Caídos Aos Seus Pés - CAP 1

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Correndo pelas ruas do reino vou desviando dos obstáculos. Barracas, pessoas e animais, todos superados com grandes acrobacias. Atrás de mim vem um vendedor furioso e desajeitado com um machado em sua mão. Ele grita desesperadamente para que me parem, mas obviamente as pessoas sem entender nada só observam a situação com expressões assustadas.

- PAREM ESSE CARA, ELE ACABOU DE ROUBAR A MINHA BARRACA. - O vendedor grita insistentemente.

Em questão de segundos consegui despistá-lo. Não que fosse uma missão muito difícil, já que eu conheço essas ruas como a palma de minhas mãos. O meu trabalho me permite obter tais conhecimentos. Não posso dizer que é um trabalho digno, mas em minhas atuais condições não tenho escolha a não ser aceitá-lo.

Roubar dos ricos e dar aos pobres, seria um trabalho digno se eu fizesse isso? Bom, isso não importa agora, eu só quero beber algumas e ir direto pra casa.

Entrei em um bar logo na primeira esquina. Tal não era um dos mais famosos da região, por isso eu frequentava ele diariamente. Não gosto de lugares com muitas pessoas, tenho lá meus motivos. Além de minhas roupas chamativas eu não poderia frequentar vários estabelecimentos por causa da minha fama de delinquente.

Sobre minhas roupas. Poderia se comparar a de burgueses comerciantes ou como a de membros da ex família real, mas uma coisa se sobrepõe, uma capa que cobre todo meu corpo. Ela me faz parecer um membro normal de alguma guilda de aventureiros misteriosos, a qual eu não faço parte. E para completar, em minhas costas se sobressai uma espada de diamante, feita de ossos de Dragões anuladores de magia.

Sentei-me no banco perto do atendente idoso, a qual é o dono do lugar, e fiz o sinal de "Uma bebida". Apesar de não parecer, ele é deficiente auditivo, mas mesmo assim nunca tive nenhuma dificuldade ao ser atendido por ele até hoje.

Diferente de outros, ele aceita que criminosos como eu frequentem o seu estabelecimento. Mesmo sabendo que a pena é de morte para quem encobre criminosos.

O nosso Reino não é tão tolerante como os outros. Aqui tudo se resolve na forca, de latrocínio a magia negra. Se você for suspeito, é levado até uma praça pública e enforcado na frente de centenas de pessoas. É uma forma bem eficaz se for olhar os números de criminosos que há aqui, muitos estão começando a levar vidas normais por medo das leis. Já eu, não posso fazer isso, como eu disse, tenho os meus motivos para ser um delinquente.

O dono do bar me serve uma bebida aleatória e logo se retira da minha frente. Fico a encarando por alguns segundos, mas logo começo a me embebedar. Não se passa nem 1 minuto e eu começo a ficar tonto e sonolento.

- Mas o que? Eu ainda estou no primeiro copo, como isso é possível? - Ao falar isso bato a cabeça no balcão e desmaio.

[...]

Ainda meio sonolento, escuto vozes. Abri os olhos e não enxerguei nada, como se tivesse um saco preto em minha cabeça, e realmente tinha. Senti algemas em minhas mãos e julguei que estava ajoelhado em alguma plataforma. Torcendo para que não fosse à que estava pensando.

De repente alguém tirou o saco de minha cabeça. O sol bateu diretamente em meu rosto, me cegando por alguns segundos. Quando me recuperei de vez, me toquei de que o que eu mais temia estava acontecendo. Eu estava na plataforma de execução, prestes a ser enforcado.

As centenas de pessoas que estavam alí presentes, começaram a gritar assim que viram o meu rosto. Eu podia ver alguns comerciantes conhecidos meus que eu já havia roubado. Eles sorriam pra mim com olhares malévolos, outros arremessavam pedras que me acertavam constantemente. Além de pedras, outras coisas também vinham da platéia.

- GAROTO IMUNDO, AGORA VOCÊ VAI TER O QUE MERECE.

- TORTUREM ELE PRIMEIRO.

- AGORA VOCÊ VAI PAGAR POR TUDO QUE ME ROUBOU.

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