Senha

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   Capítulo 15_ Rafael

   Dei partida na moto e Sophie se segurou em mim apertado e afundou o rosto em minhas costas...As vezes eu odeio esse lado medroso dela...Por mais que seja quase um milagre ela sentir medo.
   Cada segundo que eu acelerava, ela soltava um grito abafado em minhas costas e se segurava mais firme e duas a três vezes cravou as garras que chama de unha em mim. Olhei pro lado no sinal parado e vi a moto de Damien, ele olhou pra garota na minha garupa e levantou o capacete, observou Sophia ofegante de medo. Olhou pra mim com uma sombrancelha arqueada e sorriu apontando pra Sophia com o olhar. Temos que combinar, Sophia e uma garota bonita pra caralho. Ele nunca mexe com as meninas nem nada, ele não se importa, não vê graça, elas são oferecidas de mais, ao seu ver.
   Mas eu sabia o que ele estava pensando : “ Cara, vacilão. Essa vale a pena. ”
   Conheço meu amigo, e ele sabe que Sophia e uma garota excepcional.
   Damien colocou o capacete e assenou, querendo dizer que depois iria passar na minha casa. O sinal abriu e ambos seguimos caminho. Tenho certeza que ele levou outra detenção por falar alguma coisa que não devia, para sua sorte, ele sabe falsificar a assinatura dos pais, e eles na maioria das vezes estão viajando a trabalho, então ele fica sozinho em casa cuidando da irmã.
   •••°°°•••
   Quando chegamos na minha casa, Sophia desceu cambaleando da moto e segurou em uma pilastra na estrada... Por que caralhas temos pilastras em casa?
   Subimos pra meu quarto, aproveitando que ainda estavam todos dormindo. Ela deixou a mochila jogada no chão e se sentou na cadeira giratoria na frente do computador, e passou o olho em cada canto do quarto.
   _ Você não é nem um pouquinho folgada, não é? - perguntei irônico.
   _ Não ligo, você que me trouxe pra cá. - jogou e virou-se pro computador ligando e batendo a senha.
   _ Como sabe minha senha? - perguntei.
   _ Não coloquei sua senha, coloquei um código que bate ela e destrava o computador. - falou e entrou no navegador.
   _ Então...qual era minha senha? - perguntei. Eu sabia que ela estava mentindo. Sophia é inteligente, mas não usa essa inteligência em coisas banais. Ela suspirou pesado e se virou pra mim, me encarou e fechou os olhos. Prendeu os cabelos em um coque frouxo, que permitiu duas mexas fugirem. Abriu os olhos azuis e me encarou.
   _ Por que sua senha é meu nome? - quis saber.
   _ Gosto do teu nome. - justifiquei - Como sabia que minha senha é teu nome? - perguntei.
   _ Foi um chute, a dica era " Seis letras". - disse entrou no YouTube.
   _ Podia ser meu nome, R A F A E L ! - citei.
   _ É...mas seria muito óbvio. - falou e colocou uma música.
   _ Não acha que está se sentindo muito avontade, não? - joguei e sorri tirando a blusa.
   _ Você se importa, por acaso? - quis saber.
   _ Não, na verdade, não. - falei e entrei no banheiro, tomei uma ducha rápida e sai com a toalha no quadril.
   _ Com licença, vou me trocar. - falei vendo a mesma virar-se para mim.
   _ Por que não se trocou no banheiro? - perguntou sem expressão.
   _ Então, esse quarto é meu, sabe? Mas se quiser ficar... - sorri de lado. Ela se levantou e andou até a porta.

Brincando De AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora