certamente. Que horas poderiam ser? Estranhei ao ouvir algo que se assimilava à uma distante coruja. Nada de carros ou algo do gênero. Estranho, porém reconfortante... eu poderia ainda estar sonolenta suficiente para estar ainda sonhando?

Um tanto quanto zonza, tateei em busca do controle remoto da televisão que o hotel proporcionava, isso para eu poder liga-lá e assim ter um pouco de luz. Não o encontrei. Aliás, ao meu redor não estava nem o controle, nem as cabeceiras, nem os abajures. Eu estava deitada no chão, sobre algo que parecia um tatame fino.

NÁUFRAGA DO TEMPO: 1943 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora