Eu me lembro que a muitos anos atrás, eu tinha um lar.
Eu era feliz.
Não me lembro exatamente de tudo. Já faz tanto tempo.
Mas me lembro que as Ninfas tinham um lar, um reino, que nunca tínhamos nos envolvido com guerras.
Até que um dia tudo mudou...
Estou andando pelo Reino das Ninfas, tenho 5 anos, meu pai está comigo.
Não é sempre que ele tem tempo para mim, então estou aproveitando ao máximo. Desde que mamãe morreu tenho que ficar no castelo com minha prima, o castelo é lindo e gosto de morar lá, mas Samanta é muito chata.
Estou andando na frente e falando sobre um assunto banal, quando escuto gritos, e papai vem correndo e me o pega no colo.
Não entendo de primeira o porque disso, mas então vejo homens com asas voando acima de nós, já tinha ouvido falar deles, eles são do Reino dos Alados. Mas oque fazem aqui?
Papai continua correndo comigo sobre o ombro, penso em pedi-lo para parar. Porque fugir? Os Alados não são nossos amigos? Tento chama-lo mas algo na direção de onde viemos surge. É grande, feio e gordo, e o chão parece tremer a cada passo que dá. Tento perguntar à papai oque é, mas ele me diz para não olhar para trás. Eu dou uma gargalhada e pergunto porque. Ele apenas me diz para não olhar.
Eu paro de lhe fazer perguntas e volto a olhar a criatura, ela é tão grande, e tem um olhar tão triste. Tento acenar para chamar a atenção dela, mas a multidão correndo em volta de mim não a deixa me notar.
Eu continuo tentando chamar a atenção dela, até que ela finalmente olha para mim, bem nos meus olhos e começa a correr.
Ela vem em nossa direção, suas pernas são longas, e ela alcança a multidão de Ninfas que me cerca rapidamente.
Ela usa suas mãos para abrir caminho e lança várias pessoas longe. Estão todos morrendo, ela está jogando todos longe, o corpo das pessoas é jogado contra as paredes das casas, escuto gritos, choros, súplicas. Ela está quase chegando até nós, sua velocidade continua aumentando e muitas pessoas morrem pisoteadas pelos que tentam escapar da criatura. Ela está a poucos centímetros de mim e papai, quando do nada papai faz uma curva para a esquerda e escapa dela.
Estamos em uma pequena rua, cheia de corpos de Ninfas esfaqueados. Tem sangue nas paredes e em todo lugar. Estou com tanto medo.
Papai me coloca no chão e se ajoelha na minha frente, ele começa a dizer algo mas estou com tanto medo que não o escuto e começo a chorar. Ele me abraça e diz no meu ouvido:
—Fairy, você precisa escutar o papai tá?
Apenas sacudo a cabeça. Meu pai se afasta e coloca suas mãos em meus ombros.
—Fairy, você precisa correr para o castelo, corra o mais rápido que puder e não olhe para trás.
Faço que não com a cabeça e ele me dá um sorriso.
—Não precisa ficar com medo. Eu vou estar bem atrás de você. — Mas e o monstro?— pergunto com medo. — Eu sou um dos guardas do rei. Vou mata-lo.— continuo olhando em seus olhos com medo. — Oque foi? Não confia em mim? Eu prometo que vou mata-lo. —Tá bom papai. —Boa garota. Agora eu preciso que preste muita atenção. Quando eu contar até três, eu quero que você corra sem parar até o castelo. Você consegue? —Sim... Mas o monstro está ali, como vamos passar por ele? — Deixa isso com o papai.
Ele me levou até o final da rua segurando minha mão. O monstro não estava lá, provavelmente ainda estava na outra. Só havia corpos.
Meu pai começou a contar, e quando ele chegou ao três comecei a correr.
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Pense nessa criatura como oque a Fairy viu quando era criança. Eu vi a imagem na internet e achei bem parecido com o que eu tinha imaginado.
Obs: Só eu que achei essa imagem meio perturbadora?
