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Alguém bateu na porta. Minha mãe se levantou e a abriu. Um menino, talvez da minha idade estava parado ali.

- Já? - Minha mãe perguntou aflita.

- Sim, quanto antes melhor. - O menino olhou para mim.

- O que está acontecendo mãe? - Eu me levantei e caminhei até ela.

- Bom, você deve ir com Leo, ele vai te explicar melhor.

- Como assim? - Perguntei.

- Vamos arrumar suas coisas. - Ela saiu andando para o meu quarto.

Eu a segui. Ela tirou todo meu material escolar da minha mochila, e começou a enchê-la de roupas.

- Mãe! - Gritei.

- Não me faça perguntas Gustavo, você têm que ir. - Ela me entregou a mochila, já pronta.

- Ir pra onde? - Perguntei.

- Pro Acampamento-Meio-Sangue. - Disse o rapaz, ele ainda estava parado na porta.

- Quê? Acampamento? Mãe, não estou entendendo nada! - Eu bati os pés.

Minha mãe pegou em meus ombros, e sorriu.

- Olha filho, seu pai não é um pai comum.

- Então o que ele é? - Perguntei.

- Um deus. - O rapaz disse naturalmente.

Eu comecei a rir. Minha mãe me olhou séria.

- Você está brincando não é? - Perguntei e ela negou.

- Ele é um Deus sim filho. - Ela olhou em meus olhos.

- Quem? - Perguntei. - Que Deus?

- Apolo. - Ela sorriu.

- Oh, dessa eu não sabia. - O tal Leo estava surpreso, ainda parado na porta de entrada. - Você têm certeza disso Eduarda?

- É claro que tenho! O pai dele é Apolo. Ele veio até mim a 18 anos atrás!

- Devemos ir logo, têm monstros se aproximando. - Leo olhou para o corredor que levava ao elevador.

- Filho, vá com ele. - Pediu minha mãe.

- Mas... E você? - Perguntei.

- Eu vou ficar bem. - Ela beijou minha bochecha. - Você volta logo.

- É melhor irmos logo Gustavo, tem monstros se aproximando. - Leo disse assustado.

- Ok, isso tudo é loucura! - Eu pus a mochila nas costas. - Mas eu vou.

- Ótimo. - Minha mãe sorriu. - Eu te amo.

- Eu também te amo.

- Vamos! - Leo chamou.

Eu dei um último abraço em minha mãe, e segui o tal Leo até o elevador.

- Que acampamento é esse? - Perguntei.

- É para pessoas especiais. Assim como você. - Ele me olhou. - É para semideuses.

- O que é um semideus? - Franzi o cenho.

- É a prole de um deus e um humano.

- Ah. - Foi tudo o que eu consegui dizer.

A porta do elevador se abriu.

- Tudo bem, vamos pegar um táxi até Long Island. - Leo olhou ao redor quando chegamos à rua.

- Long Island? - Perguntei.

- O Acampamento-Meio-Sangue fica lá. - Ele acenou para um táxi que passava. - Vamos.

Eu entrei no táxi logo atrás dele. O inverno em Nova Iorque tinha chegado. A neve branca e brilhante caia por todo lugar. O vento era frio, mas eu não me importei.

Filho de Apolo: A Busca [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora