Quatorze: Problema?

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HORAS MAIS TARDE....

Escuto alguns bipes, um cheiro de hospital que conheço bem e alguns murmurinhos. Aos poucos vou abrindo os olhos e a luz quase me cega mais vou me adaptando até finalmente ver o primeiro rosto amigo.

- Pai!

As palavras saem sinto logo minha garganta doer, passo a língua nos lábios sentindo minha boca seca. Ele segura minha mão acariciando enquanto sorri mais seu rosto era de tristeza.

- C-como vim...

Não consigo terminar de falar quando há imagem de Erick surge nos pés da cama e tudo em mim estremece.

- Por quê não me disse?

- Erick, não. - a voz de Oliver soa de algum lugar que não consigo ver, mais não demora muito para o mesmo segurando o sargento pelo ombro. Meu pai abaixa a cabeça e não consigo entender o que está acontecendo.

- Pai?

- Mary, você está grávida!

- Deus, o bebê está bem? - levo minhas mãos diretamente para minha barriga onde não sei o que sentir, Mikaela logo surge do outro lado da cama com um pequeno sorriso tímido.

- Não se preocupe, vocês vão ficar bem foi apenas um susto amiga.

Deixo algumas lágrimas caírem e sorrio, mais aquele momento não era só de alegria de minha parte o clima estava tenso e sabia bem o motivo agora.

- Erick, me deixe explicar.

- Explicar que você carrega um filho meu e por quê não me disse nada?

- Fiquei com medo, depois de tudo que passei e a forma como terminamos pensei muito...

Mikaela me ajudou há sentar na cama para encarar todos que estavam ali, pelo visto toda família estava em peso então todos sabiam que eu e Erick tivemos algo, mais que merda.

- Não, quero falar com você sobre isso. Se permitir preciso falar com minha família!

Ele não diz nada se afasta de Oliver pisando duro que posso sentir que o chão se parte, se fosse possível, quando a porta de fecha encaro todos. Mark não me parece nem um pouco feliz, meus pais estão bem quietos e falar sobre Jared com sua noiva nem sei o que dizer.

- Lamento que tenha sido assim que soubesse de tudo, quero dizer que o que houve entre mim e ele acabou. Sim, quis me envolver e foi total escolha minha.

- Mary!

- Não Oliver, assumo total responsabilidade pelos meus atos. Engravidar não foi algo que tenha planejado, quando fui sequestrada nem imaginei em hipótese nenhuma em ter um bebê mais aqui estou.

Meus pais se aproxima da beirada da cama sorrindo.

- Você vem se mostrado cada vez mais madura e isso é admirável querida, eu suspeitei nesses últimos dias mais torcia para que fosse apenas minha imaginação.

Mamãe segura firme minha mão mostrando seu apoio e papai faz o mesmo.

- Não vou dizer que aceitou tudo isso de uma forma fácil, mais você e a nossa filha estaremos aqui para o que precisar.

- Pode contar conosco também maninha, ser tio era mesmo um sonho só não espera ser tão cedo. - Jared brinca fazendo todos rirem, porém um permanece queito num canto me encarando com um olhar distante.

- Mark?

- Tinha que ser justamente ele?

- Eu te amo irmão. - começo a chorar estendendo meus braços para ele que não se demora em vir me abraçar forte, sua proteção estava presente como sempre estará em minha vida. Agora por mim e a minha sementinha.

(.....)

Recebi alta no dia seguinte após o incidente, Erick não me procurou até eu chegar em casa onde ele nos esperava na porta com uma roupa bem casual diferente do que ele usa habitualmente.

Mark rapidamente fecha a cara, seguro seu braço e peço que seja educado. Todos o cumprimentam, enquanto eles entram Mark fica comigo e Erick do lado de fora.

- Precisamos conversar Mary!

- Agora você quer conversar com ela?

- Mark, não! - peço vendo meu irmão se alterar.

- Mary?

Não estou num dos meus melhores dias!

- Vou tomar uma café com Erick no centro, ficarei bem Mark.

Dou um beijo em seu rosto e sigo Erick até seu carro onde entramos e seguimos pela rua até o centro, durante todo o caminho ficamos calados e aquilo era horrível.

Não imaginei contar pra ele ou ter essa bendita conversa, agora que devo dizer algo não sei o que pensar, nada sai.

Paramos no quinto sinal quando o vejo apertar firme o volante, ele está bravo.

- Erick, sinto muito que tenha sido dessa forma!

Finalmente algo sensato sai da minha boca, talvez começar pedindo desculpa o resto da conversa possa ser agradável. Quando me viro para ele vejo um olhar que desconheço completamente.

- Por quê fez isso?

- Do quê está falando?

- Eu sempre sou precavido mais com você...como fui idiota! - não faça isso Erick, por favor, não faça isso.

- Não planejamos isso, entendo se você precisar de um tempo para pensar mais eu sei que vou ter esse bebê.

- Você não tem trabalho como vai cuidar de uma criança? Já pensou no que vão dizer? E sua escola com o fica?

Ele avança assim que o sinal abre, mando ele parar no acostamento se vamos ter uma conversa feia que seja parada ao lado da calçada do que com ele desse jeito ao volante.

Desço do carro e o mesmo me segue.

- Olha, sei que você não está soltando fogos por isso, saiba que eh também não.

- Esse problema vai destruir tudo que consegui até aqui como também sua vida.

- Espera, o quê você disse? - avanço em cima dele com empurrões e gritos não acreditando que ouvi ele dizer mesmo isso, era inacreditável que ele visse toda essa situação como um grande problema.

- Mary!

- Esse bebê não é um "problema", você não está feliz entendo. Acha que eu fiquei quando descobri?

Me afasto bufando mais continuo:

- Esse bebê não tem há mínima culpa de termos sidos descuidados, ele ou ela não deve pagar com a vida por isso. Não entendo mesmo porque você está agindo assim, também não quero saber.

Vou até o carro pegando meu celular, ligo para Oliver vir me buscar depois volto-me para o sargento escorado no carro com o olhar distante.

- Não quero que se case comigo, não quero nada com você. Pensando pelo bem de nós, não queremos nada que venha de você Erick. Porque eu terei esse bebê com ou sem você, se quiser ser pai um de verdade comece quando ele ou ela vier ao mundo. Mas não espere que eu e você vai existir outra vez, por que não vai.

Não demora muito para meu irmão chegar, deixo Erick ali entrando no carro.

- Apenas me tire daqui.

Olly não diz nada seguimos para casa, quando chegamos subo direto para meu quarto onde me tranco aos prantos. Ele não vê que essa criança e boa, não é um problema como deixou claro.

Mais se ele acha que vou dar fim ao problema como ele gosta de chamar, está redondamente enganado.

- Eu te amo bebê! - falo acariciando minha barriga enquanto estou deitada na cama chorando.

O Sargento Tatuado -- LIVRO DOIS (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora