Brincando De Amar

Denúncia

        Capítulo cinco, Rafael

   Depois da aula, fui avisar a nerd sobre nosso trabalho, que faríamos juntos. Percebi durante o intervalo que ela estava maquiada. Não ficou ruim, mas eu ainda a acho mais bonita sem essas coisas. Ela é bonita, não precisa dessas coisas e produtos.
   Quando cheguei em casa, vi meu pai na mesa do escritório. Minha mãe já devia ter ido viajar... Fui até meu pai, para sebar por que ele não estava trabalhando.
   _ Pai, o que aconteceu? - ele me dá um belo de um murro na cara.
   _ “O que aconteceu?”, eu que pergunto! Edgard foi te buscar no colégio e quando chega me diz que viu você aos beijos com aquela menina garçonete! - gritou, se referindo a nerd.
   _ E daí? Ninguém viu! - falei e dei meia volta, ele puxou-me pelo braço.
   _ Edgard viu, e se alguém além dele tivesse visto? O que diriam? O que sairia em um jornal se algum paparazzi tivesse lhes visto? O que a Srt. Martín diria? - perguntou, se referindo a Anna.
   Ela sabe, seu burro! Assim como eu sei que ela saí com outros caras por aí, otário!
   _ Você vai se casar com a Martín, querendo ou não, ela sim tem classe, vem de uma boa família. - falou, agora se referindo ao dinheiro e ao fato de Anna ser modelo das empresas do pai.
   _ Anna? É só uma qualquer que ataca a garganta do primeiro que vê! - bradei.
   _ SEU INGRATO! Eu compro tudo do bom e do melhor, arrumo as classes de amizade mais altas pra você, uma linda e rica namorada, e é assim que me agradece?! - berrou.
   _ OBRIGADA, POR NADA! - gritei e fui em direção ao corredor que chegava ao meu quarto. Bati a porta e soquei a parede, oque fez com que minha estante de livros tremesse derrubando alguns livros no chão.
   Aquele animal, nunca fez nada de bom, nem pra mim, nem minha mãe e nem mesmo minha irmã....MINHA IRMÃ!
   Elizabeth ficou o dia inteiro aqui sozinha com aquele doente mental!
   Corri em direção a porta e a bati com força ao sair, andei com mais pressa do que um jato para chegar ao quarto de Liz.
   Abri a porta rapidamente e corri o olhar pelo quarto, vi Liz vindo da sacada.
   _ Oi mano, tá tudo bem? Ouvi você e o papai gritar. - disse vindo até mim com um olhar preocupado. Peguei-a no colo e sorri.
   _ Está, tudo está bem, Liz. - falei abraçando-a.
   _ Mano, o papai te bateu também? - perguntou apontando para meu olho que devia estar um pouco encha... COMO ASSIM “ TAMBÉM ”?
   _ Elizabeth, ele te bateu? - perguntei assustado, eu suportaria tudo por minha irmã, mas se aquele ser tocasse-a, eu não iria deixar por assim mesmo.
   _ Sim...- disse de cabeça baixa.
   _ Por que? - perguntei alterado, mas sem levantar o tom de voz - Só um segundo...- tranquei a porta do quarto
   _ Eu fiz lasanha de novo, e quando fui levar pro papai, acabei derrubando sem querer no computador dele... Aí ele me bateu com aquela vara velha... - disse lacrimejando.
   _ Elizabeth... Você gosta do Vovô e da vovó Colin? - perguntei me referindo aos nossos avós maternos.
   _ Sim, o vovô sempre compra muitos doces e leva a gente pra passear - sorri com sua animação - e a vovó sempre faz coisas gostosas pra gente comer. - disse alisando a barriga.
    _ Você ia gostar de eles viessem morar aqui com a gente, pra sempre?! - perguntei  e sorri forçado
   _ SIM! - exclamou.
   _ Agora, primeiro, onde o papai te bateu? - perguntei amedrontado , seu sorriso se desfez.
   _  Aqui...- disse e levantou o vestido, deixando a mostra marcas fortes e roxas em suas perninhas. Chorou.
   _ Você ia gostar se o papai ficasse muito tempo fora?- perguntei, torcendo pra que dissesse que sim.
   _ Um tempão?!  - perguntou animada.
   _ Sim.
   _ Iria! Aí ele não ia mais te bater por você ficar com a moça bonita. - disse.
   Fique cinco segundos tentando entender quem é a moça bonita. Sophia.
   _ Você acha ela bonita, Liz? - perguntei rindo.
   _ Sim, e você também, se não não ficaria com ela. - disse...mas como ela sabe?
   _ Como sabe disso? - perguntei.
   _ Um dia, eu estava com a vovó no parque em frente ao seu colégio, e vi você com ela, ela muito mais legal que a Anna. - disse - quando eu fui falar com ela, eu perguntei se vocês estavam namorando, ela riu e disse que quando isso acontecesse, ela iria ser loira de olhos azuis com o nariz plastificado. - falou - Depois ela perguntou o que eu tava fazendo sozinha, e eu disse que tinha me perdido da vovó, então ela disse que me ajudaria a achar a vovó, mas antes me levou pra tomar sorvete. - disse sorrindo - perguntou por que eu queria saber se ela tava namorando com você, e eu disse que e por que você é meu irmão, e por que ela era bem mais bonita e legal e gentil do que a outra namorada dele... então eu perguntei por que você beijou ela, ela disse que com muito respeito, e por que você é idiota, e ela é trouxa.
   _ Ela...? - meu coração apertou - Bom, vamos sair um pouquinho. - sorri e peguei-a no colo.
   Levei minha irmã até a casa de Sophia.
Ela ficou um pouco surpresa.
   _ Está de babá hoje? - perguntou sem expressão nenhuma, como quando sempre.
   _ Pode cuidar dela por um momento, por favor, nerd...Sophia! Por favor. Eu preciso ir até um lugar...- falei com desespero.
   _ Eu cuido dela, mas não vai ser por você, vai ser por ela, me preocupa ela ser sua irmã. - exclareceu fingida. Como eu soube? Ela mudou o tom de voz...deixou a ironia e orgulho, deixou seu lado frio e seco, e demonstrou preocupação.
   _ Obrigado. - falei e sorri, deixei Liz no chão e beijei o topo de sua cabeça - Não se preocupa, vai ficar tudo bem, tá? Eu prometo. - falei e corri pra moto.