Carta V

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Querida Morte,

Passei uma semana sem lhe escrever. Devo confessar que estava impossibilitado, mesmo se quisesse muito não tinha a menor condição de mover algo no meu corpo que não meus olhos que piscavam e olhavam de um lado para o outro. Ainda estou muito fraco, talvez eu demore umas cinco horas para escrever poucas palavras... Não sei porquê lhe conto isso, você já sabe! Você está em todos os lugares, eu sei disso.

Este será meu apelo final. Você sabe que não me resta mais muito tempo, assim como eu sei há muito, muito tempo! Você não é boba, Morte. Eu também não sou.

Eu sei que você é astuta, aproveita as melhores oportunidade e está sempre acima. Dito isso, mostrando que reconheço que você é melhor que eu em todos os aspectos, meu apelo, mais uma vez. Responda! Pelo menos só UMA das minhas perguntas, nem que seja só um "sim" ou "não". Nem pedirei maiores explicações. Eu só preciso sanar essas dúvidas que se acumularam durante os anos em que fui conhecendo mais do mundo.

Você sabe que eu preciso e quero muito essas respostas e está ocultando tudo de propósito, só para que eu fique com mais vontade de saber e alimente seu ego. Talvez esteja fazendo o mesmo jogo que a Nina Kütch fez no segundo ano... Talvez você realmente seja uma garota. Mas não do tipo legal, do tipo que machuca. Apesar de que garotos também machucam, assim como Franz Schmidt fez com a Nina, também no segundo ano.

Isso não é assunto para agora. O que importa é que você está sendo egoísta e má, assim como todos dizem que é. Você gosta de ser temida, pelo que estou percebendo... Acho que todo esse esforço será em vão. Você nunca me responderá, Morte.

Espero que você reconsidere tudo e me responda. Ou que pelo menos minhas cartas cheguem até você.

Assinado, Toby

Cartas para a MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora