Doze: Passado

4.2K 460 3
                                    

Erick Marshall

Era difícil simplesmente acordar e sentir o cheiro dela em qualquer canto do quarto e de toda casa. Em apenas um dia ela deixou seu cheiro para nunca me fazer esquecer que ela esteve ali, que há tive nua contra meu corpo.

Dirijo rápido até a ponte estacionando no acostamento, desço aos gritos e chutes na porta.

O vento frio me faz encarar o rio que corre de baixo da mesma, seu sorriso, sua voz, seu perfume. Mary se tornou minha droga e só agora eu percebi isso. Lembro de quando me apaixonei perdidamente por Paola, por tantas outras que fui dilacerado uma por uma até restar isso aqui.

- Eu preciso dela!

Por mais que eu erga uma enorme barreira Mary está presente para fazer ela cair e penetrar no meu mais fundo sentimento. Tão meiga e doce, ela me conquistou e agora lhe perdi.

Na noite que matei Paola para ajudar no resgate onde quase sem vida Mary nos meus braços sorria até a dor lhe consumir.

Por vários momentos achei que há perderia para sempre, sempre zelando por ela até sua recuperação. Toda noite indo lhe fazer companhia contando mais sobre minha família antes de acordar do coma, dando-lhe rápidos beijo para que pudesse sentir e assim ter sonhos agradáveis.

- O quê você fez comigo Mary?

Começo a chorar do desespero que fiquei, do medo que tive de perder Mary. Felizmente ela acordou e tudo estava voltando de onde tinha parado, poder beija-lá acordada era ainda melhor do que me lembrava.

Estou infectado por ela!

(.....)

Levantei cedo e fui pro trabalho depois de um café forte para aguentar mais um dia sem notícias dela. Tentei falar com ela, apesar da ameaça de seu irmão dias atrás, nada vai me impedir de falar com ela.

- Sargento?

- Mônica.

- Podemos conversar? - sei bem que tipo de conversa ela deseja ter, mas desta vez não.

- Vá caçar o que fazer e não me importune por toda manhã.

Tranco-me na sala encarando meu celular, depois das diversas mensagens que deixei para ela sem nenhum retorno.

Naquele dia queria ter dito que sentia o mesmo por ela, que Oliver pode ser contra mais lutaria pela gente.

Mas todo meu medo do passado me impede de prosseguir.

- Estou condenado!

(...)

Estou saindo do distrito quando Oliver me aborda alterado devido ao álcool que senti antes mesmo dele aparecer.

- Qual o seu problema sargento?

- Oliver, quanto já bebeu?

- O suficiente para acabar com a sua cara, seu merdinha.

Ele cambaleia de um lado para o outro, junto minhas forças para o segurar antes que ele vá pro chão. Apesar da sua relutância consigo levar ele até meu carro dirijo até minha casa, há essa hora não acho certo importunar sua família com ele nesse estado.

Depois de subirmos com ele cantarolando, ele se joga no sofá rindo.

- Você é a minha pequena, como isso é possível?

- Não escolhemos que isso fosse acontecer, muito menos que eu fosse me apaixonar por ela. - quando percebo as palavras saíram e Oliver me encara.

- Você ama minha irmã?

Oliver se levanta com dificuldade, sua camisa está aberta e o mesmo fede.

- Acho melhor você tomar um banho, não vai dormir no meu sofá desde jeito.

O acompanho ao banheiro do meu quarto e coloco ele debaixo do chuveiro, alguns minutos depois lhe entrego uma peça de roupa que separei pra ele se trocar.

Enquanto ele se troca estou na cozinha fazendo uma sopa para gente comer, não demora para meu amigo aparecer já um pouco melhor e mais apresentável.

- Me desculpe!

- Senta, estou terminando aqui. Quer uma cerveja?

Pego duas lhe entregando uma. Oliver está calado me encarando, pelo visto vamos ter aquela conversa.

- Como se sente?

- Não devia me ajudar!

- Por quê eu não faria isso? Somos amigos antes de tudo e todos.

- Mary e minha única irmã, todos nós preocupamos com ela ainda mais não tendo nosso sangue. Quando eu vi ela aqui vestindo...

Noto que ele aperta a garrafa com força, entrego seu prato com sopa e depois o encaro sentando ao seu lado.

- Tudo bem parceiro, se fosse há minha irmã também teria agido do mesmo jeito.

- Por mais que eu tenha dito aquelas coisas, pude ver que minha irmã gosta mesmo de você.

- Ainda sim as coisas entre nós não estava indo tão bem e com você descobrindo tudo piorou!

Oliver prova depois agradece e sorrio.

- Estou feliz que esteja aqui e que esteja finalmente falando comigo Oliver!

- Não sabe como é bom falar com você também.

Apertamos as mãos e comemos em silêncio total.

Finalmente algo bom!

O Sargento Tatuado -- LIVRO DOIS (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora