10. bad night

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Ponto de vista - Alaska Miller, Nova York - Queens.

Eu não dormi essa noite.

Minhas pálpebras lutavam para ficar abertas e, meu corpo parecia estar encharcado de água de tão pesado. A claridade do céu invadiu as persianas junto com o vento frio, fazendo meu corpo estremecer mesmo coberto do lençol grosso.

"O jogo ainda não acabou"

Eu não precisava me perguntar o que significava, eu sabia.

Foram 5 meses inteiros sem nenhuma pista, nem um sinal de fumaça. E agora, isso veio à tona, jogando um balde de calafrio no meu corpo, novamente. Era como meus pesadelos de quando era criança, eu tinha eles por uma semana inteira e, após um tempo, eles sumiam. Mas sempre, sempre voltavam.

Escondi a carta dentro da minha mochila na muda de roupas enfiadas ali, não adiantava encarar aquele pedaço de papel na tentativa de procurar minuciosamente cada detalhe. Era uma carta. Somente uma carta com uma flor-de-lis, meu subconsciente tentou me apaziguar disso. Embora, eu soubesse que não era pura coincidência.

Levantei-me rapidamente, sem me importar com o impacto do piso gelado ao encostar meus pés no piso emadeirado. Eu estava me acostumando com o frio cinzento e com as paredes verdes vômito monótonas que me cercavam. Fiz minhas higienes velozmente, vesti-me uma calça jeans e uma blusa de manga rosé com agilidade. Encostei a mão na maçaneta e a girei lentamente, mas grunhi baixinho quando a mesma fez um ruído. Evitar qualquer interrogatório sobre as minhas olheiras, era o que eu mais pretendia.

Os burburinhos ficara mais altos daqui, embora, fossem audíveis apenas a voz grossa e mandona do Bieber. Desci as escadas com cautela, pude enxergar de longe cerca de mais ou menos 500 homens, é claro que, é uma conta de especulação, mas devia ter mais que isso.

Adentrei na sala, vendo o semblante sério de Jasmine se tornar pálido quando me viu. Franzi a testa.

Os homens estavam divididos em quantidades iguais em uma fila na esquerda. E o outro amontoado de pessoas na direita, enquanto Justin caminhava no meio deles, gesticulando como se espantasse algum mosquito.

– Eu espero que todos vocês estejam cientes do que acontecerá daqui à alguns minutos – ele começou, sua voz aparentava forte mas seu semblante estava tão cansado quanto seus olhos que lutavam para ficarem abertos.

Os homens o encaravam com medo, embora fossem do dobro do tamanho dele – se é, que isso significa alguma coisa.

– Arthur Frankfurt, nosso querido  prefeito, dará o ar de sua graça na inauguração do banco Frankfurt City – Justin continuou – Nós esperamos e treinamos por 5 fodidos meses, e hoje chegou o grande dia.

Um homem pigarreou fazendo Justin o lançar um olhar dilacerante.

— Me dê um motivo bom para ter me interrompido – ele carregava um tom pesado em sua voz, como se um simples suspiro o fizesse explodir.

O sujeito balançou a cabeça e comprimiu os lábios.

– Escolha sábia – o garoto loiro arqueou as sobrancelhas – Vocês sabem o que acontece se falharem?

– Teremos nossas tatuagens arrancadas e deixaremos de ser um snake, e se abrirmos a boca, seremos executados – todas a vozes presentes naquela sala falaram em sincronia.

Cada célula do meu corpo congelou imediatamente.

– Exato – ele concordou com a cabeça – Vocês sabem as suas funções, a segurança do Frankfurt é boa, mas somos melhores.

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