Capítulo 32

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–  Vai pra casa Tony, descansa um pouquinho, vê como estão as crianças. Eu vou ficar aqui, e qualquer coisa eu te ligo.

–  Eu não quero Darby, eu quero ficar aqui. – Tony insistia.

– Por favor, vai pra casa. Olha seu estado, você precisa descansar. Precisa estar bem quando ela acordar. – Darby sabia que ele não queria arredar o pé dali tão cedo, mas seu estado emocional e físico a preocupava.

– E se ela não acordar?

– Não fala isso. –o repreendeu. – Ela vai acordar sim. Agora vai logo, come e descansa, depois você volta. – Darby o entregou seu casaco e ele saiu. Em todo o caminho até sua casa ele só conseguia pensar em Bellamy, se ela sairia viva daquela cirurgia, e do filho que eles iriam perder. Várias vezes pensou em retornar para o hospital, mas percebeu que realmente suas forças estavam cada vez menores. Seu coração estava totalmente machucado, sua ficha ainda não havia caído.

Quando ele entrou no apartamento de Bellamy, que era onde eles estavam morando juntos, um misto de dor e angustia tomou conta de si. Era horrível pensar que ela poderia nunca mais voltar ali, que talvez eles nunca mais teriam uma manhã alegria, repleta de carinhos e gargalhadas. O que ele falaria pro Henry caso a mãe não sobrevivesse? E sabendo que o causador de tudo havia sido pai do garoto.

– Eu vou atrás daquele desgraçado agora! – Tony voltou ao seu carro e dirigiu até a casa do ex-marido de Bellamy. Estacionou seu carro algumas quadras atrás e foi andando até a casa. Ao chegar na porta, hesitou em bate-la, pensou que ele não abriria. Para a sorte de Tony a porta estava aberta, ele a abriu e notou que a casa estava vazia. Observou a grande sala e viu um porta retrato de Bellamy e Henry sobre a mesa, quando o menino ainda era bebê, sorriu ao ver o como o garoto se parecia tanto com ele. Em uma estante mais ao fundo, havia um porta retrato de Bellamy e Ed, ela estava vestida de noiva, e ele em um paletó preto, um sorria pro outro, na cerimônia de casamento. Tony sentiu inveja por um momento, queria tanto que fosse ele naquela foto, pensou que talvez não iria realizar seu grande sonho de casar-se com Bellamy. O ódio começou a correr por suas veias, e por um impulso ele jogou aquele porta retrato na parede, o quebrando em mil pedaços, e limpou uma lágrima de escorreu por seu rosto.

– O que é isso? Você tá louco? Como você entrou na minha casa? – Ed chegou gritando na sala.

– Era você mesmo que eu estava esperando. Você ainda não foi preso? – Tony começou a andar lentamente até o homem, que continuou parado onde estava.

– Preso? Foi tudo um acidente seu babaca, e a Bellamy vai me perdoar quando acordar.

– Você sabe que ela pode nunca mais acordar? E que se acordar, pode ter várias sequelas, e tudo por culpa sua. – Tony parou bem próximo a Ed.

– Você não sabe o que tá dizendo. Você nunca mereceu o amor da Bells, você é um idiota ignorante. –aquelas palavras de Ed foram a gota d'água para Tony, que partiu pra cima dele. Tony o empurrou e ele caiu sobre a pequena mesa de vidro da sala, fazendo com que ela quebrasse.

– Eu vou chamar a polícia! – Ed gritou.

– Chama. – Tony sentou-se sobre ele e apertou seu pescoço com as mãos. – Chama seu desgraçado! – deu um soco no rosto dele.

– Ela nunca vai ser sua. NUNCA! – Tony ficou com mais raiva ainda, e distribuiu vários socos na cara dele, até sentir sua mão doer.

– Eu não sou o dono dele, você tem razão. Mas ela me ama, como nunca amou você, e isso dói né? Dói nunca ter sido amado por aquela mulher maravilhosa. 

