Boa leitura :3
Vendo que não sobreviveria, a garota corria ao redor do quarto choramingando e pedindo para as mulheres não a tocarem. Ela já havia passado por baixo da mesa, pulado a cama, usado a cadeira como defesa... As mulheres estavam apressadas demais, fariam a garota se acalmar a qualquer custo!
--JÁ CHEGA.-Um leve stop fez com a garota parasse junto com as outras duas que estavam atrás dela.-Senhorita, você não tem escolha. Deixe-nos fazer nosso trabalho. Esses machucados piorarão caso interrompa essa limpeza. Vamos, acompanhe-me para o banheiro.
Com mínimas hesitações, ela acompanha a mulher. Já previa suas lágrimas.
Parada na porta, ela encara a banheira.
--Vamos senhorita, sente-se aqui nesta cadeira.
Engolindo a seco, vê a mulher abrindo a caixa dos medicamentos. Essa mulher não fazia menção do quanto a jovem reclinaria, choraria, gritaria...e choraria.
--ESPEREE.
--Não, por favor. Não aguento isso.
--Suas mãos estão sangrando muito. POR FAVOR SENHORITA.-A educação já se camuflava através da gritaria, mas a garota não se importava com a ignorância, seu sofrimento maior estava nos machucados. Que dor poderia ser maior que esta?
Mãos firmes seguraram o braço da garota por trás, as outras duas mulheres estavam na sua frente. Ela não escaparia. Ela tinha sido cercada. Com um spray, uma delas se atreve em começar tortura. Arder. A garota sacudia as mãos tentando suavizar a dor, mas só chuviscava sangue para todo lado. Pressionar. Ela tentou, não funcionara muito. A pressão foi feita no lugar errado, jorrando mais sangue.
As mulheres estavam sem reação, e a menina surtava.
Com as mãos trêmulas ela começa a se coçar. Coçar muito. Sangue e mais sangue. Sua pele era rancada, carne viva em breve ficaria visível.
A mulher da sua retaguarda encoberta o machucado mais ameaçador, a frente de sua mão. As unhas foram as últimas a ser socorridas. Após reduzir a quantidade de sangue que era derramado, ela enfia as mãos da garota na banheira; às demais, depois de sair do transe, tentaram segurar a garota. Depois de uma boa lavada, a mulher olhou no fundo dos olhos castanhos da menina e disse:
--Está mais tranquila? Talvez não muito, mas....ah, agora vou passar os remédios e fazer curativos. No entanto, terá que suportar também a limpeza dos cortes que tem em seu ombro. O que exatamente foi isso? Você está detonada! Sei que o assunto pode ser pessoal, contudo eu passei a me preocupar.
Um silêncio constrangedor pairou. A garota não sabia. Como ela havia se perdido?
Que egoísta! Até agora ela só pensara em si e na casa. Passou uma noite nessa casa e nem sequer consultou seus pais. Onde eles estão, afinal? Onde seus pais estavam????
O nervosismo desceu à sua espinha.
Vendo que era o momento certo, as mulheres aproveitam a paralização da garota e passavam os remédios em suas mãos. Até isso não desprendeu a mesma de seus pensamentos, os quais eram mais profundos que os machucados. Pensamentos obscuros tinham como filhos os machucados, e a casa deles era a garota. O sofrimento era a mãe, o nervosismo era o sobrinho...e assim a família da tormenta seguia...
As mulheres já tinham enfaixado suas mãos, estavam agora desinfeccionando seu ombro. Ela nem notara, trouxe inclusive paz para as pobres empregadas.
A paz....tão suspeita. Não durou muito. A garota refletira, mas não extraía nada de sua memória. Bastou uma cutucada no ombro dela, que a fizera soltar um grito e todo seu surto transparecera em seus olhos agora arregalados, provocou até soluços. Soluços desconexos com o choro que antes presenciara. Eram repercussões do susto.
Soluçadas fortes não se continham. As mulheres logo diziam: BUU. Jogavam água na rosto da garota. Chaqualhavam a mesma.
Não funcionava.
Aligeirando o processo, elas concluíram a desinfecção dos cortes e colocaram a garota na banheira. Um banho rápido e eficaz.
Depois de feito os curativos; concluíram vestindo a garota.
Todos esses minutinhos em que fora vestida, a garota já forjava seus soluços. Tentando atrair mais atenção, ela forçava para que os tais ficassem mais altos. Assim seguira.
As mulheres já impacientes dessa "melodia" que parecia ter comido sabão, anunciam:
--Iremos pegar água para a senhorita; demoraremos um pouquinho, a fim de pegarmos os materiais de limpeza. Seu quarto também precisa ser limpado, ainda mais com todo esse sangue....A senhora Carolyn não pode ver isso!-as três mulheres balançam a cabeça juntas, mostrando negação.
Antes delas saírem completamente do quarto, a garota grita:
--Vão me deixar aqui sozinha????? DEIXEM-ME IR.-Evitando que não permitissem, ela já as tinha alcançado com seus passos rápidos. As mulheres tiveram que piscar várias vezes para concluir que ela realmente já tinha chegado.
--M-mas...a senhorita tem que descansar. Não...n-não podemos permitir.
Sim....agora partiria para o nível extremo. A garota puxou o ar. Primeiro ficou vermelha....de leve uma cor estranha foi preenchendo o rosto da menina; uma lágrima solitária desceu. As mulheres demoraram um pouco para entender, mas a situação ficara explícita demais quando a garota ficava roxa. Com olhares arregalados, as mulheres gritam juntas:
--SENHORITA NÃO PRENDA A RESPIRAÇÃO. SENHORITAAA-chaqualharam-na.
Soltara o ar juntamente com tossidas; e ainda assim ela tentava pronunciar:
--E-e...e-eu que-ro i-ir.
--C-claro senhorita, venha.
Um sorriso interno da garota gargalhava de vitória.
As três mulheres iam na frente, guiando a garota até a cozinha. Mas...A garota não iria para lá. A cada passo ela olhava para os dois lados; onde estava aquela senhora??? Já haviam passado pelo longo corredor que ligava com o banheiro e uma salinha.
Pera. Uma salinha?
Passos retrógrados fizeram com que ela tivesse uma visão limitada do lugar, a porta não estava muito aberta. Pela brechinha, viu a senhora perto de uma enorme janela...bom, viu suas costas.
Correu até lá.
--SENHORA, SENHORA. SENHORA POR FAVOR. LEVE-ME PARA MINHA CASA.
Tocando superficialmente na suposta senhora, a garota concluíra: "E-ela não era a senhora, mas..."
--SENHORITA.-As três mulheres gritaram por fora da sala.
Obg por ler♥️
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Até o próximo cap.
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Sobre o olhar de uma garota(EM REVISÃO)
FanfictionA insegurança, o medo, ideias de incapacidade, perda de memória, desmaios consecutivos.... A solidão. Isso define a confusão que uma tempestade causara, ou melhor, a segunda.... Como se o mundo fosse amoroso, ela se vê acolhida por uma desconhecida...