25°Capítulo

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- Mãe, posso ir dar uma volta? - pergunto depois de a ajudar a arrumar a cozinha.
- Estás de castigo, ou não ser que queiras ir dar essa volta comigo! - diz a minha mãe rindo.
- Não, obrigada, prefiro ficar no meu quarto! - digo batendo com a porta da cozinha.
Entro no meu quarto e vou ver à minha agenda se tenho alguma coisa marcada para esta semana, se tiver tenho que desmarcar por causa deste castigo estúpido.
- Não me acredito! - sussurro para mim mesma. Tenho quatro testes está semana: de Filosofia, Matemática, Biologia e de Físico-química.
Tenho que começar a estudar, vou começar por Filosofia, visto que é o primeiro teste desta semana.
Pego no livro de Filosofia e folheio-o até encontrar a matéria que estamos a dar, o problema é que não sei qual é a matéria, não tenho estado atenta nas aulas. Vou ligar à Chris para ver se ela sabe:
- Estou! - digo um pouco mais aliviada por ela atender.
- Sim! O que se passa? - pergunta.
- Olha, tu sabes que páginas são para estudar para Filosofia? - pergunto sentindo-me parva.
- Parece que alguém anda desatenta nas aulas! - goza ela.
- Pois, parece que sim! - digo.
- É da página 210 à 240. Não sabia que andavas desatenta nas aulas, ai a menina! - brinca ela.
Rio-me.
- Já estudaste? - pergunto.
- Estou quase a acabar! Só tenho que dar uma pequena revisão! - responde calmamente.
- Ah! Acho que é melhor começar a trabalhar! - digo levando as mãos à cabeça.
- Também acho que sim! - diz ela.
- Obrigada! Adeus! - despeço-me.
- Adeus e tem calma! - despede-se ela.
Desligo o telefonema e sento-me na secretária e penso: Ainda bem que estou de castigo! Se não estivesse de castigo, não tinha ido à minha agenda e não teria viste que tenho QUATRO testes esta semana. Só para não falar que se não estivesse de castigo andaria por aí a passear!
Vou à página 210 do livro de Filosofia e sublinho o que considero mais importante e resumo isso no meu caderno de estudos.

Faço resumos até à página 220 e farto-me de estar aqui sentada, sem fazer mais nada para além de fazer resumos de Filosofia. Então pego no meu telemóvel e dou uma vista de olhos às minhas redes sociais, mas não me aparece nada de interessante.
- Arley! - chama a minha mãe.
- Sim! - respondo e desço até meio das escadas para ouvir o que ela quer.
- Eu vou almoçar shopping, queres vir comigo? - pergunta a minha mãe.
Obviamente que quero, mas tenho que estudar, detesto quando me colocam nesta situação.
- O pai também vai? - pergunto.
- Como ele está na tal instituição, ele vai lá ter às 17:30. - responde.
- Não, eu não vou. Tenho que estudar, tenho quatro testes está semana. - digo triste.
- Se quiseres podemos ir na próxima semana. - sugere a minha mãe.
- Sim, pode ser, obrigada! - agradeço.
Volto para o meu quarto e continuo o meu estudo. Sinto-me tão desmotivada. Ainda para mais vou ter exames, que seca!

Já se passaram duas horas desde que comecei a estudar e parece não estar a evoluir muito.
O meu telemóvel toca e vejo que é um número anónimo, mas ainda assim atendo:
- Estou?! - pergunto.
- É a Arley? - pergunta alguém do outro lado com um modificador de voz.
- Sim. Quem fala? - pergunto.
- Não precisas de saber isso, apenas precisas de saber que vais sentir a falta de alguém! - responde-me ameaçadoramente.
A chamada é desligada e começo a sentir-me assustada e não sei o que fazer, nem sei como posso proteger as pessoas que amo.
Tento abstrair-me da chamada, espero que seja uma brincadeira de mau gosto, mas... e se não for?
- Arley! - chama a minha mãe.
- Sim?! - respondo.
- Anda aqui!
Desço as escadas e vou até à cozinha onde se encontra a minha mãe.
- Não achas que devíamos falar sobre a tua faculdade? - pergunta a minha mãe.
Sento-me à mesa perto da minha mãe e digo-lhe calmamente:
- Mãe, já está decidido, eu vou para a PADI!
- E quando vais? - continua ela.
- Não sei, talvez um mês depois das aulas acabarem - respondo.
- Ai, filha, eu vou ter tantas saudades tuas! - diz a minha mãe.
- Não comeces com isso, mãe! - peço engolindo a seco.
- Adoro-te, meu amor! - continua ela.
Abraço-a e digo:
- Adoro-te!
Vou para o meu quarto e envio uma mensagem ao Jason: "Estou assustada! Preciso de falar contigo... Responde logo que puderes!"
E ele responde imediatamente: "Estou aqui, podes falar!"
Eu:"Recebi um telefonema anónimo que me ameaçou dizendo que iria sentir a falta de alguém."
Jason:"Não penses muito nisso... De certeza que é uma brincadeira de mau gosto!"
Eu:"Pois...pode ser e pode não ser. E tenho medo que estejam a falar de ti!"
Jason:"Eu tenho cuidado, não te preocupes!"
Eu:"Prometes?"
Jason:"Prometo!"
Depois de toda a conversa, deito-me na cama e fico a ouvir o som do silêncio, o som mais reconfortante.
Repentinamente lembro-me que ainda não acabei de estudar Filosofia e tenho que o fazer.
Olho para o meu relógio e vejo que são 18:30 e o meu pai já deveria estar em casa.
- Arley! - chama a minha mãe pela enésima vez, mas agora está muito aflita, percebo pelo seu tom de voz - Vem aqui!
Desço as escadas, entro na cozinha e vejo os olhos da minha mãe inundados de lágrimas.

Todos os dias são um bom dia para chorarOnde histórias criam vida. Descubra agora