Capítulo 16 - Como derrubar alguém de uma árvore com estilo.

2.3K 113 12
                                    

Entro em casa bufando e me jogando no sofá de qualquer jeito.

- Calma, respira..Fica zen..- Ele diz receoso em se aproximar de mim, com as mãos na frente do rosto em sinal de defesa.

Cruzo os braços e assopro uma mecha de cabelo incomoda que estava atrapalhando minha visão.

- Você poderia ter me contado..- Murmuro irritada.

-Eu só estraguei a surpresa por que achei que a gente ia morrer - Ele dá de ombros. - E além disso eu vou levar você pra um lugar de tarde.

-A gente não ia trabalha de tarde? - Questiono me espreguiçando.

-Eu inventei, pedi o dia de folga pro chefe por.."razões pessoais graves". - Ele mostra um sorriso sacana e se senta ao meu lado, me abraçando pela cintura.

-Ainda não me disse o que aconteceu com o seu cabelo..- Murmuro constrangida pelo contato.

-Pensei que fosse me matar primeiro, e só depois me perguntar isso. - Ele diz com um sorriso na voz.

-Posso reconsiderar isso. - Eu o abraço, e afundo meu rosto em seu peito. - Senti sua falta, idiota.

-Eu sei, - Ele suspira e passa as mãos pelo meu cabelo. - eu também.

-O que aconteceu aquele dia? - Sussurro, ainda com a cara em seu peito.

-Nem eu mesmo sei. - ele fuça seu nariz em meu cabelo. - Quando Robert te levou pro orfanato..Eu não aguentei. Eu implorei para que fossem te buscar, e depois de uma semana eles foram, mas você já havia sido adotada.

Robert..

Ele foi como um segundo pai, ele cuidou de mim durante 2 anos. Depois do incêndio, foi ele quem me salvou do Edward..Eu só me lembro brevemente.

" Uma pancada em minha cabeça. Tudo escuro. E um grito. Em um momento eu estava sendo arrastada por Edward, e no outro não estava.

Foi confuso, e quando acordei estava em uma casa desconhecida para mim, as paredes do quarto eram de madeira rústica e os móveis eram bem simples.

-Vejo que acordou, docinho. - Um homem diz encostado no beiral da porta de braços cruzados.

-Onde eu estou? - Digo com uma voz, que eu julgo fina demais, e logo pigarreio. - Quem é você?

-Você está na minha casa, te ajudei a se livrar daquele encosto paranóico que botou fogo na casa dos Dolson. - Ele tira um cigarro do bolso que até então havia passado despercebido por mim. - Sou Robert. Robert Florey.

-Abgail. - Me sinto na obrigação de responder de volta.- Florey?Hum..Nome bem..- Me remexo constrangida com o que ia dizer sem pensar, e ele da de ombros.

-Bem, posso te ajudar por um tempo. - Ele diz acendendo o cigarro. - Você sabe, a casa pegou fogo..E largar uma garotinha em uma floresta não seria muito ético.

Agora os fatos vão voltando e me recordo do que aconteceu aos poucos. Richard, Helena, mãe e pai..Todos mortos. Todos queimados. E eu não pude fazer nada. Começo a chorar, e me sinto constrangida de desabar assim na frente de um estranho.

-Vamos lá, docinho. Não chore. - Ele diz se sentando ao meu lado na cama e afagando meus cabelos. - Não vou largar você em um daqueles orfanatos malignos e sinistros que cheiram a morte. Pode ficar aqui comigo, se quiser é cla.. - E em um ato que nenhum dos dois esperava eu pulo em cima de Robert e o abraço.

-Promete? - Digo fungando e limpando na manga de sua camisa. Ele sorri com o fato.

-Prometo, docinho."

Anjos de Papel (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora