Há um tipo de ironia nas Flores
Eu tenho uma flor artificial na minha mesa.
Ela está sempre bela e impecável.
Mas ela não está viva.Minha mãe tem um canteiro de flores vivas.
Flores que duram por pouco tempo.
Tem seu ápice de beleza e depois murcham facilmente.
Mas elas sempre voltam assim como sempre vão.Eu acho que isso diz muito,
Sobre mim e sobre ela.
Ela já se acostumou com a dualidade da vida.
Existem Primaveras
E existem outonos.Minha mãe carrega a paciência
-de esperar pelas flores-
Em cada um daqueles cabelos brancos.Mas eu tenho maquiado,
Prendido com cinto,
Esticado com prancha quente,
E equilibrado em um salto,
A minha pobre flor de pano.
Eu tenho a mantido Bela e impecável
... Mas não viva.E pensar nisso me faz sentir só.
Mas você sabe...
Um dia eu também terei um Canteiro
Multicolorido e que atraia as borboletas.
Começarei isso hoje,
Plantando a primeira mudança
Na forma de tratar a mim mesma.Essa ideia era apenas uma semente.
Mas quanto mais tempo eu passo
Sem limitar-me.
Mais forte é o aroma de liberdade
Que exala de mim.Desculpem -me os espinhos,
Ainda não compreendo completamente
Todas as mudanças ocorrendo aqui.
Os beija-flores ainda me assustam.Não tenho muita certeza se os mereço.
27/05/2018.
Ps. Obrigada Poly, minha querida amiga, por me inspirar.
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Digitais
PoetryLivro de poesias cotidianas de Ellen de Lima, uma jovem brasileira que usa seu olhar poético para falar do dia a dia e sobre a forma que vê o mundo. Fotografia de Andre Elliot. "Ensaio Hands Under Neon Lights" (distribuição: Pinterest).