Capítulo 19 - Plagiando um tordo

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Pat pensa que pode esconder de mim, mas estava tudo realmente na cara. Ele evitou durante toda a tarde, ir para o Oeste. Onde ficava a casa de Robert.

Depois de um percurso com a tensão sendo palpável, finalmente chego em casa, mas com uma dúvida entalada na garganta. Estou incerta sobre tudo isso, afinal, uma hora Pat me beija e em outra somos os 'antigos melhores amigos'. E não sei realmente como agir.

Quando eu vi aquele aspirante a jogador de futebol americano na frente do meu porão..De primeira vi que iria dar merda.

Balanço a cabeça dispensando esses pensamentos, e resolvo pegar pizza fria na geladeira. Pat senta em cima do balcão e começa a me encarar me deixando desconfortável.

-Uma moeda por seus pensamentos. - Apoia sua mão no queixo e ergue uma sobrancelha. Me sento na cadeira que fica em frente ao balcão da cozinha, e imito o seu movimento.

-Pensando em quando te vi pela primeira vez. - Mordo um pedaço da minha pizza para atrasar um pouco minha próxima resposta.

-Qual foi a primeira coisa que você pensou quando me viu? - Ele me encara sorrindo.

-Por que tem um jogador americano parado na frente da minha porta? - Digo de boca cheia, e seu sorriso se espande.

-A segunda? - Ele diz me incentivando a continuar.

-Por que ele quase estragou um livro? - Eu sorrio dessa vez. Mordo mais um..dois..três pedaços.

-A terceira. - Ele diz revirando os olhos.

-Por que ele tem que ser tão gostoso? - Digo mais baixo e viro o rosto, enfiando o resto da fatia todo de uma vez na boca.

-Sua sinceridade é cativante, Srta. Dolson. - Seu sorriso passa a ser malicioso.

-Duas moedas por seus pensamentos. - Eu digo dessa vez.

-Três. - Ergo uma sobrancelha como se dissesse "se toca". - Em como queria estar em meu lugar favorito agora.

-E qual seria esse lugar, Sr. Pat Peoples? - Ele revira os olhos com o apelido.

-Tenho certeza que você conhece bem demais..Mas descubra. - Da de ombros e se levanta.

-Você tem realmente o habito de me deixar plantada sozinha nos lugares não é? - Tamborilo meus dedos no balcão, e giro minha cadeira em sua direção.

-Imagina - Faz uma cara de desentendido muito pouco convincente.

Reviro meus olhos e assopro uma mecha de cabelo pro lugar.

-Eu queria te perguntar..Esses dias eu inocentemente tropecei e dei de cara na fechadura da porta do quarto, que estava por acaso, sem a chave para impedir a visão da senhorita se trocando..- começo a fechar os olhos lentamente e tentar me controlar. -Calma! Não vi nada, você estava de costas. - Ele diz se aproximando lentamente com as mãos na frente do corpo em modo de defesa. - Vi algo nas suas costas, não soube o que era de primeira..Já que tinha coisa muito melhor pra tentar se olhar - ele diz a última parte mais baixo, meu sangue ferve. -Não vi nada que não devia! Mas depois raciocionei direito. Você tem uma tatuagem?

-Tenho. - Bufo e reviro os olhos, e fico olhando pro outro lado da sala. De repente a mesa de centro me pareceu muito interessante.

-Poderia me mostrar? - Diz com uma pontada de receio na voz, como se pensasse que iria bater nele. Muito sábio da parte dele já prever que eu irei mata-lo assim que possível. Respiro fundo.

-Tudo bem. - seu rosto se ilumina, e vira um misto de ansiedade e perplexidade por eu concordar. - Mas é rápido. -  Me levanto virando de costas pra ele, e levanto a parte de trás de minha camiseta.

Anjos de Papel (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora