Nossos Dias Infinitos

Capítulo 1 - Feliz aniversário, vadia.

Rose estava entediada. Sentia-se completamente irritada em ter que continuar ali, quando já havia deixado claro que não estava se divertindo, mais obviamente foi ignorada por todos os seus primos e agregados. Ninguém lhe dava atenção quando ela estava por perto e, talvez esse fosse o real motivo de todo desagrado em continuar ali.

Era aniversario de Dominique e todos pareciam simplesmente ter apenas olhos para ela, o que afinal de contas, era cotidiano. Rose podia fantasiar-se de Tio Voldy que as pessoas nunca lhe dariam atenção suficiente, não com sua prima oxigenada por perto.

Bufou irritadiça, enquanto entornava sua dose de whisky de fogo, James estava estranhamente próximo dela naquela noite e Rose odiava aquilo. Principalmente depois de ele ter confessado que estava interessado nela, por sorte, Dominique nunca pareceu dar atenção o suficiente para ele, ao menos até aquele momento.

Observou os dois trocando olhares demorados, enquanto enchia seu copo novamente. As pessoas ao redor deles pareciam dispersas o suficientes para não notarem, estavam entretidas demais com a musica e o clima agradável do Três Vassouras, porém, Rose estava atenta a qualquer movimento do casal.

Sentiu o bolo na garganta se formar quando viu James puxar disfarçadamente Dominique pro armário de vassouras escondido próximo ao banheiro, e antes deles fecharem a porta ainda conseguiu vislumbrar Dominique beijando-o.

A raiva ferveu seu sangue naquele momento, mais não se atreveu a levantar ou demonstrar qualquer sinal de tristeza, ela era orgulhosa demais para deixar que as pessoas vissem o quanto lhe atingiam.

Por um milésimo de segundo ela desejou ter a vida dela, era irritante, pateticamente irritante o fato de Dominique ser perfeita desde sempre. Primeiro era fodidamente linda, com aqueles cabelos lisos e louros, olhos azuis perfeitos e toda aquela aura de veela que percorria ela. As pessoas pareciam venera-la; era a mais estudiosa, a grífina perfeita, a amiga espetacular, a patricinha gostosa. Todos pareciam nunca enxergar nenhum defeito nela, era a queridinha dos tios, dos avós e dos primos.

Viveu boa parte da sua infância a sombra de Dominique, sempre obedecendo aos seus comandos por ser a prima mais velha e legal, e aceitando as sobras de atenção que as pessoas lhe restringiam quando ela não estava por perto.

Conseguiu desprender-se completamente dela quando finalmente foram para Hogwarts, com o pensamento de uma garotinha de onze anos, Rose sonhava com o dia que finalmente conquistaria seu espaço em baixo do sol, teria finalmente chances para mostrar todo seu valor e potencial, não precisava ser à sombra de Dominique.

Ela só não havia imaginado que seria a decepção da família. A primeira Weasley á ir para Sonserina, a primeira Weasley a ser amiga de sangues puros, a primeira Weasley a não corresponder às expectativas.

Não era a garotinha perfeita que seu pai sempre havia dito que era. Não era nada que as pessoas esperavam que ela fosse; não era inteligente quanto à mãe, nem uma ótima goleira de Quadribol como o pai, também não tinha interesse em Trabalhar no Ministério, nem muito menos passar boa parte da sua vida se colocando em risco por uma sociedade hipócrita.

Era definitivamente a mancha negra da família. A vadia, amarga, insensível, sonserina e dispensável.

Bufou, cansada de bancar a priminha feliz comemorando o fato de sua ex melhor amiga estar dando pro cara que até algum tempo atrás era seu namorado, e levantou-se carregando a garrafa de uísque consigo.

Havia  se cansado daquela maldita festa, pendurou sua bolsa a tira colo em seus ombros, enquanto tateava pelo maço de cigarros que havia jogado dentro dela algumas horas antes, alcançando a porta do Três Vassouras, saiu sem olhar para trás, irritada, tentando ascender o seu cigarro, lutando contra o vento irritante que ricocheteava contra ela, apagando a chama do ísqueiro.