Um começo.

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Isso é para me lembrar que eu amei e o quanto sou capaz de amar. O quanto a minha intensidade é algo assustadora para alguns e para outros um universo a ser estudado. Começo dizendo isso, pois assim como você, eu tive uma desilusão amorosa. 

A primeira, e prefiro acreditar que não dê continuidade com um: "de muitas".

Eu pensei que ia morrer. A dor era tão aguda, tão sufocante. Não por ter acabado, por eu ter ido embora. Não. Doeu na alma quando eu virei as costas, pois no mesmo instante a tão evitada pergunta me veio: "quem vou ser daqui pra frente?". Eu não queria ser a mesma de antes. Eu só queria ser.

Mas ser é tão difícil, e existir é tão pesado. Nos damos conta de que fomos preparados para muitas coisas na vida, mas nenhuma delas é como viver. Passamos os primeiros anos de nossas vidas vivendo em baixo das asas de nossos pais, e então, de repente, eles nos empurram do mais alto galho para voo em céu aberto. Você mesmo terá que descobrir se suas asas são fortes o suficiente, e se quando for preciso, descobrir se sabe pousar de forma indolor. 

Nessa jornada que chamamos de vida, eu já perdi muitas pessoas. Nunca superei nenhuma delas. Umas morreram, outras simplesmente acharam que deveriam seguir sem mim. Um pouco que sei de cada coisa, são o que deixaram para mim. Todos eles foram, e eu permaneci com a porta aberta.

Para alguns tive que pedir para não reparar na bagunça, outros encontraram tudo impecavelmente arrumado. 

De qualquer forma, seja bem vindo. Tenha uma ótima estadia. 

                                                                           -D.


Fragmentos de um (des)conhecido eu.Onde histórias criam vida. Descubra agora