9. boys are stupid

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Ponto de vista: Alaska Miller - Nova York, Queens.

Entreabri meus olhos rapidamente ao sentir algo úmido em minhas bochechas, com a visão menos embaçada, deparei-me com uma grande bola de pelo que, continuava a me lamber. Ri pelo nariz para a coisa fofa, que aninhou-se em meus braços. Ouvi três batidas suaves na porta, desviei meu olhar para a mesma e a cabeça da garota de cachos negros surgiu no quarto, suas sobrancelhas escuras se juntaram.

– Ei, Big Boss! – ela gritou baixo, ato que o cachorro ignorou – Foi mal, ele é meio intruso.

– Tudo bem – abri um sorriso forçado.

– Sou Jasmine, acho que não tivemos tempo de ser apresentadas – ela estendeu sua mão.

Rolei os olhos discretamente.

Ah claro, se ao menos tivesse me cumprimentado ao invés de analisar-me como se eu fosse um alienígena fora de sua nave espacial, talvez tínhamos sido apresentadas.

– Alaska – retribui o aperto de mão.

– Você vai à festa? – ela perguntou, jogando os cabelos curtos sobre os ombros.

Jasmine era alta como uma modelo sofisticada, seu rosto esguio reluzia tão quanto seus fios volumosos. A garota tinha um charme que, obviamente, chamaria a atenção de qualquer homem.

– Festa? – franzi a testa, já de pé para fazer as higienes matinais.Tive um pequeno choque térmico ao encostar meu pé pálido no chão, tinha esquecido que Nova York nessa época, é a própria neve em cidade.

– Justin não te contou? – ela fez uma expressão mais confusa que a minha – Achei que por ser seu namorado, ele contaria.

Namorado?

Eu quase me engasguei com a pasta de dente.

- Não namoramos, eu não sou louca à esse ponto – fiz uma careta. Ela riu.

– Então vamos, terá que fazer o sacrifício de ser minha acompanhante nessa festa chata – rolou os olhos negros e retirou um vestido preto da sua bolsa e o deixou na cama.

Jasmine não era tão megera assim, arrependo-me por desejar que ela tropeçasse nos degraus da escada e caísse.

Universo, cancela o pedido.

Vesti o vestido com rapidez junto com uma jaqueta jeans, após muitas insistências da Jasmine. Não tive o mísero tempo de me analisar no espelho, pois seus dedos finos circularam meus pulsos e me puxaram para fora daquele quarto como um sopro. Agachei-me fingindo amarrar os cadarços do meu tênis, para que a garota cacheada fosse na frente. Era a minha chance de vasculhar esse manicômio, todos estavam na festa.

Adentrei na sala que por minha sorte, não havia ninguém, apenas eu e as mil ideias surgindo na minha cabeça. Balancei meu pé direito freneticamente, causando um ruído no piso de mármore.

Vamos, seja ágil.

Meu subconsciente me forçava a pensar em algo astucioso, mas meu corpo simplesmente travara. Após um tempo perambulando meus olhos sedentos pela sala, a tal porta que Justin tanto protege, estava entreaberta, dei graças à isso, mas antes que pudesse encostar a mão na maçaneta, uma voz fina me chamou.

– Precisa de ajuda, senhorita? – a mulher com sotaque espanhol franziu a testa.

– É...uh, eu estava procurando o banheiro – balbuciei.

– Acho que o senhor Bieber já lhe disse que não há sanitários aí – ela abriu um sorriso doce.

Acenei para a mulher com a cabeça, esperando-a dar as costas para que eu pudesse xingar mentalmente todos os palavrões que conhecera. Dei um pulo quando deparei-me com Jasmine na minha frente.

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