A única coisa que eu sabia era estar com uma enorme dor de cabeça. Não conseguia me lembrar de nada. Quanto mais tentava me lembrar de algo, mais a cabeça latejava.
"Nome" foi à primeira coisa que me passou pela cabeça. Meu nome? Nome...?
Lara Rodrigues.
A cabeça doeu ainda mais. Imagens passavam mais rápido que o vento. Meus ouvidos estavam zunindo alto depois que pararam.
Abri os olhos e percebi que estava deitada. O teto não era do meu quarto, ou se eu lembrasse de que eu tinha um. Ao lado estavam equipamentos médicos, as paredes eram brancas e havia poltronas verdes no canto direito. Depois de 5 minutos percebi que eu estava em um quarto de hospital.
Mas o que eu fazia ali? O que aconteceu? Tentei mover meu corpo, mas eu estava muito cansada para fazer qualquer coisa, ou dolorida, mas pelo menos eu conseguia mover meu corpo, isso significa que eu não estava paralítica.
Olhava em volta e não havia ninguém, apenas eu estava ali naquele quarto. Se eu pudesse pelo menos chamar algum médico, seria muito bom.
Como se alguém tivesse lido minha mente, a porta se abriu e alguém entrou, usando um jaleco branco, como o resto da roupa. Era um careca bem gordo e parecia bem velho.
- Bom dia, Sra. Rodrigues – disse o homem – Sou o Dr. Vans Locker. Eu sei que tem muitas perguntas, mas antes preciso verificar você.
- Onde estou? – perguntei, olhando para o Dr. Locker.
- Está em um dos melhores hospitais do país, Sra. Rodrigues – respondeu Dr. Locker – Mas se estiver se perguntando como foi parar aqui, vai ser uma história complexa de se explicar.
Dr. Locker me examinava enquanto falava, verificando meus olhos, ouvidos e se eu conseguia me mover.
Minha cabeça começou a doer novamente, e comecei a me lembrar de minha família: Pai, mãe e meu irmão...
- Onde está meu irmão? – meu irmão mais velho, Rafael. Ele era 12 anos mais velho do que eu, me fazendo lembrar-se de minha própria idade, 16. Mas será mesmo que eu tinha 16 anos? Não conseguia me lembrar ao certo.
- Seu irmão está lá embaixo, ansioso para te ver depois de sete dias esperando você acordar... – respondeu Dr. Locker, anotando alguma coisa em uma prancheta.
Sete dias?! Fiquei sete dias dormindo? Não sei que tipo de pancada eu levei na cabeça, mas parecia ter sido das grandes.
- Mas creio que ele terá que esperar – completou Dr. Locker – Você parece exausta e levou um grande dano na cabeça. Sorte a sua não ter sido fatal ou ter alterado nada em você. Mas, devo perguntar: você se lembra de alguma coisa?
- Nada – respondi – Parece que está voltando, mas está tudo nebuloso ou não consigo me lembrar.
- Em que ano nós estamos? – perguntou Dr. Locker, sentando-se na poltrona ao lado.
- Acho que em 2016 – respondi.
- Estamos em 2022 – disse Dr. Locker, mas depois riu da minha cara de espanto – Brincadeirinha, ainda estamos em 2016. Mas, em que mês?
Minha cabeça começou a doer de novo, mas consegui me lembrar da última coisa antes de acordar nesse lugar:
- Eu me lembro de estar me mudando para a casa do meu irmão. Estávamos no começou do ano, e me mudei por causa de brigas entre os meus pais. Só isso que eu consigo lembrar.
Dr. Locker me olhou atentamente, como se estivesse procurando algo em mim.
- Lamento dizer, mas estamos alguns meses adiantados – ele começou a dizer, andando de um lado para o outro – Estamos em setembro, e passou por muitas coisas que marcaram sua vida nesses 8 meses, não tenho dúvida. Se tivermos sorte, sua memória pode voltar.
- Quero ver meu irmão – eu disse depois que ele acabou de falar.
- Precisa descansar, e depois de um banho – disse Dr. Locker – Sua aparência está bem ruim e você emagreceu bastante nessa semana de coma. Agora, chamarei os enfermeiros para dar um jeito em você.
- Mas doutor, eu preciso...
Ele saiu antes mesmo que eu completasse a frase. Maldito sejam esses médicos que nunca escutam seus pacientes, a não ser o que querem.
Queria se olhar no espelho, queria ver como estava sua aparência, que pelo o que ouvi estava horrível. Tentei me ajeitar na cama, mas somente que um esforço tremendo e com grandes dores que eu consegui fazer isso.
Faltava alguma coisa. Sentia isso.
Sentia que eu deveria me lembrar de uma coisa bem importante, mas não conseguia. O que será que era?
Meus pensamentos foram interrompidos quando uma enfermeira entrou no quarto.
- Sra. Rodrigues, sou sua enfermeira. Venha para que eu te ajude em tudo que precisar. Primeiro, vamos dar um banho em você.
Eu queria muito saber o que eu perdi de minhas memorias, e alguma coisa me diz que iria descobrir em breve.
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Amando Novamente
RomanceLara Rodrigues acorda em um hospital, depois de ficar um tempo em coma. Havia sofrido um acidente de carro, e não se lembrava de nada dos últimos seis meses. Quando acordou, seu irmão, Rafael Rodrigues, disse para ela que perdera muita coisa do seu...