06

130 14 10
                                    

Eu e Ray entramos no bar rindo, mas nem de longe estamos bêbados. Peço minha taça de vinho e Ray pede cerveja.

– Então foi assim? Ele caiu de joelhos no meio da praça da alimentação e te pediu em namoro? – Tento me segurar, mas acabo perdendo a luta e caio em um ataque de risos. Ray revira os olhos, mas há um sorriso em seu rosto.

– É, não foi muito romântico. Poderia ter sido em um restaurante. Mas eu não estou nem aí, eu gosto dele e é isso que importa.

Concordo com a cabeça e deixo minha taça vazia em cima do balcão. Pulo do banco e desço um pouco meu vestido.

– Vou dançar! – Grito e ele apenas balança a cabeça, dizendo que vai ao banheiro.

Entro no meio da pista e me balanço ao som da música. Eu adoro essa música. Logo mais estou suada de tanto dançar e com um homem que sequer conheço colado as minhas costas.

Perdi as contas de quantas vezes fui para beber mais taças de vinho.

Jogo meu cabelo para o lado e dou a ele total acesso a meu pescoço. Aproximo meu corpo ainda mais do seu, até que não reste mais nenhum espaço. Ray sumiu de vista e tenho certeza que tem a ver com seu novo namorado.

Não tenho tempo para pensar nisso, até porque o desconhecido me vira e enfia a língua na boca. Perco o ar, mas ainda assim ergo meus braços até seus ombros e puxo seu cabelo.

Quando ele se afasta, respiro rapidamente, abro os olhos e quase caio para trás quando vejo a visão gloriosa que está a algumas distâncias de mim.

Desvio meus olhos e tento me concentrar no homem bonito a minha frente, mas que nem de longe chega aos pés do outro debruçado no balcão.

Tento voltar a dançar, mas tropeço em meus próprios pés quando Gabriel se ergue e tenho a visão de seu peito forte e tatuado.

– Tudo bem? – O desconhecido me pergunta e eu apenas concordo com a cabeça. Estou sem fala. Gabriel consegue deixar qualquer outro homem no chinelo. Ele é lindo demais.

Vejo uma ruiva peituda se aproximar e cravar as unhas em seus braços. Meus pés agem por conta própria quando vejo-o praticamente agarrando a mulher.

Bato minha mão no balcão e praticamente grito meu pedido. Começo a bater o pé impacientemente no chão, e olho a ruiva quase esfregar os peitos na cara de Gabriel. Aperto meus olhos, me imaginando arrastando ela para longe dali.

– Com licença. – Entro na frente de Gabriel e ela me olha desconfiada. Ergo um pouco meu nariz.

– Quem é você? – Ela estende a mão para tocar em Gabriel mas eu lanço a ela um olhar de aviso.

– Ele está acompanhado, então se sabe o que é bom para você, sugiro que saia daqui. – Digo seriamente.

Ela olha para Gabriel uma última vez e então sai jogando os cabelos ruivos sobre os ombros. Respiro fundo e me viro.

Agora vamos lidar com esse homem que pode ser mais idiota ainda quando está bêbado.

– Que merda você pensa que estava fazendo, Gabriel? – Ergo seu queixo e quase me perco em seus olhos azuis.

Foco, Julia.

– Eu estava me divertindo, até você tirá-la daqui. – Ele diz e me empurra para sair do seu caminho. – Chame-a de volta.

Minha boca se abre em choque.

– Como é?

– Você ouviu. – Ele toma um gole de cerveja, mas eu arranco a lata de suas mãos e jogo no chão. Ele sorri sem nenhum humor. – Você não está sendo legal, Julia.

– Você é um idiota. – Reviro os olhos e dou as costas para ele. Não sei porque me esforcei a ajudar. Devia mesmo ter deixado aquela Gollum esfregar os peitos em sua cara e levá-lo para a cama. – Babaca. – Resmungo para o nada mas muito rapidamente sou virada e encontro dos pares de olhos azuis muito sérios.




















Abernathy - Trilogia Maddox Onde histórias criam vida. Descubra agora