A Rainha das Ninfas

O Guarda Real

O calabouço é um lugar escuro, nojento e fedido localizado no subsolo abaixo do castelo. Estou jogada aqui a cinco dias. Meu tornozelo já não me incomoda como antes, então tenho pensado em um meio de fugir.

Minha cela é pequena e escura, seu chão é totalmente coberto por lodo e um tipo água preta fédida e as barras são de um aço incrivelmente resistente.

Existem outros presos aqui, mas eles não parecem ter esperança de fugir.

O guarda que me levou até o rei tem circulado por aqui, ele vem todos os dias e fica parado frente a minha cela. A forma como ele me olha é repugnante. Não sei quais são os planos dele, mas garanto que jamais irão se concretizar.

Estou encostada na parede. Não sei se é dia ou noite, a única noção de tempo que tenho são as trocas de guardas, duas vezes ao dia, um é alto e gentil, em meu segundo dia ele ficou com pena e me deu um colchão de palha para deitar. E o outro não se importa com seu trabalho e vive aceitando subornos daqueles que querem visitar os prisioneiros.

O Rei não me chamou novamente, talvez tenha se esquecido de mim, não acho que seus planos para mim sejam boa coisa.

Estou deitada em meu colchão quando escuto sons de metal, provavelmente da troca de guardas. Não me mecho e volto a tentar dormir. As noites aqui são incrivelmente frias. Escuto um barulho de chaves sendo mexidas, alguém subornou o guarda novamente.
Ignoro o som e contínuo encolhida tentando dormir.

Estou dormindo calmamente até que escuto um tilintar vindo das grades de minha cela. Eu ignoro e tento voltar a dormir, provavelmente são só ratos.

Estou quase dormindo quando sinto uma mão sendo pressionada em minha cintura.
Tento manter a calma e finjo estar dormindo, sinto a mão acariciar minha barriga e uma boca ser pressionada contra meu pescoço, tento manter minha respiração regulada. Preciso saber se a pessoa esta armada.

Quando sua outra mão agarra meu cabelo, eu reajo rápido e acerto meu cotovelo no topo de sua cabeça, completando com uma joelhada na lateral de sua cabeça. Ele cai e tenta pegar uma faca em seu bolso, mas eu sou mas rápida e chuto seu rosto o fazendo derrubar a faca, ele tenta rastejar até ela, mas eu a pego e a cravo em seu peito.

Nossa luta nos levou até a luz que passa pelas grades, possibilitando que eu visse seu rosto. É o guarda que me levou ao rei, não me arrependo. Fico olhando seu corpo imóvel no chão, até que algo chama minha atenção.

A tranca de minha cela está aberta.

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