16°Capítulo

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Arley

Acho que este foi o momento mais romântico que já tive.
Pergunto-me se ele sente o mesmo que eu sinto por ele.
Mas lembrei-me do meu maior problema...a Angie. É graças a ela que eu me estou a aproximar do Jason, mas não era esse o objetivo, o objetivo era apenas ele colaborar comigo e eu com ele para tentar trazer a Angie de volta.
Neste momento ainda estou sentada nas escadas do pavilhão, mas sem o Jason, ele disse que tinha de ir, não faço ideia para onde foi, nem o que foi fazer, mas também, isso não é da minha conta.
Pego no meu telemóvel e vou ao Instagram para ver se a foto já desapareceu, mas ainda está lá, vou esperar até amanhã.
- O que fazes aqui sozinha? - pergunta a Chris, também sozinha.
- Não sei, acho que estou apenas a pensar. - respondo - E tu, que fazes sozinha?
- Vim aclarar as ideias e encontrei-te aqui! - responde com o seu grande sorriso. - E em que estás a pensar, alguma coisa em que possa ajudar? - pergunta sentando-se ao meu lado, no mesmo sítio onde esteve o Jason.
- Não, não te preocupes, não é nada.- respondo, para não ter que explicar o que aconteceu aqui com o Jason. - E tu, em que pensas?
- Na minha mãe. - diz-me baixinho - Ela foi ontem para o hospital, desmaiou quando estava a fazer o jantar e os médicos ainda não sabem o que ela tem, ela ainda está em coma. - parece que há pessoas com problemas bem mais sérios que os meus.
- Lamento imenso! - digo, ainda sem saber bem o que vou dizer. - Vais ver que quando a tua mãe acordar, vai estar melhor que nunca. Tens que pensar positivo! - penso se isto a consolou.
Oh não...ela está a chorar, não era isto que pretendia, era exatamente o contrário. Como não sei o que fazer mais, abraço-a.
- Obrigada, Arley! - diz-me limpando as lágrimas.
Levanto-me, olho para ela e digo:
- Vens comigo?
- Onde vamos? - pergunta-me.
- Dar uma volta por aí! - respondo.
- Está bem, eu vou contigo! - responde levantando-se.
Saímos da escola, caminhamos entre ruas e ruínas, até que finalmente, chegamos a um café, onde nos sentamos para descansar e conversar um pouco.
- Como estão as coisas com a Angie? - pergunta.
- Nada bem, suponho! - respondo - Penso que ainda está zangada comigo por uma coisa que não fiz, o pior é que só faltam dois dias para a sua ida para França! - respondo colocando a mão na testa.
- Nem sei o que te di... - é interrompida pelo meu telemóvel que acaba de receber uma chamada do Jason. - Atende! - pede sorrindo.
- Não te importas?
- Claro que não.
Levanto-me e atendo o telemóvel.
- Estou?! - ouço do outro lado da linha.
- Estou, Jason! - respondo - O que se passa?
- Eu... - a sua voz treme, então, percebo que está nervoso - ... já fui a casa da Angie! - continua com a voz trémula.
- Como correu? - pergunto na esperança de ter boas notícias.
- Estou no portão da escola, podes vir para aqui? - as minhas esperanças já desapareceram e sinto que vou chorar, mas tento aguentar-me.
- Claro, vou já para aí! - respondo, também nervosa.
Vou a correr até à mesa onde está a Chris.
- Eu tenho de ir já para a escola, vens comigo, ou ficas aqui? - pergunto cheia de pressa.
- Eu vou contigo! - responde aflita sem saber o que se está a passar.
Vamos a correr pelos mesmos caminhos que percorremos para aqui chegar.
Acho que nunca estive com tanta adrenalina como estou agora.

Finalmente chegamos à escola.
Ofegante, paro e ali está ele, em frente do portão, com as mãos na cabeça, caminhando de um lado para o outro, aflito.

Todos os dias são um bom dia para chorarOnde histórias criam vida. Descubra agora