Fernanda
Acordei com uma gritaria e me levantei indo ver o que estava acontecendo.
_O que é que ta acontecendo? _Perguntei vendo Bruno, Maria, Bernardo e Isabela na sala.
_Conta, conta pra sua mãe aonde você estava até essa hora. _Bruno falou, e por reflexo olhei no relógio constatando que já passava das três horas da manhã.
_Você chegou agora em casa? _Perguntei olhando Bela da cabeça aos pés, aquela a minha frente não parecia ser a minha filha.
_Aonde você estava? _Perguntei me aproximando dela.
_Em uma boate.
_Uma boate? você só pode está de brincadeira com a minha cara Isabela.
_Ela estava realmente em uma boate Fernanda.
_Com você Bernardo?
_Não, com o Paulo, mas ele encheu a cara demais e teve que ser levado pelos amigos e como o carro não cabia todo mundo, Bela me ligou para busca-la.
_Então você, saiu de casa sem pedir permissão, com uma roupa que mal cabe em você, com esse batom que você nunca usou, foi pra uma boate aonde só tem bebida e o que não presta, ficou sem ter como voltar e ainda tirou o Bernardo da casa dele só pra concertar a merda que você fez? _Falei furiosa.
_E ela não quer adimitir Fernanda, que está errada, eu vou acabar com aquele infeliz você não ve que esta se tornardo uma pessoa que você não é Isabela, você não tem idade pra está numa boate, olha sua roupa, sua aparência, não está magoando só a nós, mas a Deus também. Que tipo de pessoa você está se tornando?
_A pessoa que o Paulo quer que eu seja, e o senhor não tem por que se meter na minha vida.
_Tenho sim, eu sou seu pai, e enquanto você morar nessa casa, enquanto for de menor eu mando em você.
_EU TE ODEIO! _Isabela gritou na cara de Bruno e eu não consegui mais me segurar, reuni todas as minhas forças e dei um tapa em seu rosto a fazendo se desequilibrar e cair no chão.
_NUNCA MAIS, NUNCA MAIS GRITE COM SEU PAI! _Gritei perdendo o controle e avançando em Bela.
_Fernanda, por favor se acalme. _Maria pediu aflita.
_Eu vou lhe ensinar o que é ter respeito. _Falei a puxando do chão e a arrastando em direção as escadas, a coloquei dentro do quarto e peguei um cinto do Bruno.
_NÃO MÃE POR FAVOR! _Bela gritou quando me aproximei.
_Fernanda, calma por favor. _Bruno pedia tentando me fazer raciocinar mas eu já estava descontrolada, até que Bernardo entrou entre mim e Bela e segurou meus ombros gentilmente.
_Fernanda, não faça algo que pode se arrepender, está com raiva e a raiva pode nos fazer, fazer coisas que não queremos, se acalme por favor, deixa eu conversar com ela, por favor. _Ele pediu olhando em meus olhos e acabei me acalmando.
_Da proxima vez, não terá o Bernardo pra te proteger. _Falei olhando pra Bela e sai do quarto.
_Filha? _Ouvi a voz de Maria depois de algum tempo que eu estava no jardim, a noite estava estrelada e uma brisa suave soprava balançando algumas folhas das árvores.
_Oi Maria.
_Está mas calma?
_Um pouco.
_Eu não consigo entender o que está acontecendo filha. _Maria falou me abraçando.
_Isso só pode ser uma provação Maria, eu queria entender o por que de tudo isso, eu e Bruno a criamos da melhor maneira, Bela era doce, meiga, carinhosa, e agora olha no que ela se tranformou, ela magoa as pessoas sem se importar, diz coisas absurdas, esse garoto veio como uma maldição nas nossas vidas, Bruno não está sendo mais o mesmo depois que Bela começou a desrespeita-lo, eu não o vejo mais sorrir Maria, ele sempre está desligado do mundo, só come quando eu insisto, e a maioria das vezes que acordo a noite vejo ele acordado fitando o nada, tudo isso o está afetando muito, por que ele é muito apegado a Bela, eu já sou mais explosiva, mas ele não consegue e tudo que ela fala tem um peso muito maior sobre ele do que tem em mim, eu pergunto a Deus o por que de tudo isso Maria, o por que?
_Eu não sei querida, queria ter as respostas pra sua pergunta mas não consigo.
_Eu tenho medo Maria.
_Medo de que?
_De que o Paulo consiga destruir a nossa família. _Falei sentindo as lágrimas descerem por meu rosto.
_Não diga isso filha.
_Mas é verdade Maria, desde de que eu conheci o Bruno, passamos por tanta coisa, olha tudo que passamos, quantas pessoas entraram na nossa vida pra destruir o que temos, e agora isso, quando eu olhei o Paulo senti algo bom nele, eu parecia conhece-lo por toda uma vida, mas agora, eu só o vejo como alguém que está destruindo a essência da minha filha.
_Fernanda? _Ouvimos a voz do Bernardo atrás de nós.
_Oi Bernardo.
_Eu conversei com ela, mas não sei se ela vai levar em conta tudo o que eu falei, mas saiba que eu vou está aqui sempre que precisar, fiquei mais um tempo com ela e ela acabou dormindo.
_Obrigado Bernardo, mas está tarde pra você está na rua a essa hora, por que não dorme aqui? você está cansado e pode acabar dormindo no volante não quero que aconteça nada com você, avise ao seu pai e passe o resto da noite aqui. _Pedi.
_Não quero incomodar.
_Não incomoda, pode ficar no meu antigo quarto, Maria vai levar você, fique a vontade e descanse.
_Obrigado Fernanda. _Ele falou sorrindo.
_Eu que agradeço.
Depois de algum tempo fui em direção ao quarto e encontrei Bruno parado na sacada, por um momento parei e admirei o homem que eu tanto amava, Bruno fisicamente parecia ser o mesmo, mas por dentro eu sabia que ele estava destruído, me aproximei dele e o abraçei por trás, deslizei minhas mãos por seu peito quente e encostei minha cabeça em suas costas largas. Suas mãos deslizaram sobre as minhas e ele me puxou me fazendo ficar em sua frente.
_Aonde foi que eu errei? _Ele perguntou com os olhos cheios de lágrimas.
_Você não errou meu amor, você nunca cometeu nenhum erro com a nossa filha, não se culpe, nada disso é sua culpa. _Falei passando minha mão em seu rosto secando uma lágrimas que desceu por seu rosto.
_Então por que tudo isso?
_Eu não sei, vem vamos descansar, você precisa descansar. _Falei o puxando para a cama em seguida o fazendo deitar em meu colo, deslizei minhas mãos pelos seus cabelos e em silêncio fiz uma oração a Deus para que ele acalmasse o coração do Bruno.
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Entre Dois Corações (Segundo Livro)
Roman d'amourSegundo livro de um contrato de amor Por que o verdadeiro amor, nasce em tempos difíceis.