Cap.2

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Boa leitura :3

Um passeio. Que divertido.

A primeira estância foi em sua cozinha. Ela era bem extensa e, quando a jovem encontrou-se no centro, sentiu uma tontura. Tudo lá era apenas de uma única cor. Deixando-a bastante intrigada, até que saíram de lá. Por um momento, ela achou que tinha visto outra pessoa; mas não passou de ilusão.

A segunda parada seria o jardim, e era de total abnegação enfrentar novamente aquele vento frio e brusco.

Mas, curiosa como era, não lhe impedia de observar através da janela que tudo era muito organizado. Suas plantas variadas à surpreendiam cada vez mais. Infelizmente ela tinha conhecimento que aquele jardim logo seria destruído. A neve já as encobertava. O desgosto subiu, fazendo-a acompanhar o jovem até seu quarto.

Lá, havia uma mesa bem decorada com um jarro de flores em cima. Que tentação! Logo foi comovida e se deixou vencer por ideias, ela queria salvar aquele jardim.

A cama era grande o suficiente para lhe acomodar. Também tinha uma prateleira preenchida de livros; fica maravilhada com aqueles livros. Um armário de tamanho exagerado ansiava para ser preenchido por roupas, porém a jovem não tinha com o que preencher.

O jovem, observando as babas imaginárias que ela deixava escapar, pergunta:

--Por que esta boca aberta? Vai babar-ele dá uma mine gargalhada.

Ah...aquela gargalhada. Entrou vibrando pelos ouvidos da jovem. Novamente uma pitada de energia percorreu seu corpo, com o destino final até o coração.

Achando que tudo isto era apenas mais uma de suas paranoias, ela se leva pela desestima. Muito engraçado esse garoto, não? A jovem só não revidaria para não ser expulsa deste lugar. Pondo em sua cabeça:"....seja educada, seja  e d u c a d a, seja EDUCADA!!!"

--Perdão, nunca imaginei que dormiria num quarto tão lindo-ela diz, o que pareceu não saciar a curiosidade do garoto. Fazendo-a completar...-A verdade é que eu amei estes livros.

Já sentindo uma gota de suor fria escorrer pelas suas costas, ela espera alguma reação do garoto.

Ele, que a poucos segundos estava sorrindo...agora estava sério, pesando seus olhos sobre ela. E sem ao menos avisá-la, ele agarra seu braço e a leva para outro lugar.

Uma sala era seu destino. Esta se constituía de muitos livros. Grandes prateleiras de livros se limitavam em não atravessar o teto. Quantos livros poderiam ter ali? Mais que o necessário para uma casa!

Passeando pela tal sala, a jovem encontra uma área escura; para lá, os grandes lustres pareciam ter sido quebrados.

Sem fazer questão de olhar para os lados, a jovem já avança até lá, identificando a menos de dois metros que tinha uma prateleira reservada no aglomerado mais escuro; prateleira essa quase imperceptível estava coberta de panos azuis; só a fez lembrar desta noite tenebrosa.

E, chegando próxima da mesma, palavras soaram em seu pescoço; um gritinho após um sobressalto saiu sem sua permissão. Uma mão ágio fez menção em abarcar a cintura escondida da garota pelo casaco.

Tendo a confiança que era aquele garoto, a jovem não reage quando ele coloca a cabeça entre seu pescoço e seu ombro. Lá, ela sentia os lábios dele passando por sua pele enquanto o garoto declamava rocamente:

--Os livros me deram um conhecimento inexplicável. Tudo que pensei ser bom, nada se comparava a uma leitura. Um livro pode antecipar um aprendizado que demoraria uma vida para aprender. Muitos livros contêm mistérios, e alguns deles não devem ser descobertos. Portanto minha cara, é de total abnegação que se aproxime desta prateleira; ao menos que queria um peso de consequência caindo sobre você.

Palavras diretas...

De tudo que ela achava que receberia daquele garoto, ela nunca pensou que um frio adentrasse na mesma; já que, anteriormente, só tinha provado de sua energia. Na prontidão em que chegara, assim também foi para que sumisse; já não sentia frio, apenas uma sensação petrificada permanecia.

