Capitulo 7.

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Bellamy chegou em casa ainda chorando, nem ouviu a empregada perguntando se ela já havia almoçado. Correu pro quarto e se trancou. Não queria ver ninguém. Precisava ficar sozinha. Por mais que tentasse muito esquecer a cena que tinha visto, não conseguia. "Mas o que você esperava, Bellamy? Que ele tivesse passado 3 anos de celibato?", pensava.
- Mas ele estar com ela não significa nada. Ele ainda me ama, eu senti isso. E eu não estou enganada. E se ele estivesse namorando mesmo com ela eu saberia, todo mundo saberia, ele é famoso. Não deve ser nada sério. Eu não vou desistir dele por causa disso, não mesmo. - Falava para si mesma enquanto tentava se acalmar e parar de chorar. - Preciso de um banho, e dormir.
E foi exatamente isso que ela fez, tomou um longo banho, tomou um calmante e deitou-se. Bellamy dormiu por toda tarde e uma parte da noite. So acordou quando o marido chegou e falou com ela.
  - Amor? Você está bem? A empregada disse que você está dormindo desde a hora que chegou, você não é de dormir tanto assim. - Perguntou preocupado.
   - Oi Ed. Eu to bem! - Falou tentando esboçar um sorriso. - Só estava cansada, dormi mal noite passada. Não precisa se preocupar.
   - Você nunca foi de ter insônia, agora tem sempre, deveria procurar um médico.
   - É só a idade, cansaço. Ah, sei lá, eu to bem, não preciso ir ao médico. "Minha insonia tem nome e sobrenome, e é bem gostoso. Médico nenhum pode me ajudar com isso", ela pensou.
  - Tudo bem. - Ele disse e saiu do quarto, o marido se preocupava com ela, mas era tão frio, que parecia até uma falsa preocupação. E, mesmo sabendo que Tony não estava sozinho, ela não ia desistir de conversar com o marido sobre divórcio. Só não iria ser agora, porque ela ainda precisava esclarecer mais o pensamento, tinha acabado de acordar. Mas não passaria de hoje, ela iria aproveitar que o filho estava na casa da madrinha, eles iriam jantar sozinhos e ela poderia conversar com ele.
  
    Já passava das 20h quando Tony chegou em casa com o filho.
   - E ai, cara? Gostou do passeio? - Perguntou ao filho quando entraram no apartamento.
   - Muito! Quando vou poder brincar com a tia Bell de novo? - Perguntou animado.
    "Pô, fiz mil coisas, levei ele pra conhecer vários lugares legais e esse ingrato só lembra da Bellamy? Passou umas horas com ela e já virou fã", pensou Tony.
   - Não sei, filho. Ela é ocupada, te disse, né?
   - Mas ela disse que eu posso ir na casa dela, papai.
   - Depois vemos isso, tá bem? Agora, banho e cama, já está na hora. - Disse sorrindo.
Depois de tomar banho e colocar o pijama, Guilherme deitou e Tony sentou-se, na cama, ao seu lado.
   - Papai, você vai casar com a Emily?  
   - Não. - Respondeu Tony, gargalhando da pergunta. Para Tony, o que ele e Emily tinham era apenas sexo, não chegava a ser nem um relacionamento, por mais que ela quisesse muito isso. Hoje quando ela o chamou de amor, ele só correspondeu carinhosamente porque estava na frente de Bellamy, normalmente ele não responderia assim.
   Emily tinha um ciúme absurdo de Bellamy, com toda razão, pois ela sabia que Tony sempre foi apaixonado por Bellamy. Emily sempre quis muito que eles tivessem um relacionamento, queria entrar na vida e no coração de Tony. Mas como ela poderia? Tony tinha dado seu coração a Bellamy na primeira vez que se amaram. Emily não sabia disso, mas Tony sabia. Fazia questão de lembrar à loira que tudo que eles tinham era apenas sexo, e isso era tudo que ela iria ter dele. Sempre foi sincero com ela, gostava de ser verdadeiro sempre. Ela nunca poderia dizer que foi iludida, ou que ele lhe dera falsas esperanças.

  - Então, você pode casar com a tia Bell. - Falou o menino, tirando Tony de seus devaneios. Tony ficou sem reação diante do que o filho havia dito. Não sabia o que responder.
  - Você gostou muito da tia Bell, né? - Desconversou.
  - Muito! Ela é tão legal. E você é muito legal também, papai.

   O amor de Bellamy e Tony estava mais do que escancarado. Até uma criança, com toda sua inocência, conseguia enxergar que eles foram feitos um para o outro. Só não via quem não queria ver a conexão existente entre eles.
   - Ela é mesmo muito legal. E o senhor, para de me enrolar e vai já dormir, olha a hora. - Tony disse sorrindo e dando um beijo na testa do filho. Tudo que ele mais queria era fugir dessa conversa.
   - Papai, lê uma história pra mim. Por favor. - O menino pediu. Tony pegou um livro e começou a ler para ele, antes do livro chegar à metade o menino já dormia tranquilamente. Tony saiu do quarto e foi para a varanda, ficou por um bom tempo olhando o céu e pensando. Pensando no que o filho disse, no quanto ele tinha amado vê-lo com Bellamy, por mais que ele não quisesse, ele tinha sentido muito ao ver os dois juntos. Ao ver os dois brincando, ele foi acometido por uma emoção que não poderia ser explicada em palavras. Sentiu o peito transbordar de amor. Ele evitava muito pensar nas sensações que Bellamy causava nele, mas dessa vez foi mais forte. Hoje, se ela olhasse para ele e dissesse que queria que eles retomassem a relação deles, ele sabia que diria que sim. Mesmo sabendo que essa não seria a resposta certa a dizer.

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