Acordei no hotel com uma desordem descomunal, estava tonto, mas aos poucos retomava minhas forças, me lembrava de beber feito um louco com Ayana e Alice.
Essa segunda parte da noite de bebedeira não estava no script. Meu braço doía e então percebi que fiquei tão mal que foi preciso usar glucagon em mim, droga de diabetes.
Alguém estava batendo na porta do quarto, então me levantei e andei até a porta, era o serviço de quarto trazendo o café da manhã, permiti que o funcionário do hotel entrasse com a comida e depois que ele saiu comecei a comer, o glucagon não ia me manter por muito tempo, ainda tremia devido a hipoglicemia.
Não entendi porque bebi tanto, nem porque estava sem camisa e principalmente porque o funcionário do hotel saiu rindo do quarto, não entendi até ir ao banheiro e me olhar no espelho, respirei fundo e disse:
- Gueixa... Sério Ayana?
Lavei o rosto e foi difícil tirar toda a maquiagem e foi neste momento que estranhei o silêncio do quarto. Ayana e Alice deviam estar na cama pensei, até que meu celular começou a tocar, andei até a sala e o peguei na mesinha de centro, era Kei:
- O que houve?
- Me responde você – disse furioso – O que deu na sua cabeça para colocar a Ayana no plano?
- Colocar a Ayana no plano? A Ayana era o plano! Combinei com ela que se recuperasse o seu computador a levaria até você. E recuperei seu computador ontem.
- O seu plano sequestrou a Alice e está me pedindo para encontrá-la. Eu não tenho nada a ver com isso, se você não tivesse socorrido aqueles dois depois do acidente a situação atual não teria se complicado tanto! Agora decida o que vai fazer, porque eu não vou sair de onde estou.
- Você se ouviu? O que é você, Kei?
- Apenas eu, Jin. O cara que não te mandou trazer a ex-noiva dele para Xangai.
Suspirei e tive que concordar, infelizmente Kei estava certo, então voltei a focar no que realmente importava:
- O que a Ayana disse que vai fazer com a Alice se você não for encontrá-la?
- Ela me mandou um vídeo e disse que eu tinha 24 horas, isso foi há três horas.
- Ela só está viva por sua causa, Jin. – disse sério - Já fez isso uma vez, o que seria mais uma?
- Você adora me culpar por situações complicadas que você mesmo provoca – gritei – Adora me colocar para limpar a bagunça que você faz. E não se importa com as consequências... Em pensar que eu te poupei de detalhes porque achei que você se importasse com ela.
- Nossa – debochando – ele tem sangue quente nas veias. Não se esqueça que foi você que prometeu que...
Antes que ele completasse a frase eu o interrompi:
- Não era só ela no carro.
- Sim, eu sei. Era ela e o irmão.
Senti meu sangue ferver pelo ódio que a apatia e o deboche dele despertavam em mim, minha respiração ficou rápida, cerrei o meu punho e tentei me conter, queria perfurar Kei com uma adaga, mas seria impossível fazer isso de tão longe, então usei a adaga que sempre acreditei que fosse a mais afiada entre todas as adagas existentes, as palavras:
- E o seu filho.
- O que? – E finalmente senti que estava falando com um humano de voz trêmula e ressentida – Do que você está falando.
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Akai Ito, o fio vermelho do destino.
General FictionMaria Alice Lenmer foi abandonada por seu noivo, Kei Yamamoto no dia de seu casamento. Desesperada e inconsolável decidiu procurar por respostas, porém encontrou rastros que levam a crer que seu noivo tinha envolvimento com a Yakuza e que talvez uma...