  Ed usou todas as forças que lhe restavam e empurrou Tony, fazendo com que ele caísse no chão, ficando agora por cima. Tony tentou relutar, mas acabou levando um soco na boca, que imediatamente começou a sangrar. 

– Coitadinho de você Anthony Goldwyn, ela apenas brincou com seu coração, Você é um burro de acreditar que ela te ama de verdade. – Ed disse, enquanto apertava o pescoço de Tony, o deixando sem ar.

  Tony estava quase desmaiando sem ar quando conseguiu se livrar de Ed, lhe dando um soco no estômago. Ed caiu pro lado e ficou se remexendo de dor, com o rosto sujo de sangue, dos socos que havia levado de Tony.

– Você reza pra ela sair viva dessa porque caso contrário você será um homem morto. – Tony se levantou, limpou o machucado de sua boca e saiu.

– Onde você tava papai? – Guilherme perguntou quando viu o pai entrar pela porta.

– Ei filhão, vem cá no papai. – Tony abraçou o filho e ficou ali alguns minutos sentindo aquele carinho, no momento esse abraço era seu único refúgio.

  – Cadê a mamãe Bell papai? –  Guilherme perguntou. 

– É verdade. Minha mamãe sumiu, sera que ela não quer a gente mais Gui? – falou com toda a inocência de uma criança.

  – Então, eu tenho uma coisa mui... –  Tony já ia contar para os meninos o que estava acontecendo, mas foi interrompido por sua ex mulher.

– Oi Tony. – disse Charlotte ao vê-lo ali.

– Ei. – a cumprimentou com um beijo na bochecha.

– Como estão as coisas? – ela perguntou.

– Difíceis, ela tá gravida, mas não sabemos se o bebê vai sobreviver a cirurgia. –Tony sussurrou para que os meninos não ouvissem.

– Oh, Tony... – Charlotte o abraçou e sentiu Tony suspirar. Desde a separação os dois tinham uma relação muito amigável. Charlotte sempre o ajudava quando ele não tinha pra onde correr, e vice versa. – Vai ficar tudo bem, tá bom? Pode contar comigo pra tudo que você precisar. Você descansou?

  – Ainda não. Estou tão cansado, mas não consigo fechar os olhos nem por um minuto de tanta preocupação.

  – Tony, voc~e tem que descanar, senão daqui a pouco a BEllamy se recupara e vai ter que ficar la no hospital cuidando de você. –  falou para descontrair, arrancando um sorriso dele. – Quer deitar na quarto do Gui pra você descansar? Eu continuo olhando eles, não se preocupa.

  – Obrigada Char, mas acho melhor ir pra casa, talvez lá eu consigo descansar melhor. Posso deixar eles aqui com você só mais essa noite? Eu deixei a Darby sozinha no hospital, e mais tarde preciso voltar pra lá.

– Cadê minha mamãe tio Tony. – Henry começou a chorar baixinho, agarrado a um bichinho de pelúcia de Guilherme.

– Oh meu garotão, senta aqui perto do tio. – Tony se sentou no sofá e o menino sentou-se ao seu lado. – Sua mamãe sofreu um acidente de carro, e tivemos que levar ela pro hospital. Agora ela tá lá, o médico está cuidando direitinho dela, ela ta tomando o remedinho pra sarar, e logo logo nós vamos lá buscar ela, tudo bem? Mas eu quero que prometa pra mim que não vai chorar, certo? Eu sei que você tá com muuuuita saudade da sua mamãe, mas vai demorar um pouquinho pra ela voltar, ok? –Tony falou com toda calma do mundo para que o menino entendesse.

– Minha mamãe vai ficar bem tio Tony? Ela vai voltar pra ficar pertinho da gente? – o menino se agarrou no pescoço dele, e chorou.

– Não chora meu rapazinho... O tio vai estar sempre aqui com você.– Tony retribuiu o abraco do menino. –  A mamãe vai ficar bem, fica tranquilo.  – Tony disse com medo, por não ter certeza daquilo que estava falando.  

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