Entre Dois Corações (Segundo Livro)

Capítulo 58

Paulo

_Por que não conseguem me odiar, eu fiz tanto mal a vocês, principalmente a Bela, eu fiz tanto mal a ela. _Falei me sentindo culpado.

_Por que te amamos, por que quando descobrimos que era você, toda a magoa passou, você errou, eu sei mais foi tão enganado quanto nós, e a Bela, ela é uma menina doce, não vai guardar rancor de você por que ela também o amou, bom eu não sei se ainda o ama como antes, mais ela o amou de verdade.

_Eu mesmo destruí todo o amor que ela tinha por mim, ela me ofereceu um amor puro, verdadeiro, inocente e eu o que fiz, destruí com minhas atitudes e minhas palavras, eu sei que quem realmente merece o amor dela não sou eu.

_Você merece todo amor do mundo filho. _Meu pai falou se aproximando.

_Como pai, como se até o senhor me abandonou, não me deu seu amor de pai.

_Filho, eu o queria comigo, eu queria leva-lo comigo, eu tive medo que isso acontecesse, que sua mãe o envenenasse eu tinha tanto medo disso, mais você decidiu ficar, era pequeno eu poderia ter o levado a força, mais eu sabia que se fizesse isso você cresceria revoltado por eu ter o separado de sua mãe, por isso respeitei sua vontade e pedi pra Alessandra cuidar de você, mais nunca meu filho, olhe pra mim nunca eu deixei de ama-lo, se tem uma unica coisa que sua mãe me deu de bom foi você, você foi a unica coisa que nasceu de bom de nós dois, todos esses anos eu sofri longe de você, por isso não vou mas me afastar de você meu filho nunca mais, eu voltei pra ficar, mas não voltei sozinho. _Fernanda se afastou de mim indo em direção a cozinha, depois de alguns segundos a vi surgir na porta acompanhada de uma mulher muito bonita, seus cabelos eram negros e sua pele morena seus olhos eram verdes o que combinava perfeitamente com seu tom de pele, atrás dela surgiu uma menininha de mais ou menos sete anos, ela tinha os meus olhos mais seu rosto e seus cabelos eram do meu pai, ela parecia tímida segurando a mão da Fernanda, suas bochechas estavam rosadas e ela olhava pro chão, estava com um lindo vestido rosa que continha algumas borboletas, ela parecia uma princesa.

_Quem são elas? _Perguntei ficando de pé e meu pai veio em minha direção colocando a mão em meus ombros.

_É a sua nova família filho, essa é Tamara minha esposa, nos casamos a nove anos, e essa princesa é nossa filha, ela se chama Luisa é sua irmã, eu não quero que pense que substituí você, não quero que pense que fiquei bem todos esses anos por está longe, não quero que pense que eu o esqueci por que isso não é verdade, eu apenas reconstruí minha vida com uma mulher que me ama de verdade pelo que eu sou e não pelo que eu tenho, pensei que depois da sua mãe eu jamais seria feliz novamente mas quando pensei que não podia ser amado mais encontrei uma mulher maravilhosa, assim como o Bruno que encontrou a Fernanda, sua mãe destruiu as nossas vidas filho, na verdade eu destruí por que traí meu melhor amigo por ela, e o Bruno por confiar nela, mais ele encontrou o amor e eu também, em todos esses anos eu sempre falei de você pra elas, nunca deixei de mencionar seu nome, amostrar fotos suas, Tamara viu o tanto que sofri esses anos longe de você, o tanto que sofri por não ver você crescer e se tornar um homem, se tornar um filho que me enche de orgulho por que eu sei que você é bom por que reconheceu seu erro, você não foi deixado de lado na minha vida meu filho nunca. _Ele parecia apreensivo, com medo de como eu agiria, mais pela primeira vez eu vi diante dos meus olhos algo que estava sendo oferecido pra mim, vi ali a família que eu estava tendo a oportunidade de fazer parte, eu nunca havia tido uma família de verdade, apenas quando estava com Fernanda e Bruno, mais depois disso só tinha Alessandra, eu não havia tido uma mãe de verdade por que eu parecia ser pouco pra ela, pra ela só importava o amor do Bruno, meu amor não era suficiente para faze-la feliz. Me abaixei olhando aquela linda menininha, agora eu tinha uma outra parte de mim, uma parte que eu amaria e ensinaria, teria alguém que eu faria de tudo pra que me quisesse sempre por perto.