Brincando De Amar

Trabalho em dupla

       Capítulo quatro, Sophia

   Acordei e fui em direção ao banheiro, tranquei a porta e enchi a banheira com água quente. Me despi e entrei na mesma, sentindo meus músculos relaxarem ao entrar em contato com a água quente.
   Após o banho, me enrolei na toalha e saí do quarto. Me vesti com uma calça jeans Skinner azul clara e uma blusa branca com as mangas vermelhas, por cima meu moletom. Calcei meu ALL star preto cano médio e soltei os cabelos do coque, quando me dei conta, Ester estava já pronta, com uma blusa preta e uma calça jeans justa azul escuro rasgada nos joelhos e um tênis ALL star branco, com uma blusa quadriculada, vermelha e branco, amarrada na cintura, seu cabelo loiro caramelo estava amarrado em um alto e frouxo rabo de cavalo, passou um delineado gatinho e rímel, lápis marrom e uma sombra rosa claro e simples nos olhos, destacando o verde de suas íris.
   _ Meu Deus, ela tá gatona. - falei e sorri.
   _ Obrigada amiga, você também está maior gata. - disse e me cumprimentou com um toca aqui - Mas, passa isso, pelo ao menos. - disse me entregando um glos transparente com brilho e um rímel, acompanhado de um lápis preto.
   _ Mas Tetê! - reclamei
   _ “Mas”, nada, vai destacar seus olhos. - disse.
   Bom, eu tenho uma pele um tanto clara, só que com um caramelado por causa do sol e da praia, meus olhos são castanho escuro com um azul em volta da pupila e meus cabelos azul escuro, que logo se tornaria castanho chocolate com mexas verde, vermelha e azul!
   _ Taa! - resmunguei e fui em frente ao espelho da penteadeira. Passei tudo e então fui até Tetê.
   _ Agora vem cá. - disse me arrastando até o espelho de corpo inteiro que tem no quarto - Tá gata! Arrasou amiga. - disse me girando.
   Parei em frente ao espelho e me olhei.
   _ É... até que estou bem jeitosinha... - falei e sorri com o resultado.
   _ Quê isso amiga, jeitosinha e a caceta! Você tá Maraaa! - exclamou animada.
   _ Bom, vamos? - chamei pegando a mochila.
   _ Sim. - disse e pegou sua bolsa em uma cadeira.
                               °  °  °

   Ao chegar na escola, eu e Tetê fomos preencher os documentos dela, acertamos tudo e fomos pra sala. Vi Alexy sentado com um garoto de cabelos platinados, literalmente brancos, então me sentei com Ester em uma outra mesa.
   Alexy cumprimentou Ester e Ester fez o mesmo, então a aula começa...
    Não se passaram dez minutos e senti uma bolinha de papel me acertar. Abri o papel e li o que estava escrito.
   “ De Anna, para a nerd.
Ei nerdzinha, descidiu ser menos esquisita? Está arrumadinha hoje. Rsrs..."
   Embolei a bolinha novamente e me levantei para jogá-la no lixo.
   _ Srt. Philip, vai querer explicar a matéria? estou vendo que está de pé.- disse a professora olhando para mim.
   _ Jogaram uma bolinha de papel em mim, fui jogar no lixo. - fui direta e voltei pro meu lugar.
   _ Quem? - quis saber olhando para a turma.
   _ Estava escrito o nome da Anna no topo. - ela pegou a bolinha de papel no lixo, desembolou e leu-a.
   _ Ora, ora, Srt. Martín, pegue suas coisas e vá já para a diretoria. - falou.
   Anna fez oque a Sra. Santos falou, mas na porta me lançou um olhar como quem diz “Você vai morrer”. Não tô nem aí.

                             *    *   *
   Depois do intervalo, vieram mais aulas chatas, e eu dormi em todas, levei um bilhete por isso, mas e daí? Eu que sou responsável por mim, moro sozinha.
   Sem contar que se algum dia precisasse da assinatura do meu pai ou da minha mãe, eu sei copiá-las facilmente.
   Depois das aulas eu e Tetê fomos para casa, mas não sem antes receber uma notícia que acabou comigo!
   _ Nerd! - ouvi uma voz famíliar masculina, e rouca, gritar.
   Me virei para trás e vi Rafael...que maravilha.
   _ Oque você quer? - perguntei, o mesmo se aproximou de mim e colocou as mãos em minha cintura, me aproximou e selou nossos lábios. Eu estava acostumada com essas provocações.
   _ "Oque você quer?" - repetiu minha pergunta duvidoso - Assim me ofende.
   _ Não perguntei, agora diz oque você quer. - falei me soltando dele.
   _ A professora de matemática, Srt. Costa, nos colocou para fazermos um trabalho em dupla, eu e você. - falou.
“ Sabia que aquele selinho era por algum motivo, quando não é pra provocar é pra pedir alguma coisa.”
  _ Eu não vou fazer sozinha. - falei.
  _ Certo, certo, que horas posso ir a sua casa? - perguntou sem resistir.
  _ Hum...- olhei o celular, Ester iria fazer trabalho na casa de Jack as duas da tarde , depois iria para o trabalho e então...voltaria entre seis e sete horas...- pode ir entre as três horas até as cinco. - falei e guardei o celular.
   _ Certo menina. - falou e montou na moto estacionada ali na calçada.
    _ Até mais tarde. - falou e se inclinou pro lado me puxando pela gola do moletom até seus lábios.
   “ Esse garoto me confunde...”
Deu a partida e foi embora cantando pneu.
   Olhei para o relógio e vi que já eram meio dia. Ester já devia ter feito o almoço, falei para ir pra casa primeiro já que iria passar na padaria pra comprar alguns doces.
   Comprei sonho, sorvete e balas.
   Peguei meu fone de ouvido e liguei o celular na música " Break my heart", de Hey Violete. Aquela música e bem parecida com a situação que eu vivo com minha paixão.
   Um jogo de amor, ele vive fazendo isso, para todos, ele namora com Anna, mas vive me puxando para ele, os dois, Anna e Rafael, são um casal de fachada, os pais não sabem que Anna e maior piranha, que sai e fica com qualquer um, assim como os pais de Rafael não sabem que ele fica em grude comigo. Eu não resisto e nem falo nada, não me importo. Se ele diz que não me ama, caguei, se diz que não se importa comigo, andei, diz que tudo o que nós somos e vivemos e um jogo, uma brincadeira, caguei e andei.
   No fim disso tudo, já não me importo com nada.
   Ao chegar em casa, tinha um bilhete na porta do quarto.
   “ Vaca, sua linda, aqui é sua amiga, Ester, então vaca, eu tive que sair mais cedo pra fazer o trabalho, desculpe não podermos almoçar juntas, beijos, te amo.”
   Tá neh.