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Jeon Jeongguk tinha interesses imensos sobre assuntos diversos. Desde párvulo fora sempre do tipo questionador. Na sua concepção, se podia abrir indagações acerca de tudo. E foi nessa sua demanda por respostas que descobriu uma de suas maiores paixões.
Não, não era a astronomia. Periélio e afélio e desencontros durante equinócios e solstícios ja não lhe eram de todo interessante. Na verdade, recorria à astronomia justamente para buscar respostas para grandes incógnitas. Como por exemplo, como todo o universo cabia dentro de íris cor terra tão bonitas e pupilas escuras que se expandiam ao fitar-lhe.
Pois, para Jungkook, Park Jimin possuia galáxias dentro de si que tendiam ao infinito. E de frente ao enigmático sorriso do menino planeta, Jungkook pensou ter encontrado a respostas para todas suas indagações.
Grande erro cometeu. Park Jimin nunca fora teoria a ser estudada, era apenas um outro menino que girava junto com a Terra em rotação. Decerto existia certo mistério sobre si, as bochechas fartas que elmoduravam seu rosto, o nariz pequeno e perfeitamente afilado, as sardas escuras que se espalhavam por seus ombros, mãos diminutas e os cabelos.
Mas não era como um novo Sol, não era o Big Bang que iniciou o desenvolvimento do universo de Jungkook. Jimin não existiu para criar estrelas e planetas no aspirante a astrônomo. Na verdade, tudo sempre estivera ali, o que Park fez foi ajudar a iluminar as suas vias bagunçadas.
E Jungkook pode perceber isso mais tarde. Passando a amar suas órbitas desalinhadas e estrelas cintilantes. E foi ao notar isso que pode compreender que não, não fora criado para amar Park Jimin. Fora criado para se amar, e se unir a Park Jimin se assim fosse possível.
Pois, no final das contas, todos possuímos galáxias crescendo dentro de nós. Mente e coração como corpos celestes, calor e frio, brilho e escuridão. Claro, algumas podiam parecer maiores do que outras, mas todas bonitas a sua maneira.
E quando Jungkook chegou ao fim de sua jornada, depois de visitar cada planeta e tocar sua superfície, o astronauta perdido encontrou sua real missão. Conhecer-se.
Mas só por ser infinito sozinho não significava que não desejava expandir sua imensidão. De fato queria. Queria Jimin e seus cabelos Marte, queria rodopiar com ele e sentir o seu calor e frio quando preciso.
Então o fez. Fora diferente dessa vez. Quando segurou a mão de Park pela primeira vez, sentiu como eclipse raro. Mas, agora, era como casamento de galáxias espirais, tão extenso e denso amor.
Existiam só. Existiam juntos. Iluminavam-se.
Pois, no final, Park Jimin e Jeon Jungkook eram infinitos juntos. Satélites na mesma órbita, planetas vizinhos. Brilhantemente sombrios. Mescla de cores em nebulosas.
E ninguém jamais seria capaz de entendê-los em perfeição de detalhes. Ninguém jamais seria capaz de elucidar perfeitamente como dois escapistas se uniram em universos. Ninguém jamais seria capaz de contar em inteiro a história do menino curioso vivendo em planeta pequeno que se deparou com um céu estrelado passando a morar ali.
O que poucos sabiam era que a teoria sobre a grande expansão poderia ser facilmente explicada no amor do astrônomo curioso pelo seu corpo celeste difuso.
🌌🌌
fim?

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escapism
Poetry˗ˏˋ jikook | astronomy | shortfic ˎˊ˗ Todo este livro é nada, senão, a tentativa de pontificar e analisar os segredos desse ser tão esfíngico que conheci. Pois, apesar de ser difícil explicar os mistérios do universo, era ainda mais complexo explic...