--Licença... fui informado de avisá-los para que se direcionem às vossas camas. Por favor sr.Benjamim, despeça-se da moça e me acompanhe.

A aparição inesperada deste sujeito criou outro sobressalto na jovem; mas a sensação petrificada ainda pairava no ar.

--Você está gelada-fala isto enquanto se endireitava e puxava mais a garota para si.

Reagindo ela com uma leve tremida, o mesmo continua:

--Está com frio? Ah, não precisa responder. Já sei a resposta. Acalme-se, mandarei que levem outra roupa para você, essa está muito molhada e fria.

O que antes agia misteriosamente, em um piscar de olhos a naturalidade em suas ações a assustou. Aquela voz roca suavizou tão simplesmente que não preveniu a incógnita na testa da pobre jovem.

--Tenha uma boa noite.-Um beijinho de despedida na bochecha da jovem o fez sair de uma vez.

Ainda recapitulando aquela cena, a jovem se leva por uma vermelhidão.

"Benjamim"--ela relembrava para si.

Um tempo de 4 minutos a fez entediar. Abandonou aqueles pensamentos e destinou-se para seu "passa noite", deixando para trás um olhar de relance até a prateleira reservada.

Chegando lá, encontra roupas espalhadas em sua cama. Um resmungo transpareceu no rosto da jovem. Ela só queria se arremessar na cama como um soldado vitorioso retornando da guerra, necessitando de repouso. Mas antes, teria que se trocar.

O blusão cobria metade de suas pernas, e diferente da outra roupa esta tinha ambas as mangas longas. A garota não deixa de se assustar com a recordação. Um turbilhão de dúvidas a inundou...O sangue na roupa, e ainda por cima, ela estava rasgada...e todos aqueles cortes no seu corpo?

Pegando impulsamente no cabelo, sentiu o desejo de rancá-lo...porém, suas mãos engancharam no mesmo. Ah, que bagunça. Ele estava meio molhado e super embaralhado; facilmente ela se compara a ele.

Com pressa, ela tenta pentear as pontas do cabelo com os dedos; feito isso, um falso conforto a fez dormir. Sua mente estava vazia demais. Quase não se importara com os cortes de sua mão que se aprofundara no aglomerado de cabelo.

O amanhecer quase despercebido, aparece; pelo menos era o que o pequeno relógio recluso na parede à sua frente marcava.

Relógio, detalhe que não percebera de primeira.

O céu não recusara a escuridão. Quase fez a jovem pensar no por que de não ter ao menos estrelas. O frio se mantinha em cada canto do quarto, a garota o provara ao ousar tocar seus pés no chão. Ela não tinha calçados.

Como se prevessem sua necessidade, duas mulheres entraram no quarto. Uma carregava roupas e outra calçados; seguido entrou mais uma, esta trazia malas.

--Viemos prepará-la para o café da manhã. A sra.Carolyn deseja sua presença.

Com rapidez, as roupas e os calçados foram preenchendo o armário. A mala até então não fora aberta.

A mulher que tinha se apresentado foi até a garota, dizendo:

--Licença, somos responsáveis por cuidar de você. Seja tomar banho, se vestir, arrumar o cabelo, organizar seu quarto....nossas responsabilidades. Creio que não tem permissão de nos ordenar algo, mas fique tranquila que tentaremos fazer tudo que lhe agrade; sendo assim, me ajude a escolher sua roupa. Prefere este ou este?

Um vestido bem solto foi a decisão da garota. Não queria que nada incomodasse seus machucados, que já aparentavam inflamados.

Vindo a outra pessoa, entrega pantufas para que a garota saísse da cama. Posteriormente a outra começa a retirar a roupa da jovem, em uma repulsa ela se afasta.

--Por favor senhorita, preciso lhe trocar. Não podemos demorar muito.

Já descoberta, as mulheres ao redor se espantam. Quantos cortes. Elas teriam um trabalhinho para desinfectá-los.

Obg por ler♥️
Em breve, cap.3 será publicado 🤗♥️
Até o próximo cap.

Sobre o olhar de uma garota(EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora