| Capítulo 04 | A FOTOGRAFIA

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| Náufraga do Tempo: 1943 |
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FAKE LOVE — Orchestral Cover

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Capítulo 04 | A Fotografia
(02 de abril de 1943 — terça-feira)
Quioto | Shimogyō-ku 🏷
✍🏻 NARRAÇÃO: ALMARA CASTRO

Aquele homem (que possivelmente chama-se Hiruma) me observava pasmado. Estava estarrecido e abismado. Não parecia ter nada à dizer. A tal enfermeira já havia deixado aquela pequena sala depois de ter entrado em um ligeiro pânico. Deveria me considerar uma extraterrestre ou algo pior, como por exemplo, alguém à serviço do exército americano... contudo, se fosse eu realmente uma espiã, como poderia saber daquelas informações se somente o Governo Japonês sabia, antes mesmo de sua divulgação? Talvez a moça me considera-se mais uma alienígena atemporal. Contudo, o que eu apenas queria com aquilo era que aquele médico acreditasse em mim. Caso contrário, ele ou outro alguém me entregaria para à morte, literalmente.

⎯ C-COMO... COMO V-VOCÊ PODE SABER D-DISSO ANTES, ANTES, A-ANTES DA M-MENSAGEM...??

Ele parecia atônito. Perplexo. Assustado e apavorado, eu diria.

⎯ O porquê eu já lhe disse maldito shōnen[*] — tentei usar um honorífico para acalma-lo, muito embora eu não estivesse nada tranquila e o "maldito" tenha saído sem querer — parece impossível, sim eu sei! Na realidade é impossível, mas, eu estou lhe dizendo: sou mesmo do ano de 2020! Nasci em 1994 a propósito. Sou arqueóloga da turma de 2014 caramba! Exatamente por isso que tenho memorizado quase todos os dados do famoso "Massacre da Madrugada"[**]. Foi entre às 02h40 até às 3h37 que aconteceu o bombardeio não é mesmo? Na parte leste da cidade? Nem precisa me responder, eu sei que foi. Este fato é largamente conhecido pela comunidade científica, sobretudo para aqueles que estudam a Segunda Guerra. Ele foi o "princípio das dores", o começo da estratégia norte-americana para bombardear várias cidades japon-

⎯ "Massacre... da... madrugada"...?

Repetiu ele, como um "mantra" me interrompendo. Hiruma (ou seja lá qual fosse o seu nome) não parecia estar me ouvindo atentamente. Estava aéreo, ainda surpreso pelo fato de eu ter dito o número de vítimas antes da contagem oficial ser anunciada. Eu não tive de maneira nenhuma acesso àqueles dados, já que permaneci desmaiada durante poucas horas em sua frente durante a mesma tarde que a contagem havia sido concluída. Ou eu era do futuro ou era uma cartomante. Das boas.

NÁUFRAGA DO TEMPO: 1943 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora