12 CAPÍTULO - O HOJE E O AMANHÃ

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2018. Meados de janeiro.

Minha pneumonia foi embora levando minhas férias junto. Dinah e eu retomamos nosso trabalho no escritório, acumulado, pois minha enfermidade não me deixou fazer o devido acompanhamento. Eu chegava a minha casa às 23:00 horas, mais tarde que isso as vezes, mas grata por nunca nos faltar trabalho.

Tomei meu banho, vesti meu pijama do Mickey e sentei em minha cama, exalando cansaço. Pela décima noite seguida mandei mensagem para Camila, que pela décima noite seguida não respondeu, pois já estava dormindo. Nossa atual rotina de trabalho nos causava desencontros de horários e eu era a principal responsável por isso.

Eu estava consciente da minha ausência, mas nada podia fazer quanto a isso, então trabalhava incessantemente até nos fins de semana para que o serviço acumulado diminuísse o quanto antes.

Dormi igual a uma pedra, mas meu despertador alarmou às 06:00 da manhã. E no décimo primeiro dia, consegui acordar, levantar e sair do meu apartamento parecendo gente, para conseguir dar um beijo na minha... minha. Minha. Que saía de seu apartamento às 06:30.

Abri a porta do meu lar e a delegada já estava trancando a sua para seguir para seu labor. Saí com minha roupa de trabalho e perfeitamente maquiada.

- Oi. – Cumprimentei e ela sorriu, mas surpresa por me encontrar ali.

- Oi. Você acordada tão cedo? Surpreendente. – Ironizou.

- Milagres acontecem.– Me aproximei e tentei lhe dar um selinho, mas ela virou o rosto.

- Eu fiz algo errado? - Perguntei.

- Não, doutora Lauren. Não fez. – Disse simples.

- Vou repetir o questionamento. Eu fiz alguma coisa errada para que você não queira me beijar?

- Não, doutora Lauren. Você não fez. Mas o corredor do nosso prédio não é lugar para...

A puxei pela cintura para dentro do meu apartamento, fechei a porta e lhe prenssei à mesma, grudando nossos corpos. Não deixei a delegada pensar e ataquei seus lábios ferozmente. Camila gemeu em minha boca e abraçou minha cintura, num contato delicioso. Encaixei uma perna minha entre as suas e esfreguei levemente. A delegada rebolou aprovando o ato e eu quase fui a loucura sem deixar de beijá-la, mas de repente, ela apertou meus braços com força e me empurrou para longe.

- Você borrou meu batom! – Vociferou.

- Foi por uma causa nobre. – Estávamos ofegantes.

- Idiota.

- Gostosa.

- Vou trabalhar. – Falou desnorteada. Eu ria de sua descompostura.

- Eu sei. Também estou indo. Vamos. – Abri a porta de meu apartamento e lhe dei passagem.

Enquanto eu trancava a porta, Camila apressou o passo e entrou no elevador ainda ofegante, me lançando um olhar felino, que logo descobri ser deboche. Sua mão rumou para o painel do elevador.

- Você não tem coragem. – Gritei da minha porta.

Ela soprou um beijo e as portas do elevador se fecharam.

- Mas que mulher danada. – Conferi a hora – Eu não vou correr pela escada ou fazer essas loucuras. – Destranquei a porta e entrei novamente. – Sabe, Freud, preciso parar de sempre correr atrás dela. Advinha o que vou fazer agora?

O pequeno pássaro amarelo me olhou e soltou seu gritinho.

- Isso mesmo. Vou voltar a dormir. – Gargalhei sozinha.

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