🌷Capítulo Sete🌷

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"Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca."

Clarisse Lispector

— O que foi minha filha?

— Mãe? — sento na cama — Achei que estaria no consultório

— Só tinha uma consulta marcada para hoje, você passou e nem falou comigo — se senta ao meu lado

— Não tinha te visto — coloco uma mecha de cabelo para trás

— Percebi — me observa por um momento — O que está acontecendo filha?

Coloquei a cabeça em seu colo, respirei fundo e não pude mais conter as lágrimas, na adolescência temos esse costume que acho horrível, o costume de ser muito sensível.
Já reparou que tudo nos atinge? Seja um amor não correspondido, seja algo que tentamos fazer e não conseguimos, não importa, sendo uma decepção já estamos mal, triste, na bad e queremos desistir.

— Ah mãe — fungo e enxugo algumas lágrimas — Deus que teve pressa em me responder

— Não estou entendendo, sobre que assunto minha filha?

— O menino que eu te falei, ele não gosta de mim

— Ele te disse isso? Como foi essa resposta?

Me sento na cama novamente e conto a ela tudo o que aconteceu, inclusive por quem estou apaixonada.

— É muito precipitado para dizer que é a resposta de Deus, tenha calma e continue orando, pode ser que ele tenha falo apenas para disfarçar — me observa por um tempo — Esse menino mexe mesmo com você

— Eu gosto dele de verdade, mãe

— Você falou a mesma coisa com o Lucas — rir e a reprovo com olhar — Agora falando sério, tenha calma e paciência, se for ele, vai dar tudo certo, agora vai se trocar para irmos no shopping

— Não estou a fim de sair de casa, vai fazer o que lá?

— Comprar algumas coisas que faltam para o aniversário de sua irmã — faço uma careta, sair com minha mãe e Ceci para ir as compras é horrível, elas demoram muito para decidir o que querem — Nem venha com essa careta, vamos comprar as roupas também, ou você quer que eu compre a sua?

— Não, já estou indo me arrumar — me levanto

Minha mãe comprando roupas para mim é uma negação, ela até tem bom gosto, mas nunca acerta na minha numeração e comprimento, ao contrário de meu pai que acerta em tudo.

— Não demora, estamos te esperando lá em baixo — fala saindo do quarto

— Pode deixar

Visto uma saia estampada com flores, blusa de manga branca, sandália rasteirinha, solto o meu cabelo e desço.
Seguimos para o shopping, almoçamos e fomos a uma loja de roupas que chamou a atenção de minha irmã.

— Ah meu Deus que demora, anda Cecília! — digo impaciente para a mesma que já havia provado treze vestido e nenhum a agradou

— Não estou gostando de nenhum Sophi, tenho que levar um do meu gosto — sai do provador com um lindo vestido azul e se olha no espelho

— Esse está ótimo Ceci — se pronuncia minha mãe

— É, eu gostei, vou levá-lo — vejo a vendedora dar um largo sorriso, acho que até ela estava cansada da chatice de minha irmã

Unidos Pela Graça Do PaiOnde histórias criam vida. Descubra agora