(Aria) Capítulo 17

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Quando ouço a batida na porta, meu primeiro pensamento é que é o Paulo. Então torço para que não seja, porque depois da conversa bizarra e perturbadora que tivemos hoje de manhã não estou pronta para vê-lo.

“Eu te perdoo."Ele jogou as três palavras para cima de mim no instante em que atendi o telefone. E eu tive que me conter para não cuspir algo desagradável em resposta, porque o perdão implica que cometi um erro ao dormir com outra pessoa, o que não foi ocaso.

Não o traí. Não menti para ele, claro que não me orgulho de ter transado com Henrique logo depois de terminar com Paulo, mas não sou a primeira garota a tentar esquecer um relacionamento dormindo com outro, e sem dúvida não vou ser a última.

Ainda assim, apesar do ressentimento que o “perdão” provocou em mim, lá no fundo me deixou aliviada. Estou me sentindo superculpada pela noite com Henrique, então talvez a absolvição seja exatamente o que eu procurava quando confessei meu pecado a Paulo no outro dia.

O que não significa que eu esteja pronta para vê-lo cara a cara. Ele perguntou se a gente podia se encontrar para um café, alegando que tinha mais a dizer, mas que não queria fazer isso pelo telefone. Falei que ia pensar no assunto, agora, depois da segunda batida na porta, espero mesmo que ele não tenha decidido forçar a barra.

Eu me preparo para um confronto e abro a porta. Mas não é Paulo, é Henrique.

Henrique: E aí, gata?- Ele me oferece um sorriso e abre caminho para dentro da sala.

Henrique: A Hannan disse que você estava de mau humor, então resolvi dar uma passada aqui e colocar um sorriso nesse rostinho.

Aria: Não tô de mau humor.-resmungo.

Henrique:Melhor ainda... Me poupa o trabalho.- Ele abre a jaqueta e joga no braço do sofá.

Então tira a camiseta, o que o deixa com nada além da calça jeans desbotada.Olho para ele, incrédula.

Aria: Você tem mesmo que tirar a camiseta?

Henrique:Tenho. Não gosto de camisetas.-Ele não gosta de camisetas. Esse cara...droga, não sei o que pensar.

Ele se vira para o sofá, e o movimento da bunda musculosa na calça justa me faz
lembrar de como era forte quando a apertei. Em seguida, ele se acomoda nas
almofadas, o que faz com que o jeans estique na parte da frente, e agora estou
lembrando do jeito como minha boca salivou quando o pau de Henrique estava
dentro dela.

“Isso, gata. Chupa com vontade.”

A ordem rouca ecoou na minha mente. Meus lábios começam a formigar, porque,
nossa, eu chupei mesmo. Como se fosse um pirulito, um sorvete de casquinha e todas as outras gostosuras imagináveis, todas num só pau duro.

Merda, acho que posso estar corando, o que confirmo no instante em que Henrique pisca para mim. Será que sabe que estou pensando em fazer um boquete nele? Onde estou com a cabeça? Claro que ele sabe.

Um cara como Henrique provavelmente acha que todo mundo está o tempo inteiro pensando em fazer um boquete nele. Ele estende um braço ao longo do encosto do sofá e me chama com o outro.

Henrique: Eaí, não vai sentar?

Aria: Estou bem em pé, obrigada.

Henrique: Ah, sério? Eu não mordo.

Aria: Morde sim.-Seus olhos verdes se iluminam.

Henrique: Tem razão. Mordo sim.

O DESAFIOOnde histórias criam vida. Descubra agora