Capítulo 4 - Para casa/ Conhecendo minha nova "namorada"

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Dois dias depois; sai do hospital, mas sobre varias restrições médicas. Ficar quatro dias em um hospital é bem chato e enjoativo. No máximo, só podia sair da cama e andar pelo quarto de vez em quando. Meu irmão e Julia todos os dias iam vir me visitar, mas eu me sentia estranha em relação a eles. Rafael podia me conhecer bem mais do que eu imagino, e Julia é minha namorada desde o mês de Março (pelo o que eu fiquei sabendo). Era difícil conversar com sua "namorada" e ter que aceitar isso.

Fiquei bem feliz em ter que sair daquele quarto. Meu irmão me levou roupas que eu nem sabia que era do meu estilo, como calça jeans apertadas (já soltas por causa da minha súbita perda de peso) e uma blusa curta.

Quando sai do hospital, eu senti os raios de sol tocando em mim, e senti uma leve brisa do ar no meu rosto. Me senti quase que renascida.

- Bem, em qual carro você quer ir? – meu irmão perguntou, olhando para mim.

- Em qual carro? – perguntei meio perdida.

- Eu e Julia temos nossos próprios carros – meu irmão respondeu – Então, em qual carro quer ir?

Olhei para Julia. Ela estava quieta desde aquele dia em que soube que perdi as memórias, e era difícil de encarar ela desde então.

- Vou com ela – respondi. Não sei o que me levou a ir com ela, mesmo não a conhecendo. Ela olhou para mim, surpresa por eu ter escolhido ela.

- Muito bem – disse meu irmão – Vejo você em casa então – e saiu até uma Range Rover vermelha. Fiquei impressionada com o carro que ele tinha.

- Bem... Vamos então? – Julia perguntou do meu lado, eu fiz que sim com a cabeça. Segui ela, imaginando qual carro ela tinha, e me surpreendi de novo. Era uma camionete azul, parecendo bem antiga.

- Não é muita coisa – ela disse enquanto caminhávamos pelo estacionamento até o carro – Mas é tudo o que eu tenho. Se quiser, ainda pode ir com seu irmão.

- Não, eu... Só achei meio clássico – respondi sem jeito, ela riu e destravou o carro com a chave.

Dentro do carro era simples, tinha apenas um banco longo. O painel estava um pouco empoeirado, o rádio parecia meio velho e no retrovisor interior tinha um colar pendurado, com uma perola azul bem bonita. Fiquei observando por um momento o colar, e parecia bem caro.

- Bem, cintos! – Julia disse, olhei para os lados e percebi que os cintos estavam afundados no banco – Bem, vamos pular essa parte. Não costumo usar cinto mesmo.

E ela deu a partida, mas o carro não pegou. Tentou mais uma vez e nada.

- Porcaria de carro...! – ela falou, e tentou uma terceira vez e pegou. Tive que me segurar para não rir do alivio dela – Bem, pé na estrada.

- Você sabe para onde nós vamos? – perguntei.

- Para sua casa, é claro – ela respondeu – Bom, do seu irmão para ser mais especifica. Mas, vamos demorar pelo menos uma hora de viagem. Se começar a se sentir mal me avise, assim paramos até você se sentir melhor.

Saímos do hospital e pegamos a estrada. Ficamos em silêncio por um tempo, e observava o colar indo de um lado para o outro que estava preso no teto.

- Quem te deu esse colar? – perguntei enquanto observava o colar.

- Você – ela me respondeu – No nosso aniversário de um mês de namoro. Foi a melhor coisa que eu já ganhei de alguém – ela sorriu para mim.

Por essa eu não esperava. Aquilo deve ter custado uma fortuna inteira, e dava para trocar aquilo por um carro zero. Nunca havia dado presentes a ninguém, e isso me deixou feliz por ter sido a melhor coisa já ganha por alguém.

Amando NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora