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Beck e eu lutamos espada contra espada, por umas duas horas. Ela era boa, eu consegui me virar. Ela se defendeu de um dos meus golpes, quando a trombeta tocou.

- Hora do almoço. - Ela sorriu ofegante.

- Ainda bem, estou morto. - Limpei o suor do meu rosto.

- Vai se acostumando. - Ela riu.

Nós dois seguimos até o refeitório, assim como os outros.

- Como foi seu primeiro dia no acampamento até agora? - Perguntou Austin.

- Bem. - Sorri. - Consegui sobreviver.

- Aqui é moleza, o difícil, é fora dessa barreira mágica. - Raphael disse.

- Isso é verdade, lá fora, os perigos são mais reais. - Will disse.

Nico estava sentado conosco, ele comia lentamente seu almoço, em completo silêncio.

**

Depois do almoço, eu fui chamado até a Casa Grande. Segundo Drew, que me deu a notícia, Quiron queria falar comigo.

- Sente-se Gustavo. - Quiron apontou para o sofá.

Na sala, logo a cima da lareira, uma cabeça de leopardo dormia. Eu tinha a leve impressão de que aquilo respirava.

- Bom, eu lhe chamei aqui, pois tenho uma tarefa para você fazer.

- Qual?

- Bom, um meio-sangue, assim como você, precisa chegar até nós.

- Uma busca?

- Sim. Uma busca.

- Mas... Eu acabei de chegar... Não é melhor um semideus mais experiente que eu ir?

Quiron sorriu e mexeu suas mãos.

- Bom, você é o primeiro filho de Apolo que é proclamado junto com uma proteção até agora.

- Proteção? - Perguntei.

- Quando você estava lutando com Alexia.

- Ah, claro...

- A propósito, ela está disposta a lhe acompanhar.

- Me acompanhar? - Franzi o cenho. Porque ela iria querer me acompanhar?

- Sim, somente se você aceitar.

- Eu... Posso pensar no assunto?

- É claro que sim. Mas você têm até amanhã a noite.

- Eu vou pensar.

Eu deixei a Casa Grande e fui até o meu chalé. Assim que abri a porta, encontrei Austin ali.

- Oi. - Falei envergonhado.

- Oi. - Ele sorriu. Austin usava trancinhas que pareciam DNA, ele não se parecia muito com os outros. Na verdade, nenhum de nós nos parecíamos. - Will pediu para eu lhe avisar que a noite teremos música ao redor da fogueira. - Ele disse enquanto arrumava sua cama.

- Parece legal.

- É sim. Bom, já estou indo.

Ele saiu e eu me deitei em minha cama. Devo ou não ir nessa busca?

**

Acordei com alguém me balançando.

- Já está na hora do jantar dorminhoco. - Raphael riu.

- Dormi muito.

- Deu pra perceber.

Eu e ele seguimos até o refeitório e logo após o jantar, seguimos até o centro dos chalés. Ali ficava uma fogueira, que não parava de queimar. Segundo Beck, era a fogueira de Héstia. Nós nos sentamos ao redor dela e ficamos a noite toda cantando e tocando músicas de acampamento. Eu nunca tinha cantado para outras pessoas assim, mas não me senti envergonhado. Ao contrário, eu me sentia em casa. Com todos aqueles novos amigos, e meus irmãos.

Filho de Apolo: A Busca [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora