Capítulo 13

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Chantal

Assim que escancaro a porta dou de cara com Henri com um sorriso imenso nos lábios e alívio toma conta de mim.

— Você me assustou — falo, levando uma mão ao peito.

— Por que, o que aconteceu? — Henri pergunta, entrando na minha casa e toca meu ombro.

— Nada, é que sempre assusto quando o telefone toca ou alguém chama. — Fecho a porta, já que ele entrou.

Ele acena concordando comigo, e sei que entende o que eu quero dizer.

— Eu passei para saber como está, e para pedir um favor — fala, animado.

— Favor? — Cruzo meus braços e inclino minha cabeça imaginando que tipo de favor ele poderia me pedir.

— Sim, quero que vá comigo escolher a decoração da festa na fazenda. Eu poderia ir sozinho, mas não é a mesma coisa, prefiro fazer isso com você.

Eu tinha até me esquecido da bendita festa?

— Mas essa hora? Não tem nada aberto em Lores agora?

Henri vai até o sofá e se senta confortavelmente.

— Não vamos a uma loja, vamos até a casa da Margot.

Margot é a decoradora oficial da cidade, a maioria das pessoas faz sua própria decoração caseira quando se trata de um aniversário ou uma inauguração, mas os mais endinheirados sempre a contratam quando querem algo mais sofisticado e diferenciado, ela vai todo mês para a capital e volta com uma infinidade de ideias e artigos diferentes. Sei que seus clientes se estendem para no mínimo mais três cidades ao redor de Lores.

E mesmo sendo noite, tenho certeza que ela encontra um horário para receber Henri, atualmente ele é o herdeiro mais bem cotado da cidade. Para mim, ele é só Henri, o garoto que conheço desde criança.

— Tem que ser hoje? — pergunto, com um tom desanimado.

Lembro também que Pierre está na cozinha e não é nada educado mandá-lo embora de supetão, além do que, estou cansada do dia no hospital e da faxina na casa dele.

— Ela me ligou pouco tempo atrás e disse que tinha reservado um horário só para mim agora à noite.

— Sério? Um horário para você? — indago, rindo. As mulheres dessa cidade dariam um braço para ter meu amigo, ele na maioria das vezes nem nota como todas caem pelos cantos quando passa.

— Para com isso, ela está com a agenda cheia e a festa na fazenda será boa para o portfólio dela. E não custa você me ajudar nessa, não tenho muita ideia do que fazer para deixar essa festa de arromba.

Fecho um dos olhos e faço uma careta, pronta para negar seu pedido e pedir para ele reagendar a visita à Margot para outro dia, e assim que vou começar a falar Pierre aparece na sala.

Henri se põe de pé no mesmo instante e encara Pierre como se estivesse vendo um fantasma.

— Eu já vou, obrigado pela refeição.

Pierre desvia seu olhar para Henri e lhe oferece um aceno de cabeça não retribuído por Henri, que continua a encará-lo como se uma assombração houvesse se materializado dentro da minha casa.

— Henri, esse é Pierre ele está vivendo na casa da frente.

— Pierre — murmura, como se estivesse memorizando algo importante em sua mente. — Como vai? — diz, depois de um tempo e se aproxima estendendo uma mão para Pierre.

SEM CAMINHO (Amazon e Físico no daniassis.com.br)Onde histórias criam vida. Descubra agora