Capítulo 62 - Quem ri por último... se dá mal! (Taylor)

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"Aquele... moleque danado, projeto de terrorista! Ah mas ele não perde por esperar porque quem ri por último..."

Meus pensamentos eram dirigidos nada mais nada menos do que a Brian Rodriguez, o ser mais endemoniado da face da Terra! Certamente a vingança não era uma coisa bonita, mas no caso dele, tenho certeza de que qualquer santo abriria uma exceção!

Onde Jack estava com a cabeça? Como é que aceitou cuidar daquele filhote de troglodita? Sim porque Brian com toda certeza só poderia ser definido assim. O menino era um verdadeiro demônio!

Desde que Jack oferecera pra se cuidar do garoto, os dois andavam quase todo o tempo juntos, porém quando o bar abria pra quem sobrava? Pro Taylorzinho aqui, é claro! E aquela miniatura de Osama Bin Laden não deixava barato. Não mesmo! Bastava que meu tio virasse as costas, pra ele aprontar pra cima de mim. Um dia foram baratas na cama, outro dia sal no café e ontem, flores dentro do quarto!

Ai vocês devem estar pensando: "Mas flores no quarto não são ameaça nenhuma." Muito bem, estariam certas, se não fosse o detalhe de que EU SOU ALÉRGICO A PÓLEN! Amanheci hoje com a cara toda empipocada. Ah, mas esse menino não perde por esperar. Aquele vampiro malvado do filme parecerá um anjo, quando eu acabar com o mini-Osama!

"Ah, mas hoje ele não me escapa!"

Eu o pegaria na volta da escola e então... era uma vez um monstrinho!

- Hey cara, não ouviu a professora? – Jerry, por incrível que pareça o mais lesado da turma me perguntou.

- O que? – Olhei para o resto da classe e todos me encaravam esperando por uma resposta. Agora... resposta do que mesmo?

- Pelo que vejo que tem assuntos mais interessantes para pensar do que a aula de literatura. Poderia compartilhar seus pensamentos conosco? – A senhorita Malverick me convidou a ir até a frente da sala.

E agora? O que eu ia fazer? A senhorita Malverick não esbanjava nenhum pouquinho de simpatia. Ao contrário, as roupas conservadoras e o óculos fundo de garrafa deixavam a todos intimidados, e, portanto, minha nota dependeria exclusivamente da minha inteligência, coisa que eu não estava certo se ainda tinha.

Levantei da cadeira e a passos lentos caminhei até chegar a frente. A sala toda me olhava como se eu fosse um alienígena e isso definitivamente não era nada agradável.

- Bem... errr... estava pensando na aula de literatura e.. de como isso é importante na vida de todos. – Pude ouvir risinhos e isso me deixou ainda mais nervoso.

- Ah é e como e quanto isso é importante?

- Bem... os livros são importante... sei lá senhora Malverick, mas... Shakespeare por exemplo... era um cara sensacional.

- Um-cara... sensacional? – Ela repetiu com escárnio e junto com as risadas que se intensificaram me senti um tanto inseguro. Mesmo assim, por nada no mundo deixaria que aquela velha agourenta estragasse minha apresentação. – Veja bem o cara... digo, o homem, era francês e...

- Desculpe era o que?

Nesse momento, Angie deixou cair uns lápis no chão e eu me abaixei para recolhê-los foi então que o meu anjo entrou de novo em ação...

- Shakespeare era um dramaturgo inglês. Entre as obras mais conhecidas estão Romeu e Julieta e Hamlet de onde vem uma das frases mais conhecidas dele: "Ser ou não ser, eis a questão." – Ela cochichou e em seguida eu me levantei, deixando os lápis sobre a mesa.

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