Amando Novamente

Capítulo 18 - Lembranças

"Um dia depois"

POV Lara

Eu chorava em meu quarto. Apenas isso o que eu podia fazer. Júlia foi presa, acusada de ter matado duas pessoas.

Eu me recuso a acreditar. Júlia nunca daria uma coisa dessas, não era possível. Ela sempre me amou, cuidou de mim, e sempre sorriu. Não era possível que ela escondeu tanta coisa de mim assim.

Comecei a chorar de novo. Por quê? Por quê Júlia iria esconder algo tão grande assim de mim, sua namorada? E como ela teve a coragem de me dizer que voltaria a nossa relação, mesmo com essa culpa? Nada fazia sentido.

Minha cabeça também doía. Tinha alguma coisa que não se encaixava, que eu não conseguia me lembrar. Tinha algo... Eu tinha que saber! Mas o sei o que!

Me lembrei das perguntas de Camila, sobre achar que alguém estava por trás do meu acidente. Aquelas perguntas ressoavam, como um relógio de ponteiro marcando 12hs.

Ouvi batidas da porta do meu quarto. A porta estava trancada, e meu irmão batia forte.

- Lara, abra aqui! — disse Rafael — Precisa me explicar o que está acontecendo, ou não vou poder te ajudar. Lara, está me ouvindo?

Aquelas batidas... aquilo só servia para me irritar.

- Por quê você não me deixa em paz?! — me levantei, querendo bater bem forte naquela porta também. Mas eu tropecei em alguma coisa que eu não vi, e senti uma dor forte na minha cabeça, antes que tudo ficasse escuro.

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"Três semanas antes"

POV Narrador

Lara estava olhando a vista pelo vidro do carro. Júlia... por quê ela teve que aceitar aquilo?  Por quê ela não chamava a polícia e acaba com isso de uma vez?

Lara ouviu um clique perto da orelha. Se virou e viu uma arma apontada para ela. Arregalou os olhos.

- Não grite, ou eu atirarei — disse Mayara. Mayara estava no banco de trás com Lara, e Gabriel dirigia. Eles eram os amigos dela desde o início do ano, e não acreditava no que estava acontecendo.

- O que é isso? — perguntou Lara — Maya, o que você está fazendo?

- Não é nada pessoal, Lara — disse Maya — É o João. Ou melhor, é a Sara. Eles estão nos obrigando a levá-la para o esconderijo deles. Não podemos fazer nada.

- Como não? Vocês estão armados — disse Lara — João não é nada, e a irmã dele também não. Juntos, podemos fazer algo. Gabriel, vá para a delegacia e...

- Não adianta, Lara! — gritou Gabriel — Eles que comandam tudo. Tráfico, armas, pessoas... E até nossas vidas. Estamos vivos porque eles querem. Não há nada que possamos fazer. Ou é isso, ou estamos mortos.

- Não vou deixar meus amigos serem submetidos assim — disse Lara. Ainda confiava neles, e sabia que podiam mudar.

- Lara, não da — disse Mayara — Sara está louca, e tudo isso por sua causa. Para ela, Júlia era preciosa, até você aparecer. Ela está descontrolada, e quer ver Júlia sofrer. A culpa dela. Não adianta resistir, apenas aceite.

Sara Pelegrine.... a ex-namorada de Júlia. Agora Lara sabia o que ela era capaz de fazer, e Júlia tentou avisa-la. Mas Lara sempre optou por não ouvir.

- Agora, fique parada e...

Olhei para o lado, e foi como se tudo tivesse vindo em câmera lenta. Havia um carro vermelho vindo, e Júlia estava ali. Mayara e Gabriel estavam sem reação, e Lara olhou para Júlia uma ultima vez antes de sentir um enorme impacto em sua cabeça.

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"Presente"

POV Lara

Minha visão estava meio embasada, e minha cabeça doía. O que aconteceu? Onde estava?

Me sentei no chão, e senti minha cabeça rodar. Aos poucos, fui me acostumando. Meu cérebro parecia ter reiniciado de vez.

Alguns nome apareceram na minha cabeça: João, Sara, Dina, Júlia....

Júlia...

Cacete!

Dei uma fungada forte, e me toquei no que estava acontecendo. Me lembrei não só das últimas duas semanas, mas de tudo. Tudo o que eu perdi, estava de volta.

Agora eu voltei. Lara Rodrigues está de volta.

Liguei tudo o que estava acontecendo, e sabia o que era. Júlia estava presa, por causa de João e Sara Pelegrine. Os dois maiores bandidos da cidade, e agora eu sabia. Júlia não tinha culpa, apenas bateu o carro tentando me procurar. Sara Pelegrine era a culpada por tudo, e pagaria caro.

E Júlia... Merda, por que ela foi esconder a verdade de mim? Claro, eu não era mais a mesma, mas também não era motivo. Mas agora não importava, e sim avisar os detetives sobre tudo.

Abri a porta do meu quarto. Na sala, me deparei com duas figuras...

- Lara! — Dina se levantou, e me abraçou — Soubemos do que aconteceu. Júlia está presa, mas como? O quê aconteceu para ela estar lá.

Camila estava ali. Eu sentia, de alguma forma, que ela sabia de tudo. Ela também escondeu a verdade,

- Meninas, minha memória está de volta — eu disse. Elas ficaram surpresas — Camila, eu sei de tudo.

- Então, agora sabe — disse Camila — E agora, o que vai fazer?

- Vou colocar os verdadeiros culpados atrás das grades — eu respondi — E vou bater um papinho com minha namorada.

Mas primeiro, tudo o que eu podia fazer era tirar Júlia de lá. E eu só conhecia uma pessoa capaz de fazer isso. E essa pessoa era uma das que eu mais odiava.

- Preciso do meu telefone — eu disse — E do meu irmão. Vou ligar para o meu pai.