Por todas as vezes
Que levantou a voz
E eu não consegui ouvir
Nem os meus próprios pensamentos.Por todas as vezes
Que me fez sentir
Como se fosse a vilã da história.Por todas as vezes
Que eu checava o telefone
E torcia para que não tivessem ligações.
Porque mesmo que eu dissesse
Que eu estava trabalhando
Por alguma razão tu não compreendia.E especialmente por todas as vezes
Que eu claramente disse NÃO
Achando que ninguém neste mundo
Teria dificuldade para compreender
Mas que aparentemente
Eu estava enganada.Por cada vez que eu acordo
Chorando com medo
Que você ainda esteja comigo
E me alivia saber que eu estou sozinha no escuro.Por todas as vezes
Que eu fiquei com medo de príncipe encantado
E segura com os dragões
E o silêncio da solidão.Por todas as vezes
Que eu fiquei aliviada
Pelo final feliz não ser um casamento.Por lembrar de todas essas vezes....
Quase toda hora...
É que eu sinto muito....
Que isso aconteça com outras pessoas.
E de uma vez por todas
Eu queria que tudo isso fosse só um poema
Queria que eu pudesse escrever a história
De cada pessoa que já passou por isso
Apagando com borracha
Cada segundo da lembrança,
Desse conto se horror.
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Digitais
PoetryLivro de poesias cotidianas de Ellen de Lima, uma jovem brasileira que usa seu olhar poético para falar do dia a dia e sobre a forma que vê o mundo. Fotografia de Andre Elliot. "Ensaio Hands Under Neon Lights" (distribuição: Pinterest).