Capítulo 7 - Memórias do Pôr-do-sol

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POV Julia

Acordei. Olhei para o lado e vi minha linda namorada dormindo. Normalmente, me envolveria em seu corpo e continuaria dormindo.

Mas, não posso fazer isso. Ainda.

Não irei desistir dela. Mesmo sabendo que ela perdeu as memórias, eu não vou largar ela por conta disso. Rafael concordou em me ajudar, mas teria que tomar cuidado para não forçar muito. Tenho vários planos para hoje: Primeiro vou fazer um café da manhã que ela adora (café com leite e pão francês) e depois a levaria ela para o Grande Lago da Cidade, aonde foi o lugar em que nós no beijamos pela primeira vez. Isso deve pelo despertar alguma coisa nela.

Estou disposta a fazer tudo por ela, para voltar o que éramos antes: um casal perfeito. Eu a amo e com certeza irei tê-la de novo, mesmo que eu tenha que reconquista-la.

Infelizmente, isso está acontecendo por minha culpa. Isso é uma punição do que fiz.

E terei que viver com essa culpa, em segredo de qualquer um.

Inclusive de Lara.

POV Lara

Acordei sentindo um cheiro bom de café. Adoro café, principalmente café com leite. Me espreguicei na cama. Olhei para o lado e vi que Julia já tinha levantado.

Me levantei da cama com a maior preguiça e segui até porta. Dali, eu conseguia ouvir uma voz. Era Julia falando no telefone.

- Sim, estou em casa – falava Julia ao telefone – Não Dina, ela não é bicho de estimação para ficar vendo – Julia suspirava no telefone – Só preciso de um tempo com ela, tudo bem? Eu sei que você e o pessoal quer ver ela, mas ela não se lembra nem do nosso relacionamento entre nós – Julia já se mostrava impaciente com a ligação – Tudo bem, amanhã vocês podem vir... Não Dina, hoje não, amanhã... Que merda.

Julia jogou o telefone na mesa, suspirando. Parecia que ela tinha vontade de chorar. Decidi aparecer.

- O que foi? – perguntei, fingindo não ter ouvido. Ela se sobressalteou da cadeira quando me viu.

- Bom dia – ela abriu um sorriso e me abraçou. Fiquei meio sem jeito, mas decidi abraçar de volta. Esse relacionamento, por enquanto, estava estranho.

- Então, quer café da manhã? – perguntou Julia, sorrindo e me mostrando a mesa – Tenho aqui café-com-leite, pão francês, bolo...

- Eita, vamos alimentar uma manada inteira? – perguntei brincando. Aquela mesa estava mesmo deliciosa.

- Fiz tudo o que você gosta – ela disse para mim, sorrindo. Sorri meio sem jeito, como sempre faço quando fico com vergonha de alguma coisa.

- Não precisava ter feito isso tudo – falei.

- Bem, depois daremos uma volta – ela disse – Mas, vai ser a pé.

Olhei para ela, me perguntando que tipo de volta daríamos. E a pé ainda? Isso eu não aguento, sou muito preguiçosa pra fazer isso.

- E sem preguiça – ela complementou – Isso vai ser muito importante para mim. Por favor, promete que vai vir comigo?

- Tudo bem, mas para onde nós iremos? – perguntei.

- É uma surpresa – respondeu Julia – Vamos, coma. Vai precisar de muita energia.

Comi em silêncio, com Julia me observando. As vezes perguntava se estava bom ou se faltava algo, e respondia que estava ótimo. O que verdadeiramente estava. Eu estava acostumada a ver uma mesa gigantesca com quase qualquer coisa que pudesse imaginar. E olha que era café da manhã só, depois vinha o almoço, café da tarde, janta e lanche da noite. Agora, com um café simples, de alguma forma eu gostava.

Amando NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora