Nosso Reino

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Finalmente, depois de tanto tempo, entramos novamente em nosso reino. As coisas já não estão como eram antes, está como se animais tivessem morado nele. As casas estão semi destruídas e tem lixo e restos nas ruas. O lodo cresceu e cobriu grande parte das casas, e tem muitos animais peçonhentos. A cidade está em ruínas.
Como não vemos forma de acampar na cidade, decido me reportar ao rei.

O rei, mesmo não tendo participado da batalha, fez questão de estar presente no acampamento. Caminho até a tenda real e entro. O rei e a princesa estão sentados conversando, quando o capitão os avisa de minha presença:

— Majestade! General Fairy está aqui.
A princesa e o rei me olham e faço uma discreta reverência.

—Minha querida prima — diz a princesa — Como foi a exploração?

— Infelizmente, da parte em que exploramos até o centro, está inabitável. O restante das tropas ainda está explorando o terreno.

—Entendo — diz o Rei

— Querida sobrinha. Creio que não veio aqui só para nos dar notícias sobre a exploração, ou veio?

— Não majestade — respondo.

— Infelizmente, ao explorarmos a cidade constatamos que não será possível montarmos acampamento nela.

— E o que podemos fazer a respeito? — pergunta a princesa.

— A equipe que mandei ao castelo constatou que ele foi mantido em perfeito estado, então, estava pensando se as tropas não podem ficar no terreno real.

— Compreendo a situação— diz o Rei
— Mas isso não será possível.

— Então, majestade, onde devemos acampar? — digo olhando séria para o rei.

— Querida prima, Creio que isso seja problema seu — responde a princesa.

— Bom majestades, Infelizmente a partir do momento em que o único modo viável afeta o seu bem estar, passa a ser problema de vocês.

— O que quer que façamos Fairy? - pergunta o rei enquanto beberica seu chá.

— Quero que resolvam o problema. Não é pra isso que governantes servem?

—Fairy, se não quiser ser castigada, sujiro que segure a língua.

—Desculpe-me Majestade.

— Como não há opção, é melhor que as tropas fiquem acampadas aqui e que nós e os lordes fiquemos no castelo.

— Vossa Alteza eu não acho... — Sou cortada pela princesa antes de terminar.

— Prima, nós somos os governantes. Você não tem que achar nada.

— Não se preocupe sobrinha! Nós levaremos uma pequena tropa conosco.

Com isso, ele faz um aceno de mão para que eu me retire. Me viro e saio.
Eu sugeri que as tropas ficassem no terreno do castelo, porque sabia que assim que soubessem sobre o bom estado do castelo, iriam querer ir para lá, mas eles não escutam. Se meu pai estivesse aqui, as coisas seriam diferentes. O meu pai era o irmão gêmeo do Rei e ficou para trás para atrasar as tropas do Conquistador. Graças à ele e outros bravos guerreiros, fomos capazes de fugir.

Embora eu e Samanta sejamos primas nós não temos muito em comum, Samanta é loira, eu tenho cabelos escuros. A única coisa que temos em comum é a cor dos olhos, eles são verdes como os de nossos pais.

Fui para as tropas na cidade a fim de ajudar na exploração e quando voltei, o Rei, a Princesa e os Lordes já haviam ido para o castelo levando 50 dos nossos melhores soldados!

É errado desejar que o Rei e a Princesa levem um choque de realidade?

Já é de madrugada quando, no silêncio da noite, escutamos um grito vindo da direção do castelo.

A Rainha das NinfasOnde histórias criam vida. Descubra agora