Príncipe Amaldiçoado - CAP 5

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Há alguns anos, quando eu fugi do Circo de Jobi, uma organização rebelde me acolheu. Seu nome, 7 Curse, formada apenas por pessoas com maldições assim como eu, no total 7. Eles adotaram os mesmos métodos de Jobi para se comunicarem comigo, já que sabiam sobre a minha maldição por terceiros do circo.

7 Curse, uma organização de resistência ao governo ditatorial do reino de Clóvis, e também inimiga da bruxa Stella e sua seita. Mesmo não recebendo apóio dos cidadãos eles nunca pararam de lutar. Sempre deram o seu melhor para completar seus objetivos.

Não durou muito tempo até que algo desse errado e eu saísse da organização. Mesmo todos os membros gostando muito de mim, não dava pra ficar muito tempo perto deles. A minha maldição provou isso quando matei sem querer um dos membros.

Todos entenderam a situação, nunca me culparam por aquilo, mas eu pensava diferente. Não conseguia parar de me culpar, e então fugi de novo.

- Bem que você disse que havia uma Magi familiar vindo pra cá Miuna. Quem imaginaria que fosse o nosso querido Jun Sousuke. - Takase (líder) fala calmamente liberando a fumaça de seu cigarro.

- Desculpa ter vindo sem avisar líder, mas eu tenho um presente pra vocês. - Falo empurrando Yuzu para minha frente.

Takase assim como todos da organização, é muito alto, cabelos negros e curtos. Olhos castanhos e cavanhaque. Única coisa que que marca muito em sua aparência é seu porte físico totalmente definido.

- Mas o que temos aqui hã? Uma boneca humana? - Shuu fala olhando para Yuzu.

Já Shuu, o mais baixo da turma, se destacava pelo seu enorme cabelo laranja prendido.

- Jun, quem são eles? - Yuzu me pergunta assustada.

- São amigos, eu já disse.

Todos se assustam ao perceber que Yuzu tinha dirigido palavras a mim.

- Essa garot...

- Não. - Interrompo Miuna. - Ela não vai morrer, ela é imune a minha maldição. Eu achei ela depois que alguns cavaleiros da Armada Do Reino tentaram me enforcar. Além de ser imune ela também perdeu as memórias.

Todos me encaram como se quisessem mais explicações, então continuei.

- Eu quero que vocês fiquem com ela, usem-na da forma que quiserem.

- E você já têm um nome? - Sayu pergunta com um leve sorriso.

Sayu, ao contrário de todos, não têm algo que chama muita atenção em sua aparecia. Talvez seu cabelo curto, mas o que a marca mesmo é sua personalidade amigável.

- S-Sim, Jun me chama de Yuzu, já que eu não lembro do meu nome. - Ela responde meio nervosa.

- Yuzu, entendi... - Sayu tira o sorriso do rosto ao me encarar.

O motivo desse olhar de dó eu já sabia. Foi porque coloquei o nome dessa menina de Yuzu, o mesmo da minha falecida irmã.

- E então? vão aceitar ela aqui?

- Alguém explica pra ele que isso aqui não é um orfanato. - Minoa exclama com um tom de desinteresse.

- Esperem... Eu fiquei curioso agora. A garota parece realmente imune a maldição dele, acho que podemos usar ela para alguns experimentos. - Takase fala com um sorriso confiante.

- Tsc... Façam o que bem entenderem, eu vou pra cama mais cedo. Boa noite. - Minoa fala saindo pela porta.

Minoa, é a mais alta entre as garotas. Ela se destaca pela sua personalidade sombria e seu longo cabelo roxo.

Dos 6 que sobraram da 7 Curse, Minoa é a única que ainda não superou a morte de Miho, a garota a qual eu matei por acidente. Ela e Miho sempre andavam juntas, eram como irmãs inseparáveis. Mas eu acabei com esse "inseparáveis".

- Jun certamente sabe a condição para que possamos aceitá-la aqui Yuzu. Se não, ele não teria vindo pedir nossa ajuda. - Takase fala apagando seu cigarro. - Sayu, acompanhe a garota até seu quarto.

Sayu pega na mão de Yuzu com toda delicadeza e lhe guia para outro lugar. Yuzu sem qualquer reação apenas se distância olhando pra mim confusa.

Me sentei na mesa junto deles e um silêncio se expandiu por alguns segundos.

- Eu não vou voltar pra 7 Curse, sabem muito bem disso. Eu só quero que vocês se lembrem de tudo que fiz por vocês e me façam esse favor de cuidar dela. Mesmo que transformem ela em uma arma eu não me importarei.

- Que estranho... Ele colocou o nome dela de Yuzu e agora fala que não se importa. - Miuna fala com um sorriso sarcástico.

- Eu coloquei esse nome nela porque... porque... por...

Espera, por que eu coloquei esse nome nela mesmo? Nem eu me lembro mais.

- Isso não importa agora Miuna. - Takase levanta a voz. - Tirei Yuzu daqui para falarmos sobre outra coisa. Sobre a família real. Independente se Jun vai voltar para nós ou não, ele vai ter que escutar.

Eu já sei onde isso vai dar, foi uma má idéia ter vindo pra cá.

- Família real? O que têm ela? - Shuu pergunta curioso.

- Já há alguns dias, Miuna, Sayu e eu fomos investigar uma igreja que tinha bastante contato com a ex família real. Eu pensei que não iria dar em nada, assim como todas nossas investigações, mas pra nossa surpresa encontramos esse diário. - Ele fala jogando um livro na minha frente. - No diário têm muitas coisas interessantes sobre a falecida família real. Nomes, sobrenomes, segredos e muito mais.

- Um diário de um membro da família real? Isso é sério? - Miuna fala animada. - Depois da família real ser morta e a Armada Do Reino tomar o controle de tudo, ninguém nunca mais viu se quer um objeto deles.

- Deixe-me pegar nele Takase. - Shuu pega o diário as pressas. - O proprietário é o... - Shuu tira o sorriso do rosto ao olhar o nome no diário.

- É de quem o diário? Fala logo Shuu. - Miuna diz balançando Shuu que permanecia paralisado. - FALA SHUU OU ENTÃO ME DÁ ESSA MERDA PRA CÁ.

- O diário pertence à Yuzu Sousuke Clóvis... - Takase fala olhando pra mim.

Ao escutar isso, Miuna e Shuu olham pra mim com semblantes assustados.

- Isso quer dizer que... - Miuna fala com uma pausa.

- Sim, eu sou da família real. Yuzu Sousuke Clóvis era a minha irmã.

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