O amor não escolhe hora, lugar ou pessoa: simplesmente acontece!.Na manhã seguinte, quando abro os olhos, é cedo. Uma luz cinzenta passa pelas cortinas, mas o sol ainda não saiu.
E o espaço entre nós está vazio. Estou sozinha.
Por um momento horrível e irracional, acho que tudo foi só um sonho.
A vinda de Bruno até Greenville, nossa reconciliação, apenas um engano vívido trazido à tona por muitas minisséries na televisão e por muitas novelas.
Mas aí vejo um bilhete na mesinha.
" Não se desespere. Fui lá embaixo buscar o café da manhã. Volto o mais rápido possível. Fique na cama."
Aliviada, viro de costas e fecho os olhos. Sei, por já ter passado por isso, que se eu levantar muito rápido, o enjoo irá me bater como vingança.
Não me importo muito com os enjoos matinais. É lógico que ninguém curte ficar botando
tudo pra fora, mas, de um modo estranho, é confortante. Como se meu corpo estivesse falando “estamos bem”.
Está tudo pronto. Dez minutos depois, me levanto devagar e coloco meu roupão. Aí desço, seguindo o cheiro de café recém-feito.
Do lado de fora da entrada da cozinha dos fundos, escuto a voz de Bruno.
Em vez de entrar, espio pela rachadura ao lado da junta da porta. Bruno está no balcão, batendo farinha em uma tigela de aço inoxidável. Minha mãe está sentada, rígida, na mesa do canto.
Analisando contas, apertando sem dó os botões de uma grande calculadora. Ela está com cara de brava, uma expressão rígida, com certeza ignorando a outra pessoa que está no local.
Escuto e observo, conseguindo pegar o final da história do Bruno.
Bruno: É como eu tava contando para a Kate algumas semanas atrás, alguns caras precisam aprender a perder.
Minha mãe bate uma conta na mesa e pega a próxima na pilha.
Bruno suspira. Em seguida, coloca a tigela no balcão e senta na frente da minha mãe.
Ela não percebe que ele está lá.
Ele pensa por um instante, coçando seu queixo. Depois, se abaixa para a minha mãe e diz:
Bruno: Eu amo sua filha, Carol. Daquele jeito que aceitaria levar um tiro por ela.
Minha mãe bufa.
Bruno acena.
Bruno: Ok, entendi. Isso provavelmente não significa nada pra você. Mas… é a verdade. Não posso te prometer que não vou fazer merda de novo. Mas se eu fizer, não será tão épica quanto a mais recente porcaria que fiz. Te prometo que farei de tudo para compensar isso para a Kate… para deixar tudo isso bem.
Minha mãe continua olhando para a conta em sua mão, como se tivesse a cura do câncer lá.
Bruno senta, olha em direção à janela, e dá um sorrisinho.
Bruno: Quando eu era criança, queria ser meu pai. Ele usava aqueles roupas legais E ele sempre arrumava tudo, como se o mundo todo estivesse na ponta de seus dedos. Quando conheci Kate… não… quando percebi que a Kate significava isso para mim, tudo o que queria era ser o cara que a faria feliz. Que a surpreenderia, que a faria sorrir.
Pela primeira vez, minha mãe olha para Bruno. Ele a olha de volta e diz com uma voz determinada:
Bruno; Eu ainda quero ser aquele cara, Carol. Eu ainda acho que posso ser.
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Renda-se 2
RomanceApaixonar-se é fácil, difícil é continuar apaixonada. Aguardem...