Capítulo 15

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Kelly: Como foi o fim de semana?-Dou de ombros.

Henrique: Poderia ter sido melhor.- Se um certo alguém não tivesse ficado me dispensando, penso comigo mesmo.

Kelly: Ah, isso não é bom.- Ela sorri -Mas tenho algo pra te animar. Minha irmã tá na cidade. Contei pra ela de você, e ela ficou doida pra te conhecer. Vai ficar lá em casa,comigo e com a Michelle…

Nem tem como não pescar a indireta.

Kelly:Ah. Bem…Falei que somos gêmeas?-Puta merda.

Kelly: Ah, e a Michelle tá lá em casa também…-Kelly pisca para mim. -As pessoas sempre dizem que três é o número mágico, mas acho que quatro é melhor ainda.

Espero meu pau reagir. Merda, mando ele reagir. Uma meia-bomba, uma coceirinha, uma contração que seja. Qualquer coisa, droga. Mas nada acontece ao sul do Equador. É como se meu equipamento tivesse parado de funcionar. Vamos lá, Míni Henrique, me ajuda, imploro, em silêncio. Estamos falando de sexo a quatro
aqui. Continua mole. Ao que parece, Míni Henrique não vai cooperar a menos que eu lhe dê o que ele quer. E, infelizmente, o que ele quer não é Kelly, nem Michelle, nem a irmã gêmea de Kelly.

É Aria Hayes.

Henrique: ideia parece… genial. Sério. Mas tenho que passar. Combinei de sair com um
amigo hoje.-digo, triste.

Kelly: Alguém que eu conheço?

Henrique: Hmm, talvez.

Henrique: Beau Maxwell. Ele é...

Kelly: quarterback do time de futebol americano- completa ela. Um brilho sedutor
ilumina seus olhos.

Kelly: Chama ele também. Cinco pode ser tão divertido quanto quatro…

Ai, caralho. Quero ficar com tesão. Rezo para que aconteça. Mas Míni Henrique não está nem aí. Com a frustração formando um nó no meu intestino, murmuro uma desculpa,peço para deixar para a próxima e disparo em direção ao meu carro, xingando meu pau o tempo todo.Chego ao Malone’s vinte minutos depois.

Henrique:Desculpa a demora- digo a Beau.

Henrique: O treino atrasou uma hora.

Beau: Relaxa. Acabei de chegar.

Para meu alívio, o copo de chope escuro na frente dele está quase intacto. Tiro a jaqueta do time e jogo ao meu lado no banco, e uma garçonete morena bonita se aproxima para anotar meu pedido.

Beau: Então, o que você tem feito?-pergunta Beau, assim que ela se afasta.

Beau: Não vejo você desde o final das provas.

Henrique:Eu sei, cara. Nossa rotina de treino tá brutal. Perdemos todos os amistosos da pré temporada, e o treinador Jensen tá tocando o terror.

Beau: Porra, sei como é. Deluca também tá tocando o terror.-admite ele, referindo-
se ao seu treinador.

Beau: A gente não tem a menor chance de chegar às finais. Que merda, não sei nem se a gente chega a passar para a segunda fase do campeonato.

Nunca o vi tão abatido, mas eu sequer posso contradizê-lo. O time de futebol americano já está com três derrotas nas costas. Uma ou duas e talvez eles dessem a volta por cima. Mas três derrotas praticamente eliminam as chances de classificação nesta temporada.

Os olhos azuis de Beau se escurecem à medida que ele dá um longo gole no chope e vira quase metade do copo. Entendo sua frustração. Sei o que é ser um jogador acima da média num time abaixo da média. Tudo bem que a temporada de hóquei acabou de começar e que os jogos da pré-temporada não contam para
classificação,mas o nosso esquema ineficaz e os treinos desajeitados não prometem tempos
bons. Por outro lado, somos tricampeões nacionais, então, se a gente não chegar às finais este ano, não vou perder meu tempo chorando na cama o dia inteiro. Talvez a
gente esteja destinado a uma temporada ruim. Pode ser o jeito de os deuses do hóquei nos
manterem humildes.

O DESAFIOOnde histórias criam vida. Descubra agora