Entro em casa bufando e me jogando no sofá de qualquer jeito.
- Calma, respira..Fica zen..- Ele diz receoso em se aproximar de mim, com as mãos na frente do rosto em sinal de defesa.
Cruzo os braços e assopro uma mecha de cabelo incomoda que estava atrapalhando minha visão.
- Você poderia ter me contado..- Murmuro irritada.
-Eu só estraguei a surpresa por que achei que a gente ia morrer - Ele dá de ombros. - E além disso eu vou levar você pra um lugar de tarde.
-A gente não ia trabalha de tarde? - Questiono me espreguiçando.
-Eu inventei, pedi o dia de folga pro chefe por.."razões pessoais graves". - Ele mostra um sorriso sacana e se senta ao meu lado, me abraçando pela cintura.
-Ainda não me disse o que aconteceu com o seu cabelo..- Murmuro constrangida pelo contato.
-Pensei que fosse me matar primeiro, e só depois me perguntar isso. - Ele diz com um sorriso na voz.
-Posso reconsiderar isso. - Eu o abraço, e afundo meu rosto em seu peito. - Senti sua falta, idiota.
-Eu sei, - Ele suspira e passa as mãos pelo meu cabelo. - eu também.
-O que aconteceu aquele dia? - Sussurro, ainda com a cara em seu peito.
-Nem eu mesmo sei. - ele fuça seu nariz em meu cabelo. - Quando Robert te levou pro orfanato..Eu não aguentei. Eu implorei para que fossem te buscar, e depois de uma semana eles foram, mas você já havia sido adotada.
Robert..
Ele foi como um segundo pai, ele cuidou de mim durante 2 anos. Depois do incêndio, foi ele quem me salvou do Edward..Eu só me lembro brevemente.
" Uma pancada em minha cabeça. Tudo escuro. E um grito. Em um momento eu estava sendo arrastada por Edward, e no outro não estava.
Foi confuso, e quando acordei estava em uma casa desconhecida para mim, as paredes do quarto eram de madeira rústica e os móveis eram bem simples.
-Vejo que acordou, docinho. - Um homem diz encostado no beiral da porta de braços cruzados.
-Onde eu estou? - Digo com uma voz, que eu julgo fina demais, e logo pigarreio. - Quem é você?
-Você está na minha casa, te ajudei a se livrar daquele encosto paranóico que botou fogo na casa dos Dolson. - Ele tira um cigarro do bolso que até então havia passado despercebido por mim. - Sou Robert. Robert Florey.
-Abgail. - Me sinto na obrigação de responder de volta.- Florey?Hum..Nome bem..- Me remexo constrangida com o que ia dizer sem pensar, e ele da de ombros.
-Bem, posso te ajudar por um tempo. - Ele diz acendendo o cigarro. - Você sabe, a casa pegou fogo..E largar uma garotinha em uma floresta não seria muito ético.
Agora os fatos vão voltando e me recordo do que aconteceu aos poucos. Richard, Helena, mãe e pai..Todos mortos. Todos queimados. E eu não pude fazer nada. Começo a chorar, e me sinto constrangida de desabar assim na frente de um estranho.
-Vamos lá, docinho. Não chore. - Ele diz se sentando ao meu lado na cama e afagando meus cabelos. - Não vou largar você em um daqueles orfanatos malignos e sinistros que cheiram a morte. Pode ficar aqui comigo, se quiser é cla.. - E em um ato que nenhum dos dois esperava eu pulo em cima de Robert e o abraço.
-Promete? - Digo fungando e limpando na manga de sua camisa. Ele sorri com o fato.
-Prometo, docinho."
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Anjos de Papel (Revisão)
RomanceDurante anos, Abgail Dolson de 20 anos, sofreu calada e deixou suas intrigas do passado de lado. Ela sonha em um dia se tornar uma grande escritora, e não vai deixar ninguém atrapalhar o caminho para seu sonho. Porém, em um fatídico dia na bibliotec...