Filho de Apolo: A Busca [Concluída]

Prólogo

Eu andava rapidamente pela rua escura. Não era seguro uma mulher andando sozinha a essa hora da noite. Apressei o passo para chegar ao ponto de ônibus. Mas, no meio do caminho esbarrei em um homem. Por conta do escuro, eu não o vi. Eu me abaixei rapidamente para pegar meus livros no chão.

- Desculpe, eu não vi você. - Falei ainda de cabeça baixa.

O homem se abaixou a minha frente, e pegou um dos livros.

- Ah, você estuda música? - Ele perguntou surpreso.

- É, eu estudo.

Ele me entregou meu livro e eu me levantei.

- É perigoso andar sozinha por aí Eduarda. - O rapaz disse sério.

- Como sabe o meu nome? - Eu apertei meus livros contra mim.

O homem riu. Uma risada normal, mas mais suave.

- Estava escrito no seu livro. - Ele sorriu.

- Ah. - Eu pisquei algumas vezes. - Tenho que ir agora.

- Eu posso te acompanhar? - Perguntou.

Eu o olhei. Por conta do escuro, eu não podia ver direito seu rosto, nem seus traços.

- Eu não sei...

- Ei, eu só estou tentando ser legal e te acompanhar até o ponto de ônibus. - Ele levantou as mãos em sinal de rendição.

Eu não deveria aceitar, mas achei que fosse melhor do que seguir até lá sozinha. Suspirei.

- Tudo bem.

- Ótimo. - Ele deu uma leve risada. - Eu sou Apolo.

- Prazer Apolo. - Sorri.

- Sabe, eu não te encontrei por acaso. - Ele disse enquanto caminhávamos até o ponto de ônibus. - Eu sabia que você estaria ali.

O pânico tomou conta de mim. Ele era um psicopata? Um estuprador? Um assassino? Um ladrão?

- C-como? - Guaguejei ao perguntar.

- Bom, eu estava te esperando.

Nós passamos em baixo de um poste de iluminação. Eu pude vê-lo agora. Seus cabelos eram loiros e lisos, seus olhos eram claros, e seu rosto... Era simplesmente lindo.

- Quem é você afinal? - Perguntei estacando no mesmo lugar.

Ele ficou de frente para mim, e abriu um sorriso muito, muito brilhante.

- Acalme-se. - Ele colocou as mãos na frente do corpo. - Eu sou Apolo, um deus.