20 CAPÍTULO - ATRIBUTO DOS FORTES

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20 de abril de 2018



- Nossa, doutora Lauren. Eu não tenho palavras pra agradecer à senhora. – Sua tia – Não sei nem como vou pagar...

- Faxina. – Falei.

- Oi? – Ele se assustou.

- Vai dar faxina lá em casa todo sábado pela manhã. – Caminhávamos pelo corredor do fórum.

- Mas aí vou ocupar o trampo da minha tia e desfalcar a grana dela.

- Não. Vou pagar ela normalmente. – Cumprimentei um outro advogado – Mas é você que vai trabalhar no lugar dela.

- Eita.

- É, Livinho. Eita mesmo. Te matriculei em um curso pré-vestibular.

- Oi?

- Em um curso de inglês também. – Eu observava o movimento de pessoas pelo corredor.

- Minha Nossa Senhora – Admirou.

- Todo sábado a partir das 14:00 horas.

- Mas...

- Mente vazia é oficina do encardido. A sua vai se ocupar bastante. Inclusive, você terá a companhia de uma moça nobre e agradável quando for para o inglês. – Saímos do prédio. – Esteja lá em casa às 07:00 horas para começar o serviço. Compre um caderno. Você será bolsista, portanto terá de cuidar com muito zelo de suas notas.

- Certo. Eu, eu nem sei o que dizer, outra vez. – Falou segurando o boné.

- Agradeça à Doutora Dinah, que tem excelentes contatos e conseguiu esse patrocínio para o seu estudo. – Toquei seu ombro e olhei em seus olhos. – Vai logo e entrega a cópia desse documento no seu serviço. Eu já conversei com seu chefe, mas cumpra as formalidades e com suas palavras explique a ele. Você não foi inocentado ainda. Isso aqui é uma liberdade provisória.

- A senhora contou que eu fumei? – Perguntou cabisbaixo.

- Sim.

- Eita! – Sorriu triste. – Vou fazer tudo certinho. Obrigado.

Chamei um táxi e parti para meu escritório. Já era quase hora de fechar, mas Dinah me ofereceu um suco na lanchonete do prédio e uma carona. Não dispensei.

- Sabe, Sapatânica. Acho que conheci alguém... – Ela tomou do seu suco.

- Hum. Danadinha. Assim que gosto. Menino ou menina? – Incentivei.

- Uma mocinha aí...- Falou desconfiada.

- É maior de idade? – Perguntei temerosa.

- Sim, sim. Esse não é o problema. – Tomou mais um pouco do suco. – Como é que vou te falar...? Ééé...

- Fala, Dinah.

- Eu estou com ci- u – me da Ma... ni..

- O quê? – Ela embolava a fala.

- Eu estou com ciúme, ciúme da Naurmone... – Bebericou.

- Naurmone? – Falei meu melhor "baleiês".

- Normani, cassete. – Falou exaltada.

- Eu sabia. Eu sabia. Você nunca superou aquela ficada do 7 período. Pensa numa chave de boc...

- Cala a boca. Fala mais baixo, pelo amor de Deus. Eu estou desabafando aqui. – Gargalhei e ela me beliscou.

- Mafriend, estava estampado em sua cara. Mas e a mocinha nova?

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