Universo

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Todo dia de noite eu me locomovia até a macieira da fazenda, forrava um pano na grama verde, acendia uma vela e lia um livro, muitas vezes eu dormia lá mesmo e acordava no dia seguinte, um dos pontos positivos de morar numa fazenda. Era uma noite como qualquer outra, meus pais já dormiam e eu fui finalizar minha rotina. Preparei uma mochila com alguns petiscos, peguei meu livro favorito que ia começar a ler pela 11215 vez. Fui até a macieira que me rendia uma caminha de 15 minutos e arrumei o local, depois de eu praticamente tornar esse lugar meu quarto, meu pai fez uma gambiarra e aqui tinha lanternas por aqui.

Assim que fiquei confortável e ia me preparar para ler, o céu fica completamente iluminado, ato que me fez proteger meus olhos, demorou segundos e o céu voltou ao normal, agora um pouco distante de meu local, havia fogo alto, larguei tudo que era meu, fui até o estábulo e peguei a antiga moto do meu pai, montei nela e fui em direção ao fogo, pois não sabia se havia atingindo outra fazenda ou coisa do tipo. ao chegar no local, havia uma cratera e peças de matal para todos os lados, logo escutei um pedido de socorro, desci até os escombros e fui seguindo a voz que a cada segundo ficava mais baixa, cheguei até onde dava para escutara voz perfeitamente.

-- Vou te ajudar.- Disse a pessoa, comecei a tirar peças de cima e quando retirei uma peça enorme, que acabou por proteger a pessoa das peças pontudas, tive a visão de um homem quase nu.- Droga.- Disse me virando e apertando meus olhos.- Vamos s/n, você vai ter que ajudar.- Me virei ao homem e o retirei dos escombros, ele conseguia andar, menos mal. Subi na moto e ele na minha garupa, voltei para fazenda e sem fazer barulho o coloquei no celeiro, havia uma cama lá, o deitei.

-- Obrigado.- O homem disse sem força, o cobri, já que ele estava gelado e fui até minha casa, onde peguei umas roupas antigas do meu pai, um kit de primeiro socorros, uma garrafa de água e uns biscoitos, voltei ao celeiro e comecei a limpar os machucados dele, por sorte não havia nenhum fundo, ele se lavou em um local afastado e vestiu a roupa que eu trouxe.

-- Eu volto amanhã, tenta não fazer barulho.- Disse e ele assentiu sorrindo.- Vou trazer comida de manhã.- Juntei as coisas sujas e voltei para casa, onde limpei tudo e fui para meu quarto, observei uma janela do celeiro, a luz estava acessa, mas logo se apagou. 

[...]

Fazia um mês que Peter estava em meu celeiro, ele me contou uma história muito louca, mas meu pai constatou que algum meteoro ou coisa do tipo, acertou o carro, acabei contando para eles de Peter e disseram que poderia ficar desde que ajudasse e eu tenho o ensinado a fazer as coisas simples da fazenda. Hoje iria levar ele ao pequeno lago, que só eu ia.

-- Está longe?- Ele dizia, ele fez questão de carregar tudo e agora não estava aguentando. Chegamos e ele me ajudou a arrumar as coisas.- é tão lindo.- Ele disse bobo, dei de ombro e comecei a tirar minha roupa e ele me olhava como se eu fosse de outro planeta, ele se virou.- Por que está fazendo isso?- Perguntou de costas.

-- Não vou tomar banho de roupa.- Ele se virou e tirou a blusa, ia tirar o shorts, ato que eu logo parei suas mãos antes que se realizasse.- Fica de short.- Disse sorrindo sem graça, ao ver que estávamos mais perto do que nunca.

-- Seus olhos são lindos.- Disse me olhando, me afastei sem graça. Entramos na água e Peter parecia uma criança, quando dei por conta já estava em seus braços, olhando em seus olhos.- Já disse que seus olhos, são lindos?- Repetiu.

-- Já...- Disse com a voz falhando, ele sorriu e veio se aproximando de vagar, colou nossas bocas em um beijo calmo, nos separamos e sorrimos. 

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