3. stranger in the room

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– Hoje é o grande dia, meus amigos – falou Chaz, certificando se no seu relógio batia exatamente às 03:00 da manhã.

– Eu pensei que fosse demorar mais – Ryan suspirou, com as mãos dobradas atrás da cabeça – Eu não sei como vou terminar com a Grace, e se vou conseguir fazer isso.

– Eu te disse para evitarmos relações – rebati, travando o maxilar.

- Oh, foi mal se eu não sou um robô como você, irmão – ele fez uma voz ridícula, revirando os olhos.

– Desculpa, cara – cocei a nuca – É que isso só dificulta as coisas, se você contar para Grace, vai transformar a vida dela em uma droga. E sabe disso.

– Você é o Capo, você manda – deu de ombros.

– Vocês são dois emocionados – Chaz comentou, quebrando o clima tenso, enquanto mastigava de forma irritante um biscoito.

– Beleza, acho que o diretor acabou de sair – afastei a cortina, espiando pela janela.

– Alugar um apartamento próximo a faculdade não é suspeito? – perguntou Ryan, vestindo-se o casaco.

– Foi o que deu para bancar com a grana – dei de ombros.

– Cara, somos milionários, eu não vejo o porquê de não podermos usufruir disso – respondeu, bufando.

– Transferir toda a nossa grana para cá chamaria atenção – retruquei – Não vamos morar aqui. Como disse a sua amiga, aqui seremos como amadores.

– Eu instalei alguns anti-alarmes nesse casaco, eu não sei se vai funcionar mas que é irado, é pra caralho – um sorriso presunçoso estava estampado no rosto de Chaz.

– Não somos da Marvel, isso é ridículo – balancei a cabeça.

– O seu gosto é bem irrelevante, meu amigo.

Me olhei de relance no espelho e puxei uma quantidade de ar considerável e expirei pela boca.

Esperei alguns minutos após o carro do Washington ter saído do estacionamento da Berkeley. Vesti o casaco idiota que Chaz encomendou, embora eu soubesse que não valeria de nada. A rua estava deserta, não se ouvia barulhos de caminhões, carros, nem o vento uivando. Era a hora perfeita, para noite mais decisiva da minha vida. Não era preciso ir de carro, além de chamar atenção, o apartamento era bastante próximo.

Parei em frente ao portão de entrada, que se encontrava trancado.

– Cadê o cara que varre? – sussurrou Ryan.

– Richard. Nome dele é Richard – rolei os olhos.

Não demorou muito para Richard aparecer no portão com seus trágicos olhos avermelhados. Entreguei uma quantia boa de dinheiro para ele, que abriu o portão rapidamente.

–Tome cuidado, rapaz – ele falou com a voz arrastada, jogando as chaves contra o meu peito.

– Valeu, cara – franzi o cenho, afastando minha cabeça da sua proximidade.

– Eu acho que ele é bruxo – Chaz sussurrou, olhando sob seus ombros para Richard que lhe dava um aceno. Ryan riu.

– Realmente somos amadores – resmunguei baixo para mim mesmo.

Atravessar pelo campus era a minha maior dificuldade, o Washington tem um bom relacionamento com a polícia local da cidade o que o facilitaria de espalhar milhares de alarmes pelos matos, provavelmente. Agachei-me na grama, esgueirando-me o mais devagar que conseguia.

– Por quê estamos agachados? O casaco é anti-alarme – contestou, Charles.

– Eu não confio nessas suas invenções.

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