Capítulo 59

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Isabela

_Está bom Cris, eu vou acabar me atrasando o Bê já deve está me esperando e o Táxi já chegou. _Falei me levantando da cadeira em que ela havia me feito sentar por horas para fazer um penteado no meu cabelo.

_Você está linda. _Ela falou atrás de mim olhando meu reflexo no espelho, eu usava um vestido azul escuro até a altura do joelho, o tecido era levinho e delicado, eu esperava que o Bê gostasse e esperava mais ainda que eu conseguisse falar pra ele tudo que eu queria falar a mais de duas semanas.

_Pronto, linda desse jeito e com esse perfume de rosas eu duvido o Bernardo não baba por você. _Cris falou me fazendo rir, quando já estavam-os na porta da sua casa.

_Me deseje sorte amiga. _Falei a abraçando.

_Boa sorte Bela, torço pra que dê tudo certo, e só vou dormir depois que você me mandar uma mensagem me contando tudo, por isso não esqueça de me informar quando chegar em casa.

_Ta bem pode deixar. _Falei entrando dentro do Táxi, conforme íamos nos aproximando eu sentia meu coração acelerado, minhas mãos tremiam e eu sentia um frio na barriga.

_A senhorita está bem? _O taxista perguntou me olhando pelo retrovisor.

_Estou nervosa. 

_Há sim, pela sua roupa e o endereço que me deu, está indo pra um jantar.

_Sim, e nesse jantar vou dizer pro meu melhor amigo que também amo ele. _Falei sorrindo o que o fez sorrir também.

_Essa fase da juventude é a melhor fase, quando descobrimos o amor, ainda mais no melhor amigo é como ser abençoado em dobro, por que além de um namorado você terá sempre um amigo.

_O senhor tem razão e ele é tipo aquelas pessoas raras que poucos tem a sorte de encontrar, e que só o encontramos uma vez na vida sabe?

_Sim sei, eu tive essa sorte com minha falecida esposa.

_Há sinto muito. _Falei triste.

_Não sinta, eu não tenho do que reclamar, vivi anos maravilhosos ao lado dela, e ela me deixou dois filhos maravilhosos, e Deus foi tão bom que me deu uma segunda esposa tão boa quanto a primeira, as vezes temos a sorte de encontrar essas pessoas raras duas vezes, é difícil mais as vezes temos essa sorte.

_Fico feliz pelo senhor. _Falei olhando pela janela constatando que já haviam-os chegado.

_Pronto chegamos, eu desejo que corra tudo bem com seu melhor amigo, não o deixe escapar. _Ele falou apertando minha mão antes que eu saísse do carro.

_Pode deixar, eu já o deixei escapar vezes demais, dessa vez não o deixarei mais. _Falei lhe pagando.

_Seu troco.

_Pode ficar, há e meu nome é Isabela, quem sabe nos encontramos por ai.

_Prazer Isabela me chamo Francisco, será um prazer e obrigado pela gorjeta. _Ele falou antes de acenar e dar partida. Parei em frente ao restaurante e tentei respirar fundo, estava tão nervosa que parecia que minhas pernas tinham virado gelatina, olhei na direção do restaurante e o vi pelo vidro, ele estava tão lindo, vi um buquê em cima da mesa de rosas azuis, ele olhava algo em suas mãos que eu não conseguia ver o que era, respirei fundo e dei o primeiro passo pra atravessar a rua e encontrar o homem que eu tanto amava, mais algo inesperado aconteceu quando vi um carro bruscamente parar a minha frente, eu estava pronta para reclamar que ele estava errado por aparecer do nada correndo daquele jeito, mais engoli minhas palavras quando vi um homem forte descer do carro, ele estava encapuzado e com uma faca na mão, meus instintos me mandavam correr e foi o que fiz, eu queria ir em direção ao restaurante mais o carro estava a minha frente por isso corri na direção ao contrário o mais rápido que consegui, eu sentia meu coração acelerado e minhas pernas tremulas, eu não conseguiria competir com um carro, por isso fui em direção a uma praça correndo o mais rápido que eu conseguia, mais já sentia o ar faltar e minha visão ficar turva pelo cansaço, isso era sequela da gravidez complicada que minha mãe havia tido, eu havia me recuperado de tudo, mais não poderia exigir demais dos meus pulmões, se corresse por períodos longos sem parar logo eu sentia o ar faltar e perdia os sentidos se não tentasse normalizar minha respiração rapidamente. O carro dava a volta na praça então corri de volta pelo mesmo caminho indo em direção ao restaurante, se eu conseguisse entrar poderiam desistir de me pegar, mais assim que me aproximei do restaurante meu coração congelou com a possibilidade que eles não fossem embora e entrassem ali, o medo de que pessoas inocentes se ferissem por minha culpa me consumia e um medo maior ainda apertou meu coração, o medo que eles machucassem o Bê, eu não viveria se algo acontecesse com ele, ou com alguma daquelas pessoas ali, por isso quando senti uma lamina fria tocar a minha garganta e uma mão tampar minha boca não reagi.

Entre Dois Corações (Segundo Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora